Jéssica Couto


ORIENTALISMO - ENTRE REPRESENTAÇÃO E ESTEREOTIPAÇÃO
 Jéssica Pereira Couto

Quem é, e o que é ser Oriental/Asiático? De pronto, uma pergunta simples, que o ocidental tem certeza de que é capaz de responder: “Os habitantes de países, como: Arábia Saudita, Bahrein, Qatar, Chipre, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Palestina, Síria e pela parte asiática do Egito”, além dos habitantes do Extremo Oriente- ou Ásia Oriental-, que são: “China, Japão, Coreia do Sul , Coreia do Norte, Taiwan, Hong Kong, Mongólia e Macau”. Uma resposta geográfica à pergunta, seguida de comportamentos que associamos ao que é ser “oriental”. Os filmes, propagandas e séries à que gostamos de assistir, têm respondido essa pergunta durante anos, e nós juramos que estes reproduzem fielmente, o que é ser oriental. Essa construção (produção) sobre quem é o oriental e o que lhe compete, caracteriza o Orientalismo, que por sua vez desemboca no mar da  estereotipação. Toda estereotipação é preconceito, e todo pré-conceito, como o próprio nome já diz, é formulação de opiniões sobre aquilo que se desconhece, mas que se pode alterar com o tempo. E é sobre a construção, consolidação e propagação, de uma imagem distorcida dos orientais que trataremos aqui. 
Oriente em perspectiva: distanciamento e negação
No texto de André Bueno (2012) é destacada a importância do Oriente e suas contribuições presentes em modas culturais. Sobre a escolha de conhecer ou não, estudar ou não o Oriente e a Ásia, ele questiona: “Poderemos considerar nosso conhecimento como completo se deixarmos de conhecer culturas que representam mais da metade do mundo?”. O Oriente não é homogêneo, assim como não o é a Ásia, e levando essa heterogeneidade em conta, que nos é passada como algo exótico- esquisito-, em lampejos; displicentemente escolhidos como representantes e definidores da cultura (de forma desconexa e descompromissada), cegam o telespectador, que está convicto de fazer a junção correta dos fragmentos que são a ele apresentados. No entanto, sugerir que estudar essas culturas é algo simples, é desconsiderar os fatos. 
Ainda sobre André Bueno, no texto: “O problema em falar sobre o ‘oriente’ no Brasil”, o professor destaca a dificuldade tanto de estudar como de publicar sobre o 'oriente’; sendo um desses obstáculos para estudo e publicação, o método. As normas para estudar o Oriente e a Ásia, não devem ser pautados no Ocidente, nem tê-lo como base. As leituras sobre orientais e asiáticos devem ser feitas dentro de pressupostos teóricos por eles produzidos. Como exemplo, o professor utiliza o verbo ‘SER’ -caro aos gregos- e o pensamento filosófico por eles desenvolvido, que define como o homem se relaciona consigo mesmo e com os demais, mas que é desconhecido pelos chineses, e que, consequentemente, não influenciou sua visão de mundo. Um exemplo do Ocidente como “padrão” foi a corrente historiográfica “acadêmica”, século XIX, que tinha nos modelos da sua civilização, europeia, os medidores da civilização asiática, desvalorizando os modelos ‘orientais’. Já a corrente “esotérica”, no entanto, uma linha de estudo que idealizava a Ásia, mas não tinha profundidade histórica, valorizou símbolos até então desconhecidos pelo ocidente na busca de uma alternativa espiritual ao capitalismo, e ao cristianismo, mas redundou em estereótipos. 
No texto de Krystal Urbano e Maria Elizabeth Pinto de Melo: “A Representação dos Asiáticos na TV Brasileira: Apontamentos Iniciais”; é discutido como são representados os asiáticos na mídia de uma forma geral. Uma vez que as produções midiáticas são fruto de estereótipo e não de reflexão, estudo e compreensão das diversas etnias que ocupam os países que compõem o Oriente Médio e o Extremo Oriente; essas produções têm sido, em sua maioria, produtoras e reprodutoras de preconceitos contra ‘orientais’. Uma das errôneas representações é a coadjuvância dos atores asiáticos nos programas de TV brasileiros, sejam eles novelas, séries, propagandas e afins. Mas mais que não ocupar papéis centrais nas teledramaturgias nacionais, aos asiáticos é relegado papéis diretamente ligados a estereótipos produzidos a seu respeito, como: “feirantes e pasteleiros ou de aficionados por tecnologia, praticantes de artes marciais e vendedores de sushi, gueixas e samurais” (URBANO, MELO, 2018, pág. 3). 
Também é criticado a substituição de atores orientais- para papéis orientais- por atores caucasianos. Ao que tudo indica, os orientais não têm condições de se auto representar; mas os caucasianos seriam dotados da capacidade de ser o que bem entenderem, sendo melhores japoneses que os próprios japoneses, ou ainda melhores indianos do que os próprios indianos; melhores que coreanos, chineses e outros. Este princípio: de superioridade branca, é chamada pelas autoras de: Branquitude. Branquitude essa que serve como padrão do que é belo, aceitável e normal. Por isso, o homem branco seria não só o padrão, mas o antônimo do que as culturas não-brancas representam. Seriam o ápice da escala civilizacional. Sobre isso, a “superioridade caucasiana”-branquitude-, é que Edward Said trata em seu livro “Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente”. Seid, destaca o Oriente como invenção do Ocidente, a fim de demonstrar as diferenças culturais, ex.: Orientais seriam então, os não-brancos, não dotados de civilização e cultura. Aquilo que é oposto ao Ocidente. 
Oriente nos meios de comunicação: estereotipação e reprodução
Sobre Whitewashing- escalação de atores brancos em papéis para não-brancos (pertencentes de outras etnias)-, citado no texto de Krystal Urbano e Maria Elizabeth Pinto de Melo, e retratada num artigo de Carolina Moreno & Riley Arthur, para o HUFFPOST, chama a atenção pelo título alarmante: “25 vezes que negros, latinos, índios e asiáticos foram substituídos por brancos”. Alguns exemplos das substituições citadas são: Katherine Hepburn, como Jade, no Filme: A estirpe do Dragão (1944); Elizabeth Taylor como Cleópatra no filme de mesmo nome, em 1963; e ainda, recentemente, Joseph Fiennes como Michael Jackson, em: Elizabeth, Michael e Marlon, em 2016. Apesar de este não ser um texto acadêmico, o conteúdo nos é interessante. Abaixo, um exemplo não só de Whitewashing como da estereotipação, seguida de produção e reprodução de estereótipos através dos meios de difusão.

