Fabiana Silva


UM OLHAR TRANSCENDENTAL ATRAVÉS DE JESUS CRISTO E BUDA
Fabiana Silva

O Dicionário Houaiss (2009, p. 1300) indica a seguinte definição para mito,
Mito. s.m.(1836) 1. relato de tradição oral, ger. protagonizado por seres que encarnam as forças da natureza e os aspectos gerais da condição humana ; lenda<m. e lendas dos índios do Xingu> <os m. da Grécia antiga> < o m. de Narciso> 2. narrativa acerca dos tempos heroicos que ger. Guarda um fundo de verdade <o m. dos argonautas e do  velocino de  ouro> 3 ANTRPOL relato simbólico, passado de geração em geração dentro de um grupo, que narra e explica a origem  de determinado fenômeno, ser vivo, instituição , costume social 4 representação de fatos e/ou personagens históricos, amplificados através do imaginário coletivo e de longas  tradições literárias orais  e escritas < o m. em torno de Tiradentes> 5 exposição alegórica de uma ideia qualquer, de uma doutrina ou teoria filosófica; alegoria 6 representação idealizada do estado da humanidade, no passado ou no futuro <m. do Eldorado>m.da caverna FIL m.q. ALEGORIA DA CAVERNA etim LAT.mythos ou mythus, i ‘ fabula, historia’, do  gr. Mûthos, ou ‘id’. SIN/VAR. ver sinonímia de quimera.
Entender o sentido de mito e mitologia garante a consciência e apropriação de evidências, que por sua vez permitem a significação de experiências enfrentadas pelo homem durante o percurso da vida. Feito o entendimento é possível falar da existência da supremacia mitológica grega na sociedade ocidental desde sempre, que se faz hegemônica em relação à de outros povos, em especial para esse estudo, a oriental. “A supremacia grega da vista encontra também aqui a sua confirmação. A determinação do ser autêntico como ‘presença ao olhar’ exclui uma experiência da história, que é aquilo que já está sempre lá sem jamais estar sob os olhos como tal.” (AGAMBEN apud PARADA, 2012, p. 13), a passagem confirma a força que o mundo grego traz consigo, onde a presença do mito, do relato simbólico passado às gerações e a questão do fundo de verdade dispensa a prova real que é a experiência vivida.
Através da mitologia é possível justificar o que não é inteligível, através dela é possível transformar certos fatos em uma linguagem de fácil percepção que proporcione uma experiência transcendental, por exemplo, através de encontros espirituais como as religiões. Esse fato é observado em todos os povos, desde os tempos Neolíticos.
Um dos maiores pesquisadores americanos de mitologia, Joseph Campbell em entrevista cedida ao jornalista Bill Moyers no ano de 1988, narra histórias mitológicas com personagens que tentam aproximar a humanidade de experiências únicas, de valores e encontros. O presente estudo toma por análise essa entrevista que mais tarde tornou-se uma série de televisão, dando origem ao livro O poder do mito, o livro Fundamentos de Psicologia Analítica e o material disponibilizado junto ao Blog Cem Textos de História Indiana.
