Fabian Filatow


O ORIENTE NA SALA DE AULA ATRAVÉS DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: POSSIBILIDADES E DIÁLOGOS POSSÍVEIS.
Fabian Filatow

Inicialmente, gostaria de localizar o leitor da perspectiva que estou refletindo, explicar de maneira breve minha trajetória. Sou professor de História em duas redes públicas de ensino, no município de Esteio (RS), e na rede estadual do Rio Grande do Sul. Em sala de aula vivencio um distanciamento por parte dos estudantes no que se refere a importância do estudo sobre o Oriente. Buscando contribuir par aalterar esta realidade tenho dirigido minhas aulas de duas maneiras. Primeiro, atrair a atenção para o estudo de temas relacionados com o Oriente, e em segundo, desfazer os estereótipos construídos. Para isso, tenho investido em trabalhar com Histórias em Quadrinhos (HQ's) que abordam temas relacionados ao que nomeamos Oriente. Tornando o distante em próximo e o estranho em expressão cultural.
Por Oriente estou entendendo um universo territorial e cultural que abrange o Oriente Médio, a Ásia e o Extremo Oriente. Ciente de que um estudo com um recorte específico, com uma temporalidade especícifa, partindo-se de um problema, certamente iria promover um conhecimento riquíssimo, porém está é a realidade da universidade, não da escola. Minha proposta é bem menos ambiciosa. No chão da escola, tenho como objetivo proporcionar estudos diversos sobre temas que ocorreram no Oriente. Desta maneira, além de oferecer o estudo sobre os conteúdos programáticos presentes nos currículos escolares, podemos ir além, proporcionar um avanço da leitura destes estudantes, exigindo que “leiam” as imagens que compõem os quadrinhos (Cf. RAMOS, 2018), e os signos. Ou seja, “a alfabetização na linguagem específica dos quadrinhos é indispensável para que o aluno decodifique as múltiplas mensagens neles presentes.” (VERGUEIRO, 2016, p. 31). Proporcionamos aos estudantes um estranhamento, na perspectiva antropológica, que se aventurem na maneira de ler um mangá, por exemplo, diferente dos quadrinhos nacionais. E mais ainda, acreditamos estar contribuindo para que assuntos e temas localizados em espaços geográficos específicos do mundo oriental possam ser conhecidos, através das HQ's, por esses estudantes, de uma forma lúdica, acessível, prazerosa, estimulante. Partindo-se dos quadrinhos para a produção de conhecimentos na sala de aula. Promover aos estudantes o contato com um mundo desconhecido, muitas vezes distante da realidade do(a) estudante brasileiro(a), mas que, em determinados momentos, apresenta-se próximo, como nos casos que envolvem imigração, cultura, conflitos, alimentação, música etc.
A sala de aula é um eterno laboratório, públicos diversos, questões variadas, abordagens múltiplas para um mesmo conteúdo, enfim, o ensino proporciona aos professores e professoras a possibilidade de inovar, de se desafiarem, de colocar a prova inúmeras maneiras de abordarmos um conteúdo. A sala de aula, no caso da Educação Básica, não é o território do especialista que irá ministrar seminários temáticos sobre suas pesquisas, mas sim um espaço do pesquisador das práticas pedagógicas, das metodologias, da didática, ou seja, nesta realidade o(a) professor(a) será a referência para o(a) estudante e muito do que ele(a) irá conhecer ou ter acesso está pautado pelas escolhas feitas pelo(a) profissional diante dele(a). Neste sentido, acredito estar contribuindo para que os estudos do Oriente, ou melhor, Orientes, no universo da Educação Básica, não fique restrito a alguns fatos episódicos, estudados em rápidos momentos e somente em algumas séries específicas, como uma obrigação curricular apenas, mas que sejam inseridos em diferentes estágios da formação básica. É necessário destacar a importância do ensino sobre o Oriente, antigo principalmente, também na fase escolar, para que tenhamos um futuro para esse passado distante geográfica e temporalmente, mas fundamental para compreendermos a diversidade existente no mundo.
Abordar o Orinete através das HQ's possibilita colocarmos em prática a interdisciplinaridade, ponto de vital importância no ensino atualmente, muito discutido no ambito teórico, porém, a prática está distante, principalmente na Educação Básica brasileira. Ainda existem inúmeras barreiras para educadores(as) no momento de colocar em prática esta a concepção teórica. Acreditamos que a utilização dos quadrinhos contribuam para que estas barreiras sejam, se não vencidas na totalidade, pelo menos amenizadas.