A máscara de Fu Manchu
Wikipédia [ver Refs.]

Sax Rohmer- pseudônimo de Arthur Henry Sarsfield-, é apontado pelo professor André Bueno, em seu texto: ‘O "insidioso doutor Fu Manchu’ e a construção do orientalismo na literatura e no cinema”’, como: “um dos maiores difamadores da cultura asiática,” graças as representações deste em seus romances policiais - que posteriormente se tornaram filmes-, e que perpetuaram a ideia dos asiáticos, como: ‘amarelos malvados, astutos e perigosos’. Sendo destes, o mais famoso vilão e produzido em série. Apesar dos preconceitos expostos nos escritos de Sax Rohmer, o professor Bueno leva em conta a literatura como formadora de opinião, além de considerar seu valor histórico.  Com lançamento em 1932, o filme: The Mask of Fu Manchu, traduzindo: A Máscara de Fu Manchu, foi considerado um clássico do cinema. Basicamente, o filme gira em torno da busca pela espada e máscara de Genghis Khan (Mongol), que atribui poderes mágicos se posta nas mãos de Shiva (Indiano) e para evitá-lo, uma expedição inglesa busca pela máscara e espadas, antes que estas sejam encontradas pelo vilão: o cientista chinês (Manchu). 
O vilão, interpretado por Boris Karloff - assim como todo o elenco é caucasiano, inclusive a filha do vilão, que representa uma mulher de ascendência asiática, é um cientista formado nas academias europeias- perigosamente “bem” instruído- que quer destruir o mundo. Homem culto, poliglota, aficionado por ciências extra-acadêmicas e cercado por assassinos (os “sifans”: manchus e chineses, além dos indianos: Dacoits e os Tughis) que estavam geográfica e linguisticamente separados, mas que no filme, lutavam lado a lado pela causa de Fu Manchu. Já o herói: o agente britânico Nayland Smith (que é uma “cópia”, de acordo com o professor, de Sherlock Holmes) impediria a destruição do mundo frustrando seguidamente os planos de Fu Manchu.
Outro caso, recentemente discutido, é o da estereotipação do personagem indiano Apu Nahasapeemapetilon do desenho “Os Simpsons”: 
 

wikipédia [ver Refs.]
 