Ainda no que diz respeito ao propósito da mitologia se faz importante elencar a fala de Jenkins (2001, p. 28)
Não quero dizer com isso que nós simplesmente inventamos histórias sobre o mundo ou sobre o passado (ou seja, que travamos conhecimento do mundo ou do passado e então inventamos narrativas sobre ele), mas sim que a afirmação é muito mais forte: que o mundo ou o passado sempre nos chegam como narrativas e que não podemos sair dessas narrativas para verificar se correspondem ao mundo ou ao passado reais, pois elas constituem a realidade.
Se aventurar nesse maravilhoso livro, permite traçar várias analogias entre algumas figuras de referência no campo mitológico. Utilizando dessas analogias é possível analisar tais figuras e as suas representações, onde se leva em consideração o contexto e as necessidades de uma época, aonde cada estágio da vida conduz à percepções de evolução superior cultural e espiritual. Os mitos ultrapassam o cotidiano, buscam retomar situações que despertem algo que possa ter sido perdido e transmitam mensagens através de símbolos que valem por mais que mil palavras.
A escolha de análise da imagem abaixo foi proposital, permitindo sair do imediatismo ao correlacionar o estudo da mitologia ao mundo grego, essa escolha garante a oportunidade de avaliar figuras tão relevantes e conhecidas do Oriente. É importante destacar que existe uma linha bem tênue entre mito e os fatos históricos passíveis de fundamentação para o Oriente, sendo assim essa escolha foi delicada. “A relação entre mito e história não deve ser concebida como uma relação entre lenda e verdade, mas como duas maneiras de ver o mesmo horizonte da realidade, que é interpretado como mito por quem está de fora e como história por quem está dentro.” (PANIKKAR apud BUENO, 2011).
A presente proposta indica uma tentativa de criação, de um paralelo entre dois personagens: Jesus Cristo e Buda, ambos representados aqui pela imagem que retrata uma reunião entre seus discípulos e sacerdotes. Estas pinturas foram feitas em séculos diferentes, e com objetivos similares, os protagonistas tinham o desejo de transmitir ensinamentos, tornando-se mestres que guiariam a humanidade. Ambos estão posicionados em círculo, transmitindo a ideia de troca, continuidade e equidade entre os participantes, sacerdotes e discípulos. Também é interessante destacar o gesto com a mão que ambos realizam, que aparenta o desejo de transmissão de paz.
Buda que viveu cerca de 500 anos antes de Cristo na Índia, nasceu em uma família abastada e ao longo de sua vida buscou a iluminação como gesto maior para a sua do nirvana e condição de iluminado.
Os fundadores de todas as religiões se consagraram a buscas como essa. O Buda recolheu-se em isolamento, depois sentou-se sob a árvore bo, a árvore do conhecimento imortal, onde recebeu a iluminação que iluminou toda a Ásia por vinte e cinco séculos.
Depois de ser batizado por João Batista, Jesus se isolou no deserto por quarenta dias e dali voltou com sua mensagem. (CAMPBELL, 1996, p. 145).