Assim sendo, o objetivo que almejo atingir com este texto é tão somente divulgar algumas das possibilidades para inserirmos temáticas do Oriente nas salas de aula do ensino fundamental e médio. E estas possibilidades serão propostas partindo-se de quadrinhos que tiveram o Oriente ou algum assunto a ele relacionado como recurso didático.
O Oriente nas páginas das Histórias em Quadrinhos: possibilidades e diálogos
A historiografia contemporânea nos oferece reflexões sobre a biografia, a renovação desta forma de produzir o conhecimento histórico. Neste sentido, podemos nos valer de algumas biografias publicadas em forma de quadrinhos sobre personalidades que existiram no Oriente. (Cf. MENDONÇA, 2015). Em obras como “Gandhi, uma biografia em mangá”, “Dalai Lama, uma biografia em mangá” e “A história de Buda em mangá” temos uma oportunidade para inserirmos leituras sobre estes personagens e seus respectivos contextos históricos, os aspectos religiosos, o Budismo e sua história, as questões políticas e geopolíticas envolvidas. Partindo-se da leitura biográfica podemos contextualizar e problematizar aspectos históricos, políticos, geopolíticos, geográficos e culturais envolvidos.
Permanecendo com a biografia e agora tendo o foco na China, podemos fazer uso da obra “Uma vida chinesa, história da China de Mao Tsé-Tung até os dias de hoje”, composta por três volumes. Esta publicação retrata a jornada pessoal do chinês Li Kunwu que testemunho a história política e cultura do país desde a criação da República Popular da China em 1949 até os dias atuais. É uma oportunidade para conhecermos este período da história chinesa contemporânea. Sua leitura nos envolve no mundo cotidiano das relações sociais envolvendo família, vizinhos, amigos, disputas, sofrimento humano, rivalidades, questões ideológicas e políticas. Coloca no primeiro plano o sujeito comum inserido num evento histórico, que altera toda uma tradição milenar chinesa. Oferece uma viajem geográfica pelo território chinês, por suas paisagens e arquitetura, antigas e as que foram reformuladas sob o governo do Partido Comunista Chinês.
Na obra “Mestres do Oriente: histórias de ética e sabedoria em mangá”,  temos a oportunidade de dialogarmos com o pensamento oriental antigo, analisar os personagens guerreiros e suas filosofias. Esta HQ é outra boa oportunidade para introduzirmos os estudos sobre o Oriente.
A obra “História do Japão: origem, desenvolvimento e tradição de um país milenar”, publicado no Brasil em 1995, refere-se ao Japão desde os primórdios até a atualidade. Podendo, assim, ser utilizada em diferentes momentos, valendo-se o(a) professor(a) de diversos recortes possíveis, selecionando um determinado período, um contexto, uma fase da história do país. Selecionando alguns períodos da História do Japão é possível seu uso na geografia, destacando-se as alterações provocadas pela presença humana no espaço geográfico através do tempo.
Aproveitamos para destacar que num primeiro momento saltam aos olhos as diferentes paisagens exploradas pelas HQ's. Estas podem ser úteis para o estudo da geografia, e devemos explorá-los em sala de aula. Porém, outras questões pertinentes à disciplina se fazem presentes em diferentes quadrinhos, como o recurso das escalas, ou seja, diferentes tamanhos de um lugar para mostrar detalhes. Temos os símbolos gráficos,  a perspectiva, os diversos ângulos que estão presentes nos quadrinhos, as paisagens, o espaço natural e os espaços geográficos, sejam eles urbanos ou rurais, contemporâneos ou antigos. Destacar os elementos visuais utilizados para demarcar cada um deles. (Cf. RAMA, 2016)
Para focarmos na proximidade entre o Japão e o Brasil podemos fazer uso da obra “Banzai!: História da imigração japonesa no Brasil”, publicada em 2008 em comemoração ao centenário da imigração japonesa no Brasil. Esta HQ oferece a oportunidade de pensarmos a imigração, as relações culturais e sociais entre Brasil e Japão, aproximando estes dois mundos.
Sobre o contexto da Segunda Guerra Mundial, destacamos obras que abordam a perspectiva do Japão no conflito, oferecendo um contraponto as versões dos aliados. Partindo de vidas de pessoas comuns que se viram envolvidas nos trágicos eventos resultantes deste conflito temos a obra “Zero eterno”. Com cinco volumes retrata o mundo dos kamikazes, envolvido em seus modos de pensar e seus valores. Em “Gen, pés descalços”, com por dez volumes, e “Hiroshima, a cidade da calmaria” podemos refletir sobre o uso da bomba atômica e seus efeitos sobre o Japão. Relata os efeitos diversos gerados nas vidas das pessoas e no espaço urbano. Possibilita reflexões sobre os traumas, perdas humanas (amigos, família etc.), memórias, lembranças. Tratando-se de obras volumosas, podemos fazer recortes, utilizando algumas passagens previamente selecionadas, evidentemente que isto dependerá da abordagem proposta pelo(a) professor(a). Outra possibilidade é trabalhar as representações étnicas. Oportunizar uma análise tanto das imagens que representam o japonês quanto as atitudes descritas nas histórias. Para este objetivo indicamos a utilização da HQ “O Fantasma via à guerra”, que ambientaliza-se na invasão japonesa em Bengala. Explorar as diferentes maneiras de como o japonês é representado nestas obras.