Semelhante a discussão apresentada no Blog “Nó de oito”, onde Lara Vascouto discute quatro estereótipos sobre asiáticos que Hollywood “ensinou”, o retrato que pintam sobre os asiáticos vem sendo problematizado na série “Os Simpsons”. A série vem retratando Apu como “o dono da venda, de fala engraçada”. O personagem, vive exposto a constrangimentos por sua inadequação social. Com muitos filhos, é retratado como “sovina” (o que influencia na qualidade de produtos estocados, geralmente vencidos, já que Apu não os troca para economizar). O problema da representação promovida pelos Simpsons, do personagem Apu , gerou uma onda de críticas por parte dos telespectadores e atores asiáticos que se viram mal representados, e mais, vítimas de preconceitos constantes por conta da estereotipação. Em 2017, foi lançado um documentário intitulado: “The Problem With Apu”, com Hari Kondabolu, disponível no YouTube. Posteriormente, “Os Simpsons” fizeram um episódio- considerado pelos sabedores do problema como uma retratação- onde Marge e Lisa Simpson refletem sobre as mudanças do mundo, e não na mais naturalização de comportamentos preconceituosos.  
Conclusão
A Balança não está de forma alguma equilibrada e o preconceito com/sobre Orientais ainda é muito presente. Mesmo assim, documentários, como “O problema com Apu”, e a mobilização pelos atores asiáticos de Hollywood, promove a desnaturalização dos estereótipos. Isso já é um começo. No entanto, um lugar de transformação genuína é a universidade, e esta é de extrema importância para o combate das deformações históricas sobre o Oriente socialmente difundidas e naturalizadas. Apesar disso- da proeminência da universidade-, para nossa surpresa e decepção, o professor André Bueno, no texto já citado: “O Problema de se falar sobre 'Oriente' no Brasil”, trata da problemática que é ser orientalista. Não porque a mídia é um empecilho, mas a própria academia. Os motivos: A falta de cursos que foquem a temática do Oriente; o orientalismo presente na metodologia ‘aceitável’ para pesquisa e produção acadêmica, que não se adequa aos sujeitos à que se propõe estudar; a falta de professores preparados para avaliar produções acadêmicas sobre o Oriente nas bancas avaliativas- o que impede a produção desses textos-, e consequentemente, mina a circulação de informações epistemológicas sobre a temática, estão entre os problemas de falar sobre o Oriente.
Se as Universidades não produzem conhecimento a respeito dos orientais e por consequência, não reproduzem; se a academia inviabiliza a reprodução do conhecimento. Em suma: se não há cursos para instruir, professores para ensinar, corrigir e avaliar, as emissoras teriam a responsabilidade de produzir uma imagem fidedigna e não estereotipada dos orientais? É preciso representar sem estereotipar, no entanto, é possível não representar uma cultura fora do lugar-comum sem conhecê-la? Voltamos à questão inicial do texto apontada pelo professor André Bueno: “Poderemos considerar nosso conhecimento como completo se deixarmos de conhecer culturas que representam mais da metade do mundo?”.
Referências