Assim como Jesus Cristo, ambos mantinham uma linguagem de fácil entendimento e pregavam em busca de uma elevação espiritual para aqueles considerados à margem da sociedade. Historicamente, suas vidas foram parecidas onde eles se despiram de riquezas, vaidades e utilizaram de argumentos que falavam de amor.
Figuras 1 e 2 - Ilustrações de Buda (cavernas de Ajanta, Índia) e Cristo (‘A Ceia de Emaús’, de Jacopo de Pontorno 1494-1557)



“O Buda segue um caminho muito semelhantes ao do Cristo; só que o Buda, claro, viveu quinhentos anos antes. Você pode comparar essas duas figuras de salvadores, em toda sua extensão, até o papel e a função dos seus discípulos imediatos”. (O poder do Mito, de Joseph Campbell, pags 146, 1996)


Podemos ainda considerar, que esta imagem contém significações no campo da psicologia, os arquétipos, “heranças psíquicas” e análogas. O termo “arquétipo” tem suas origens na Grécia antiga, as palavras raízes são archein que significa “original ou velho” e typos que significa “padrão, modelo ou tipo”, o significado combinado é “padrão original” do qual todas as outras pessoas objetos ou conceitos são derivados similares, são representações que se colocam para nos trazer respostas empíricas. De acordo com Santos e Cocco (2001, p. 10) através do pensamento jungiano, a psique humana é constituída por uma camada profunda que configura um depósito de ideias e concepções inconscientemente transmitidas à humanidade por inúmeras gerações. A essa camada chamou inconsciente coletivo, e as ideias nela contidas, são os arquétipos. Para Joseph Campbell (1996), ambos se enquadram no arquétipo do herói e seguem uma sequência de etapas que passam pela morte e ressurreição, que simbolizam a partida a realização e o regresso. Cada um em seu contexto, dentro de sua história fundou algo, abandonaram velhos costumes e pensamentos com o objetivo de plantar algo germinal, trabalhando para algo muito maior. Seriam modelos a serem seguidos pela humanidade dentro das etapas passadas da infância à velhice. Suas mensagens diferem em muitos pontos, mas ambos assemelham-se nos objetivos que tinham e na sua caminhada. Trazer esse olhar, configurações que se confundem em contextos diferentes, afirmam a grandeza de suas similaridades.
Mitos como estes trazem narrativa, histórias e experiências dos caminhos a serem percorridos, e de como os símbolos permanecem presentes até os dias de hoje, numa história viva e sentida através de diferentes experiências. Tanto o Ocidente como o Oriente apresenta diferentes maneiras de sentir e aprender com esses mitos. O Ocidente toma como guia a ciência, que abre portas onde não se vê uma saída, enquanto que no Oriente, essa saída é percebida de uma maneira mais ampla profunda e espiritual, muitas vezes confundindo a história com a mitologia.
O caminho entre eles pode ser mais estreito do que pensamos. Cristo e Buda nos possibilitaram diversas práticas orientais, e a exemplo disso a meditação que foi utilizada por ambos. Em diversas passagens da Bíblia Cristo se recolhia em meditação para rezar, prática extremamente utilizada na Índia, berço de Buda. Suas mensagens falavam de amar ao próximo e seguir em busca do Divino, não encontraram obstáculos em aceitar qualquer indivíduo que os quisesse seguir, inclusive os “marginalizados” pela sociedade, acolhendo-os sem julgamentos e sem exigências de trocas, apenas com o intuito de ensinar o amor ao próximo. O objetivo maior de suas práticas sempre foi à fundamentação pelo amor, o dito Ágape (amor Divino). “Ame ao próximo como a ti mesmo, essa é a regra de ouro, vai lá e ame [...]” (CAMPBELL, 1996, p. 152).
Sendo assim, são figuras que dentro de sua perspectiva de vida nos tocaram sempre com o objetivo de nos reconhecermos e aceitarmos dentro de nós, nossas diferenças.
Referências
Fabiana da Silva Lima é Graduanda de Licenciatura em História - Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2019) E-mail: fslimabedy@gmail.com
AGAMBEN,G. Infância e historia – Destruição da experiência e origem da historia, Belo Horizonte:UFMG, 2005.
BUENO, Andre. Blog Cem textos de história indiana.  http://historiaindiana.blogspot.com/critica-da-historia-tradicional, 2011.
CAMPBELL,J. O poder do mito Palas Athena: São Paulo, 1996.
JUNG. C.G. Fundamentos de Psicologia Analitica. Petrópolis: Vozes. 2001

47 comentários:

  1. Parabéns pelo excelente texto, gostaria apenas de comentar uma passagem. "O caminho entre eles pode ser mais estreito do que pensamos. Cristo e Buda nos possibilitaram diversas práticas orientais, e a exemplo disso a meditação que foi utilizada por ambos. " Há evidência de que ambos utilizaram a mesma prática? Além disto, tanto o Jesus da Biblia quanto o Buda dos textos são praticamente figuras hagiográficas, o que só aumenta a importância da diferença existente entre suas respectivas "práticas", não?

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    1. Obrigada Bony Schachter pela disponibilidade em ler e comentar meu texto.As evidências que pressupõem uma pratica da meditação estariam presentes em narrativas feitas principalmente por Lucas,no Evangelho que detalham os momentos em oração de Jesus Cristo,sempre de uma maneira peculiar,particular e feitas em sua maioria das vezes em locais desertos em busca de um encontro, com Deus através da oração que pode ser entendida como a mesma prática adotada por Buda, que nos ensinou a meditar esvaziando a mente não apenas olhando para fora mas para dentro,ocupando se então,de Deus.Quanto as "diferenças" entre as práticas, na minha opinião são percepções ímpares, mas que levam a um único caminho,ambos tinham o mesmo objetivo, a linguagem se faz necessária ser diferente para que assim possa chegar à todos.
      Um agrande abraço.
      Fabiana Silva