Para abordarmos o Oriente Médio indicamos “Persépolis”. Retrata as mudanças ocorridas na vida de Marjane Satrapi, com a eclosão da Revolução Iraniana de 1979. Trata-se de uma autobiografia e através da vida da personagem podemos evidenciar as mudanças ocorridas na vida cotidiana de pessoas comuns. Dito de outra maneira, conhecemos as mudanças políticas e religiosas ocorrida no Irã pelos olhos da protagonista desta HQ. Um país vivenciando uma mudança cultural, política e social. Conhecemos alguns tópicos do islamismo, da sua cultura, regras e vestimentas.
Ainda sobre o Oriente Médio temos “O árabe do futuro: uma juventude no Oriente Médio (1978-1987)”.  Obra em três volumes que aborda a vida de uma família na Líbia de Kadafi e na Síria de Hafez al-Assad. Assim como em Persépolis, nesta obra podemos ter contato com a as mudanças ocorridas na Líbia e na Síria através das percepções desta família.
Contando a história de mulheres no Iêmen, a obra “O mundo de Aisha: a revolução silenciosa das mulheres do Iêmen” de Ugo Bertotti, conta a trajetória de cinco mulheres partindo de entrevistas e imagens produzidas pela fotojornalista Agnes Montanari. Esta HQ oferece uma reportagem através dos quadrinhos. Sob o niqab muitas histórias, um mundo a descobrir, as relações sociais daquele país, os costumes, tendo nos quadrinhos uma forma de resistência e esperança para estas mulheres obrigadas a se casarem ainda muito jovens.
Ainda sobre o Oriente Médio, especificamente sobre os judeus, indicamos “A história dos Judeus: uma história de 4.000 anos”, de 2009. Nesta obra temos um conhecimento geral da história deste povo, dos primórdios até a atualidade. Também pode ser utilizada em diversos momentos da Educação Básica, por oferecer um leque temporal bem amplo. O mesmo pode ser aplicado à geografia, questão de limites, fronteiras, composição do espaço geográfico.
Com Joe Sacco, nascido em Malta em 1960, temos os quadrinhos jornalísticos. Suas obras nos permitem conhecer o horror dos conflitos entre judeus e palestinos, entre outros. Uma obra singular para o estudo da geopolítica. De sua autoria mencionamos “Palestina: uma nação ocupada”; “Palestina: na Faixa de Gaza”; “Notas sobre Gaza”, “Palestina” e “Reportagens”, esta última reunindo várias HQ, podemos fazer uso das reportagens sobre o Iraque e Território Palestinos. Temos referências sobre a vida nos campos de refugiados, por exemplo.
Mais recentemente encontramos no mercado editorial brasileiro obras sobre relatos de viagens no formato quadrinhos. Estas podem servir como recursos a serem explorados nas aulas de geografia, mas não exclusivamente, claro. Menciono quatro obras publicadas por Guy Delisle, quadrinhista canadense nascido no Quebec em 1966, ue esteve em diferentes regiões do Oriente motivada pelo trabalho e que lançou suas percepções sobre estes lugares através de HQ's. Entre elas temos: “Crônicas de Jerusalém”, “Shenzhen: uma viagem à China”, “Pyongyang: uma viagem à Coreia do Norte” e “Crônicas Birmanesas”. Podemos utilizá-las para estudar questões associadas aos países, regiões, temáticas, porém devemos ter sempre em presente que trata-se de relatos pessoais e que não estão isentos de subjetividades, percepções ocidentais. Mas, usadas com embasamento teórico e metodológico, podem fomentar ricas discussões, aprendizados e conhecimentos diversificados.
Apontamentos finais
Para concluir, ressaltamos que nosso propósito foi oferecer um leque de materais disponíveis no mercado editorial nacional em português com os quais podemos abordar inúmeras questões tendo o Oriente como referência. Aproximando o estudante brasileiro de outras realidades. Oportunizando sua reflexão sobre seus preconceitos em relação aos povos, culturas, tradições referentes ao Oriente, e que possa reconstruir seu olhar sobre este espaço do globo terrestre. Que façam uso da alteridade. Enfim, que seja permitido aos estudantes perceberem que não existe um Oriente, e sim múltiplos. Que estes englobam uma diversidade cultural, linguística, religiosa, com organizações políticas distintas, com tradições diversas. Que o reducionismo ao Oriental, no singular, é uma fabricação ocidental.