Jéssica Pereira Couto - Graduanda de licenciatura em História- UNIRIO
 Imagens:
APU NAHASAPEEMAPETILON. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2019. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Apu_Nahasapeemapetilon&oldid=54614693>. Acesso em: 5 jul. 2019.
THE MASK OF FU MANCHU. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2019. Disponível em:<https://en.wikipedia.org/wiki/The_Mask_of_Fu_Manchu>. Acesso em: 5 Jul. 2019.
Vídeos:
The Mysterious Dr. Fu Manchu (1929). [S.I.:s.n], 2016, 1 vídeo (1:20:43). Publicado pelo canal Glenn Eric. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=34fflKLxumg>.  Acesso em: 18 de Fev.2019.
The Problem With Apu with Hari Kondabolu. [S.I.:s.n], 2018, 1 vídeo (27:14). Publicado pelo canal: University of California Television (UCTV):.<https://www.youtube.com/watch?v=ZTC0P8dLSLg>. Acesso em: 18 de Fev.2019.
The Simpsons: Marge and Lisa's TERRIBLE Response to the Apu Controversy. [S.I.:s.n], 2018, 1 video (0:14s). Publicado pelo canal JaysonYT. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_NftCjsmvK8>. Acesso em: 18 de Fev.2019.
Textos:
BUENO, André da Silva: O extremo oriente na Antiguidade/André da Silva Bueno – Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2012. 170 p.; 19 x 26,5 cm. ISBN: 978-85-7648-808-8 1. História chinesa. 2. História asiática 3. História oriental. 4. Orientalismo. I. Título.  
 BUENO, André da Silva. O "insidioso doutor Fumanchu" e a construção do orientalismo na literatura e no cinema. Revista: Sobre Ontens, 2015. Disponível em: <https://www.academia.edu/11001572/O_Insidioso_Dr._Fu_Manchu_e_a_constru%C3%A7%C3%A3o_do_Orientalismo_na_Literatura_e_no_Cinema>. Acesso :19 de Fev.2019.
BUENO, André da Silva. O Problema de se falar sobre 'Oriente' no Brasil. Projeto Orientalismo, 2013. Disponível em: <https://www.academia.edu/35093125/O_Problema_de_se_falar_sobre_Oriente_no_Brasil >. Acesso em :18 de Fev.2019.
MORENO, Carolina. ARTHUR, Riley. “25 vezes que negros, latinos, índios e asiáticos foram substituídos por brancos”. HUFFPOST. Postado em 13/03/2016 20:36 -03 | Atualizado 26/01/2017.Disponível em: <https://www.huffpostbrasil.com/2016/03/13/25-vezes-que-negros-latinos-indios-e-asiaticos-foram-substitui_a_21687369/>.  Acesso em 18 de Fev.2019.
Oriente Médio-Parceria com Brasil cada vez mais fortalecida In: - REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°113 - MAIO DE 2008. Rio de Janeiro-RJ. Disponível: <http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.phpnum=1254&subject=Oriente> 
SAID, Edward W. Orientalismo: O Oriente como Invenção do Ocidente. Editora: Companhia de Bolso; Edição: Edição de bolso (29 de junho de 2007) 
URBANO, Krystal. MELO, Maria Elizabeth Pinto de. A Representação dos Asiáticos na TV Brasileira: Apontamentos Iniciais. Intercom: 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Set.2018. Disponível em: <http://portalintercom.org.br/anais/nacional2018/resumos/R13-1713-1.pdf>.  Acesso Acesso em :18 de Fev.2019.
VASCOUTO, Laura. Nó de Oito: 4 Coisas que Hollywood me Ensinou sobre Asiáticos.Disponível em:< http://nodeoito.com/hollywood-asiaticos/>.  Acesso em :18 de Fev.2019.
 