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  2. Bom dia Fabiana Silva! Gostaria primeiramente de elogiar o seu texto nesta apresentação! O meu questionamento é mediante as perspectivas expostas nas imagens do texto, relacionando Jesus Cristo e Buda. Como as duas linhas de pensamento religioso poderiam expressar uma associação, a partir das representações evidenciadas nas ilustrações artísticas contidas no texto?
    MICHELL RIBEIRO SOBRAL

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    1. Boa noite Michell Sobral. A abordagem se daria pela ideia implementada do círculo com os líderes(Cristo ou Buda) ao centro e seus discípulos(sacerdotes) a volta, dando uma ídeia de direcionamento `a estes.

      Um abraço.
      Fabiana Lima

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  3. Olá! Muito bom o seu texto.
    Enquanto eu o lia também me lembrei de outra figura: Sócrates, que era um mestre. Platão escreveu em Fédon sobre a alma e o julgamento de Sócrates. Em relação à isso: você percebe alguma semelhança de Jesus ou Buda com Sócrates?
    Esse arquétipo de herói perpassa tradições ocidentais e orientais? Ou você percebe diferentes significados sobre esses heróis em culturas diferentes (ocidente X oriente)?
    Muito obrigada.

    Paola Rezende Schettert

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    1. Paola Rezende agradeço seu elogio,foi uma grande satisfação elaborar este texto. Confesso que não consegui associar Sócrates ao objeto dessa pesquisa. Quanto ao arquétipo de heróis, segundo Campbell ambos estão destinados a passarem por etapas que trarão o novo,e que independente do ocidente ou Oriente, serão consideradas,tornando os heróis.
      Espero ter respondido sua dúvida.
      Grande abraço.
      Fabiana Lima

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  4. Boa tarde! Como ocorreu a transição entre o arquétipo de "rebeldes" para o de heróis? Pode-se dizer que ocorreu devido ao trabalho dos seus discípulos, em ambos os casos? Como as pessoas foram convencidas a seguir as mensagens transmitidas por eles, uma vez que iam contra as crenças da sociedade daquela época?

    Ana Paula Sanvido Lara

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    1. Olá Ana Paula, boa noite!Agradeço sua perguntas e trago suas respostas a partir do pensamento de Joseph Campbell que diz "o herói é sempre o fundador de algo novo, responsável por abandonar o velho e trazer a tona uma ideia germinal o "novo".Percebo que seriam modelos a serem seguidos por nós e tanto Cristo como Buda passaram por todas estas etapas.Quanto ao fato de ser convencido pelas mensagens, no meu entendimento estão no âmbito da identificação, a de seguir modelos onde as pessoas se percebiam e tornavam o desenvolvimento de suas vidas melhores.
      Um abraço.
      Fabiana Silva

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  5. Boa Noite!
    A meditação é uma técnica bastante associada ao budismo, diferente da meditação cristã, embora se fale mais em oração. Como lidar com o tabu da meditação budista em nossa sociedade?

    Letícia Monteiro Barros

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Boa noite Letícia.No meu entendimento estas práticas tem o mesmo objetivo, na verdade a nomenclatura que cada indivíduo as coloca é que as difere como oração ou meditação, porém ambas levam ao mesmo caminho: Deus.

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  6. Boa noite.
    O texto ao qual você expôs sobre o mito e a diferença entre o budismo e o cristianismo, referem-se a conhecimentos que até os dias atuais problematizam e são questionados nas mesas de conversas, não somente entre os historiadores e filósofos que possuem conhecimento sobre o assunto, mas também entre estudantes e leigos no assunto.É um trabalho que poderá te levar a outras vertentes no campo da pesquisa,e que trará diversas descobertas fantásticas!! Parabéns!!!