Enfim, que o recurso dos quadrinhos em sala de aula possa funcionar como um espelho, ou seja, que as HQ's possam servir para enxergar o outro e se enxergar nesta diversidade que nomeamos mundo. Que os quadrinhos possam proporcionar reflexões sobre a memória e seus usos, as formações das identidades. Que contribuam para pensarmos sobre o lugar, a região, a nação, países, enfim, os espaços geográficos e suas fronteiras, muitas vezes locais de tensão e conflitos entre povos. E, por que não, pensar a atualidade, principalmente no que diz respeito as migrações modernas, promovendo reflexões os motivos que contribuem para que pessoas, famílias, grupos resolvam deixar seus locais de origem e tentar nova vida em outras partes do mundo, como o Brasil, por exemplo.
Referências
Fabian Filatow
Licenciado, bacharel, mestre em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutor em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professor de História na Prefeitura de Esteio (RS), series finais do ensino fundamental. Professor de História na rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul, Ensino Médio.
BERTOTTI, Ugo. O mundo de Aisha: a revolução silenciosa das mulheres no Iêmen. São Paulo: Nemo, 2016.
DALCASTAGNÈ, Regina (org.). Histórias em quadrinhos: diante da experiência dos outros. Vinhedo, SP: Editora Horizonte, 2012.
DELISLE, Guy. Crônicas Birmanesas. 2ª Ed. Campinas, SP: Zarabatana Books, 2014.
DELISLE, Guy. Crônicas de Jerusalém. Campinas, SP: Zarabatana Books, 2012.
DELISLE, Guy. Pyongyang: uma viagem à Coreia do Norte. Campinas, SP: Zarabatana Books, 2007.
DELISLE, Guy. Shenzhen: uma viagem à China.  Campinas, SP: Zarabatana Books, 2009.
EBINE, Kazuki. Gandhi: uma biografia em mangá. São Paulo: Tambor Digital; Case Editorial, 2014.
FALK, Lee; MOORE, Ray; MCCOY, Wilson. Fantasma vai à guerra. Rio de Janeiro, Ediouro Publicações, 2014.
HYAKUTA, Naoki. Zero Eterno. São Paulo: Editora JBC, 2015. 5 vols.
KOUNO, Fumiyo. Hiroshima: a cidade da calmaria. São Paulo: Editora JBC, 2010.
KUNWU, Li; ÔTIÉ, P. Uma vida chinesa. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2017. 3 vols.
MACK, Stanley. A história dos judeus: uma aventura de 4.000 anos. São Paulo: Via Lettera, 2009.
MENDONÇA, João Marcos Parreira. Biografias em quadrinhos. In: VERGUEIRO, Waldomiro; RAMOS, Paulo (orgs.). Quadrinhos na educação: da rejeição à prática. 1ª ed. 2ª reimp. São Paulo: Contexto, 2015, p. 43-72.
NAKAZAWA, Keiji. GEN pés descalços. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2011. 10 vols.
OHTA, Hisashi. A história de Buda em mangá. São Paulo: Editora Satry, 2011.
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RAMA, Angela. Os quadrinhos no ensino de geografia. In: BARBOSA, Alexandre; RAMOS, Paulo et al. (orgs). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. 4ª ed. 3ª reimp. São Paulo: Contexto, 2016, p. 87-104.
RAMOS, Paulo. A leitura dos quadrinhos. 2ª ed. 2ª reimp. São Paulo: Contexto, 2018.
SACCO, Joe. Notas sobre Gaza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
SACCO, Joe. Palestina: na Faixa de Gaza. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2005.
SACCO, Joe. Palestina: uma nação ocupada. Conrad Editora do Brasil, 2000.
SACCO, Joe. Palestina. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2011.
SACCO, Joe. Reportagens. São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2016.
SAIWAI, Tetsu. Dalai Lama: uma biografia em mangá. São Paulo: Tambor Digital; Case Editorial, 2014.
SATO, Francisco Noriyuki (coord.). História do Japão: origem, desenvolvimento e tradição d eum país milenar. São Paulo: Improta Gráfica e Editora Ltda, 1995.
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SATRAPI, Marjane. Persépolis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
SATTOUF, Riad. O árabe do futuro: uma juventude no Oriente Médio (1984-1985). Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015. vols. 01, 02 e 03.
VERGUEIRO, Waldomiro. A linguagem dos quadrinhos uma “alfabetização” necessária. In: BARBOSA, Alexandre; RAMOS, Paulo et al. (orgs). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. 4ª ed. 3ª reimp. São Paulo: Contexto, 2016.
VILELA, Túlio. Os quadrinhos na aula de História. In: BARBOSA, Alexandre; RAMOS, Paulo et al. (orgs). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. 4ª ed. 3ª reimp. São Paulo: Contexto, 2016, p. 105-129.