20 comentários:

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  2. olá, primeiramente gostaria de te parabenizar pela excelente produção que nos traz muitas reflexões acerca do que vivemos pela indústria midiática, e que por muitas vezes nem percebemos que estamos dentro desse discurso estereotipado dos orientais, porém através das reflexões e do conhecimento podemos desconstruir esse discurso por vezes preconceituoso, mas então gostaria de fazer um breve apontamento, para você qual seria as consequências para os asiáticos de toda essa mídia que perpassa esse discurso fora da realidade deles?

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  3. Sabe-se que o desenho "Os Simpsons" é conhecido por grande parte dos países do globo, inclui-se nesse rol os países asiáticos . Que impactos esta visão estereotipada da comunidade asiática imputará no ensino-aprendizagem das crianças asiáticas? (Hélido Veras Silva)

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  4. Olá, Jéssica.

    O campo de estudo sobre o oriental, realmente, ainda é muito escasso. Gostaria de saber se você vê meios de combater essa falta de produção na acadêmia? Me parece que há algumas pesquisas, mas não há um campo fortemente estabelecido

    Luana Martina Magalhães Ueno

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  5. Derllânio Telecio da Silva5 de agosto de 2019 às 18:38

    Olá, Jéssica. Ótimo trabalho, Achas que essa ideia de representação de sua produção se assemelha com a ideia de representação imposta por Roger Chartier.

    Derllânio Telecio da Silva

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  6. Parabéns pelo texto. Jéssica, você enxerga a possibilidade de incluir este tema no currículo das faculdades brasileiras?

    Paulo Roberto Camargos.

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  7. Antes de tudo, quero destacar sua destreza na escrita.
    Parabéns gostei muito de estudar o seu texto!

    Jéssica, como professor da Educação Básica, percebo um ‘eurocentrismo’ ainda exacerbado. Iniciativa como a implementação da Lei Federal 10.639/2003, que exige o estudo da cultura e história afro-brasileira e africana nas escolas públicas e particulares, tem contribuído no sentido de “minar” tal perspectiva epistemológica. No seu texto você destaca o aparato midiático e o âmbito acadêmico, mas como você percebe a questão do ‘orientalismo’ na Educação Básica?

    Abraço!

    Antonio José de Souza

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  8. Olá!como você bem destacou, por diversos motivos, os estudos sobre o oriente não é simples nem fácil, mas extremamente necessário. Neste sentido, você acredita que mesmo sem um conhecimento abrangente da temática oriente, os professores da educação básica podem utilizar as produções televisivas que perpassam estes esteriótipos, como ferramenta para justamente desmitifica-las e a partir disto fornecer ao alunos o quão heterogênea é o Oriente ?

    Lorena Raimunda Luiz

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  9. As imagens sobre o “Oriente” vão se transformando e ganhando novas formas, roupagens e adjetivações. Exemplos interessantes são os dos
    muçulmanos retratados antes e depois do 11 de setembro na cidade de Nova Iorque; e as caricaturas que retratavam os imigrantes chineses e japoneses nas primeiras décadas do século XX e na atualidade. Essas imagens analisam os sujeitos de forma equivocada e estigmatizada.

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  10. Boa tarde, Jéssica e a todos os colegas!

    Gostaria de iniciar parabenizando o ótimo texto e agradecendo as dicas de filmes.

    Exatamente pela falta de conhecimento sobre o Oriente é que temos tanta esteriotipação e preconceitos. O que me levou a cursar História, por exemplo, foi essa ideia de misterio do Oriente tão retratado em filmes, porém o contato na faculdade foi extremamente raso.

    As faculdades publicas no Rio de Janeiro, por exemplo, como você mencionou, possuem disciplinas e núcleo de estudos, porém, infelizmente, as faculdades particulares ainda estão meio fracas nesse quesito, o que é uma pena.

    Mais uma vez, obrigada pelo artigo.
    Abraços

    Ana Clara Fernandes da Costa

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  11. Boa noite Jéssica, bom texto. Achei interessante no texto a parte sobre o André Bueno ressaltar o “o problema em falar sobre o ‘oriente’ no Brasil”, destacando a dificuldade tanto de estudar como de publicar sobre o 'oriente’. Dificuldade essa que reflete nas representações, trazendo uma imagem distorcida dos orientais. A minha pergunta então é: quais atividades de extensão poderiam ser realizadas buscando superar as dificuldades de estudar e publicar sobre o 'oriente' assim como desconstruir esteriótipos naturalizados pela população?
    Isabelli Meirelles Zacaron Grossi