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    1. Boa noite Váléria.
      Esse texto foi um presente,através de um encontro pelas imagens em destaque no livro de Joseph Campbell, O poder do mito,pensei em trazer algo significativo, com um olhar especial ao que nem sempre está disponível. Muito obrigada.

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  7. E os dogmas religiosos criados apos as mortes de ambos, existe diferença? Essas diferenças são influenciadas pelos costumes das sociedades envolvidas?

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    1. Oi Tarcísio boa noite,pelo arquétipo do herói que tanto Cristo como Buda se enquadram, ambos devem seguir etapas que incluem morrer e renascer trazendo uma ideia do novo, os dogmas surgidos após as suas mortes são naturais e pertinentes sim.

      Um grande abraço, e obrigada por suas perguntas.
      Fabiana Silva

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  8. Ótimo texto.Realmente há vários aspectos que se parecem entre ambos, mas são abordados de maneiras diferentes, como por exemplo a meditação, que para os cristãos é a oração. Assim como o Cristianismo possui a Biblía, o Budismo possui alguma espécie de livro onde se encontram passagens, histórias, e "regras" ?
    Fernando Dantas da Rocha

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    1. Olá Fernando Rocha, confesso que não foi o meu objeto de pesquisa, mas numa breve consulta posso lhe responder que sim, é o Tripitaka. Em páli – uma língua da Índia antiga, onde o budismo nasceu -, Tripitaka significa “três cestas”, numa referência às três partes do livro: o “Vinaya”, com as regras de conduta, o “Sutta”, que reúne os discursos de Buda, e o “Abhidhamma”, que é mais filosófico. Encontramos mais uma semelhança, que bacana!!

      Um abraço.

      Fabiana Silva

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  9. Muito bom o texto, pensando em um ambiente escolar de que forma podemos passar conhecimentos e culturas diferentes das nossas sem "agredir" os nossos costumes?
    Sem gerar um atrito entre escola e família.
    Daniel Felipe Junges

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    1. Obrigada Daniel.É exatamente esse o meu objetivo,despertar nos leitores diferenças que mais se concretizem como semelhanças, elas na verdade tem nomenclaturas diferentes em unidades distintas, mas que uma vez propostas aos alunos e familiares de maneira respeitosa sei que serão consideradas como algo a agregar.
      Um abraço. Fabiana Silva

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    2. Show!!!
      Obrigado pelo retorno.

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  10. Olá! Texto muito interessante, porém embora os dois apresentam algumas características comuns,a doutrina é bem diferente já que Jesus pregava a ressurreição e Buda a reencarnação, como você vê essas diferenças?

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    1. Olá Silvana Martins,agradeço seus elogios.Como meu objeto de pesquisa não foi a abordagem sobre ressurreição e reencarnação prefiro não opinar, não teria propriedade para tal.
      Um abraço
      Fabiana Silva

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  11. Boa Noite Fabiana, Tudo Bem?
    Essa questão relacionada com as Religiões aí ou com os "fundadores" delas,será mesmo que mesmo Buda ou o Cristo, será que eles realmente queriam essa "Mitificação em torno deles apenas mostravam um caminho simples e idêntico em muitas coisas? Ou essa "mitificação" que era inicialmente direcionada a poucos acabou por se tornar de certa forma benéfica ao alcançar uma porcentagem maior do que aquilo que inicialmente era esperado?
    Valmir da Silva Lima.

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    1. Boa tarde Valmir,acho que eles chegaram sim a seus objetivos, porém com mensagens distintas.
      Um abraço.Fabiana Silva

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  12. Oi Fabiana.
    É muito interessante essa relação apresenta em seu texto envolvendo dois personagens religiosos, pois, é instigante pensar nessa comparação, por ser uma problemática que pode ser trabalhada não somente no ensino de história mais também uma forma de trabalhar a interdisciplinaridade. Ao realizar essa pesquisa e agora ao publicar esse estudo que caminho você apontaria para introduzir debates a cerca da temática nos anos finais do ensino fundamental?
    Mateus da Conceição Santos

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    1. Oi Mateus tudo bem?Obrigada pelas suas colocações.Não tenho propriedade para te responder, estou inciando o curso de História,mas penso que levar temáticas como estas para as crianças de uma maneira verdadeira e respeitando as diferenças entre ambas,irá mais do que nos surpreender, nos ensinará e muito.De resto a crianças darão show.
      Um abraço.

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  13. Que legal! Me lembrei de um anime que retrata justamente a convivência de Jesus e Buda no Japão da atualidade.Qual o intervalo de tempo entre a produção de uma imagem e a outra?
    Janaina de Paula do E. Santo

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    1. Obrigada Janaína,que bom que gostou.Em resposta a sua pergunta,a figura 1 de Buda data do século II a.C encontrada nas cavernas rupestres em Maharashtra(Índia) e a figura 2 seria uma tela de Jacopo de Pontorno que data do do ano de 1525.(A ceia de Emaús).
      Um abraço.Fabiana Lima

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  14. Este comentário foi removido pelo autor.

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  15. Boa tarde, jovem.
    Parabéns pelo texto.
    Como foi dito, os mitos realmente são, antes de qualquer coisa, demonstrativos da(s) sensibilidade(s) de uma época.
    A partir das similitudes apontadas em seu texto entre Buda e Jesus Cristo, lhe pergunto: o apresentado indicia a validade do difusionismo?

    Por: Raimundo Nonato Santos de Sousa / CESC-UEMA.

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    1. Boa noite Prof.Raimundo Nonato,fico extremamente feliz com seu elogio e em resposta a sua pergunta,lhes digo que no meu entendimento sim,o difusionismo vem a nos mostrar até mesmo em temas religiosos o desenvolvimento que sustenta o "novo",etapas que ambos vivenciaram,Buda encontrando o Nirvana e Jesus Cristo ressuscitando.Apartir de então,houve uma inauguração de crenças novas,mas que de alguma maneira é como se apenas tivessem passado por uma releitura.
      Atenciosamente,
      Fabiana Silva

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  16. Maria Reinalda Farias dos Santos8 de agosto de 2019 às 17:56

    Muito bom esse texo parabéns Fabiana! concordo com os colegas quanto a introdução da problemática em sala de aula, particularmente faria com o ensino médio por ver melhores condições de se trabalhar, mas acredito que a interdiciplinaridades podem e devem ser aplicadas em todos os nivéis de escolaridade, desde que não fuja do seu planejamento nem agrida a ninguém.
    Maria Reinalda Farias dos santos.

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    1. Agradeço imensamente seu elogio. Esse texto é um presente a ser compartilhado por todos, principalmente em sala de aula com nossos alunos.
      Um abraço.Fabiana Silva

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  17. Olá, Fabiana!
    Realmente, a relação que você fez entre Buda e Jesus a partir das imagens e do que pregavam foi muito coerente e nos leva a obter um olhar de tolerância e respeito em relação a todas as manifestações religiosas.

    Outro ponto que me chamou a atenção foi a questão do uso da palavra "mito" e o que Jesus e Buda fizeram para alcançar tal posto. Atualmente,infelizmente, certas pessoas são ovacionadas como mito, mas com certeza tal denominação vem sendo empregada de forma muito equivocada.

    Parabéns pelo belo trabalho!

    Jaciara Da Costa Ponciano
    jaciaraponciano@hotmail.com

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    1. Boa noite Jaciara Ponciano,grata pelo elogio. Esse texto foi feito com muito carinho e se a utilização for positiva de maneira a agregar o respeito e a tolerância,só tenho a agradecer e compartilhar mais ainda.
      E quanto a utilização da palavra adequadamente,a denominei a quem realmente as merece😉.
      Um grande abraço.Fabiana Silva

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  18. Olá Fabiana! Interessantíssimo seu texto!
    Quando fiz a graduação em Pedagogia, em uma aula de filosofia, o professor nos possibilitou reflexões dos mitos sobre a criação do mundo, sob a perspectiva de diferentes culturas. Lendo o seu texto, me veio em mente o pensamento da referida ocasião: os mitos sobre um mesmo tema apresentam significados semelhantes, ainda que com personagens diferentes e contextos temporais diferentes. Dessa forma, se considerarmos Cristo e Buda como figuras mitológicas, observamos que há muitas aproximações quanto aos seus ensinamentos.