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  12. Boa Noite, Jéssica.
    Gostaria de elogiá-la por seu trabalho. Suas explanações e aportes teóricos estão muito bem desenvolvidos!!!
    No seu texto, você também chamou atenção para o documentário “The Problem With Apu” que problematiza justamente a difusão desses estereótipos na série Os Simpsons e a retratação posterior que os idealizadores fizeram tentando “justificar” o emprego (de anos) desse tipo de humor que cercou o personagem Apu.
    Você acredita que estamos tendo mais avanços no que tange ao combate da representação midiática estereotipada sobre os Orientais, na atualidade ou esses (avanços) ainda são sensíveis, em relação aos danos causados na identidade desses povos (devido aos anos de perpetuação\legitimação desses estereótipos na grande mídia)? Até que ponto a reparação (ou a tentativa dela) desse imaginário estereotipado é eficaz (Elas amenizam\resolvem ou não os efeitos dos anos em que difundiram os preconceitos)?
    Cordialmente,
    Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  13. Bom dia, Jéssica, muito interessante as suas colocações.
    De fato as mídias costumam estereotipar tanto as pessoas quanto as culturas do Oriente. Diante disso, como trazer essas temáticas, de modo a romper com esses conceitos imperialistas, para a sala de aula, do Ensino Básico e Superior? E, mesmo havendo currículos e legislação para trabalhar essas temáticas, como podemos sair da teoria para a prática diante da limitação presente na formação de boa parte dos professores sobre esses temas por ti apresentados?
    Agradeço a atenção.
    Sandiara Daíse Rosanelli

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  14. Olá Jéssica,
    Obrigada por compartilhar suas reflexões.
    Tenho observado que, nos últimos tempos, mesmo que modestamente, temos uma expansão de produções realizadas por orientais em seus países de origem. Em diversos casos, as produções são de extrema qualidade e compõem os quadros de programações da TV paga. A partir de suas reflexões poderíamos considerar que este é um movimento importante para a alteração do esteriótipo estabelecido?

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    1. Muito obrigada pelo retorno.
      Era exatamente esta a linha de pensamento que me ocorreu.
      Cristina Ennes da Silva

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  15. Olá, Jéssica!

    Primeiramente, parabéns pelo seu texto!

    É urgente realmente que haja uma mudança na forma em que os orientais são retratados na mídia e na indústria cinematográfica como se fossem uma coisa só, enquanto, na verdade,o oriente é extremamente diversidado e rico tanto culturalmente, religiosamente, politicamente... Retrata-los de forma estereotipada é um desrespeito.

    Nesse sentido, trabalhos como o seu são necessários para que tal assunto seu tradizo à baila e também que ocorram movimentos estudantis como ponte para que as universidades inspiram o assunto em suas grades de modo que se formem profissionais responsáveis e cientes sobre a enorme diversidade do mundo oriental.

    Obrigada por seu texto!

    Jaciara Da Costa Ponciano
    jaciaraponciano@hotmail.com

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  16. Olá, parabéns pela reflexão, excelente.
    Tenho uma questão que me veio em mente enquanto lia. Trazendo esse aspecto do orientalismo para o Brasil, porém, fazendo um leve deslocamento de sua definição. Poderia ser relacionado a questão indígena no Brasil, onde se existe uma especie de "orientalismo", quando você tem uma história produzida muitas vezes por alguém de fora do grupo, carregada de preconceito e visões estereotipadas. É possível fazer essa relação? É claro tendo em mente o deslocamento da definição original do termo.
    Gustavo Robaski Borba

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  17. Olá, inicialmente gostaria de parabeniza-la pelo texto, desde já ressalto a importância de discutirmos um assunto, no qual muitas pessoas acabam reproduzindo esses esteriótipos sem ao menos se dar conta disso, por isso percebe-se a importância de haver esse diálogo.
    A questão de colocarmos aquilo que não conhecemos como algo que é oposto a nós já aconteceu várias vezes ao longo da história, ou seja, muitas vezes por não sabermos o que é, simplesmente aceitamos o que é colocado pela mídia e acabamos que reproduzindo isso, portanto percebe-se a importância da mídia nesse sentido.Para resolução dessa problemática sabemos que não é uma questão apenas relegada ao campo das ideias, mas também relacionado com as atitudes, além disso, temos o costume de fazer uma espécie de "tutela" como se os próprios orientais não soubessem como falar de si mesmos e não soubessem de sua própria história, e isso não acontece só com eles, mas também com indígenas e negros, como fazer para ter essa discussão sem cair na ideia estereotipada do que é ser oriental e acabar fazendo essa "tutela"?

    Agradeço desde já,

    Paula Vitória Brito da Silva

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  18. Olá, Jessica!
    A temática do orientalismo sob análise midiática é interessante. Gostaria de saber com base na dificuldade de estudar e publicar acerca do oriente, oquais os autores que sugeres.

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