    Obrigada.
    Alini Garbelini.

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    1. Obrigada Aline Garbelini,sugiro que você procure pelo livro de Joseph Campbell O poder do mito. Paixão na certa!!Toda essa pesquisa foi baseada nesse belíssimo livro que retrata vários outros mitos de maneira tão delicada e apaixonante.
      Um grande abraço.
      Fabiana Silva

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  19. Olá, amei o artigo, parabéns!
    Envolvendo o arquétipo do herói, é possível relacionar da mesma forma que fizestes, Hórus? E, trazendo para a contemporaneidade, comparando ao nível de arquétipo, fugindo do âmbito religioso, é possível realizar essa mesma comparação, entre Jesus, Buda, com talvez Super-Homem, Gandalf, Aslam?
    Gustavo Robaski Borba

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    1. Gustavo Borba super obrigada pelo elogio e mais ainda pela comparação feita à Hórus.Confesso que não conhecia a existência de uma possível comparação feita entre Hórus e Jesus Cristo,bacana que temos mais um mito a ser comparado e porque não? Quanto a nossa realidade, particularmente não considero os heróis em quadrinhos como alguém do patamar de Cristo e Buda,apenas ídolos que muitas vezes são tratados como heróis.

      Um grande abraço.Fabiana Lima

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  20. Boa noite Fabiana!!!
    que alegria ler seu texto! a parte de maior enfase pra mim foi "O caminho entre eles pode ser mais estreito do que pensamos." Sim, não só na meditação, em suas práticas e ensinamentos eles foram próximos, mas ambos foram considerados a reencarnação de Deus (buda era a 9º encarnação de Vishnu), nasceram de uma concepção imaculada, eram associados a um estrela, eram associados a luz, realizaram milagres, etc.
    Seu texto traz luz para a questão da intolerância religiosa, mostrando que talvez as religiões não são tão diferentes assim, que elas buscam o mesmo propósito: a luz da humanidade!
    Parabéns!!
    Thayse Fernanda da Rosa

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    1. Oi Thayse Fernanda.Fico tão feliz com seu elogio,e se for luz para nossas vidas, que assim seja!!!
      Um grande abraço. Fabiana Silva

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  21. Sebastião Vicente da Silva 08 de agosto de 2019
    tiaoellbello@hotmail.com
    Adorei a definição para mito, perfazendo um caminho sobre os gregos e gostei mais ainda dos comparativos de jesus Cristo e Buda, das pregações, dos locais onde preferiam pregas até mesmo as imagens elucidaram bastante, gostaria que o texto tivesse abordado um pouco mais ou você fabiana poderia esclarecer se há uma inter-relação entre o nirvana e a vida eterna?

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    1. Oi Sebastião Vicente,feliz fico com seu elogio.Penso que exista uma relação pessoal,encontrar o Nirvana ou a vida eterna,mas tanto Cristo como Buda, tinham os mesmos objetivos em nos levar a um verdadeiro encontro pessoal e único.
      Um grande abraço.
      Fabiana Lima

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  22. Fabiana Lima, Parabéns pelo texto! Como você pensa que se pode lidar com o desconhecimento e intolerância que ainda existem nos dias atuais no que concerne a religião budista?

    Lara de Sousa Lutife

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    1. Lara Lutife, obrigada pelo elogio.Na minha opinião,a falta de conhecimento e respeito, dá margem à intolerância,e através da educação, principalmente em sala de aula podemos trazer aos nossos alunos a possibilidade de lidar com o "diferente".
      Um abraço
      Fabiana Lima

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