41 comentários:

  1. Bem, gostaria de fazer algumas breves indagações acerca do conteúdo abordado. Segundo os Parâmetros curriculares nacionais para o ensino de história, os alunos devem primeiro compreender suas vivências do cotidiano para a partir desse processo obter uma noção maior de tempo e espaço, e fazer relações com outros tempos históricos, gostaria de compreender, como é para você poder aproximar esse conhecimento do oriente,muito rico, que também se encontra distante da realidade dos alunos por meio de algo lúdico como os mangás e HQS? Como isso pode transformar a realidade dos discentes, é qual a importância dessa construção de conhecimento na busca de compreender outras culturas diferentes das que temos aqui no Brasil, por parte dos alunos?

    Assinado: Amanda Falcão

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    1. Olá Amanda, tudo bem?
      Os PCNs indicam esta abordagem do local, do cotidiano e depois o macro. Nas instituições que leciono esta fase - local e cotidiano - dá-se até o quinto ano. A partir do 6º Ano, na disciplina de História, a abordagem é da Pré-História até o início da Idade Média, bem convencional. Abordando diversas civilizações antigas (Ásia, África, América, Oriente Médio). Foi buscando dar maior significado e obter o interesse dos educandos que me aventurei no mundo dos quadrinhos. Na verdade percebi que eles e elas liam HQ's (Mangás incluído) no ambiente escolar, busquei uma aproximação destas leituras e comecei a introduzir este material ou recurso didático nas aulas. Neste sentido, buscando responder sua questão, busco aproximar o distante, ou seja, trazer para o mundo que eles demonstram interesse - quadrinhos - um conteúdo que de outra forma seria algo distante e até desconectado das suas realidades. Abordando mundos diferentes que nomeamos Oriente podemos introduzir as diferenças entre culturas - tirando a velha noção de uma cultura superior a outra - apenas diferentes em tempos e espaços distintos, seus inventos, as soluções propostas para cada diversidade etc. Além disso, contribui para que estes estudantes compreendam a cultural brasileira, formada por uma diversidade étnica, que inclui a contribuição de povos do Oriente, principalmente com as migrações atuais. Abraço.

      Fabian Filatow

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  2. Olá, Fabian! Primeiramente quero parabenizá-lo pelo texto, trouxe uma reflexão importante sobre outra possibilidade de ensino-aprendizagem, tanto para História quanto para Geografia, que é o uso de quadrinhos em sala de aula. Também já busquei trabalhar com uma metodologia parecida no decorrer de minha trajetória docente, porém, na ocasião, em outras disciplinas. Posto isso, pergunto-lhe: Com base em suas experiências vivenciadas, quais são as suas perspectivas (dificuldades, acertos, erros) quanto ao ensino de História do Oriente a partir do uso de HQs, mangás etc.? Você notou sensíveis avanços? Se puder relatar brevemente, agradeço.

    Att.,
    Fábio Alexandre da Silva

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    1. Olá Fábio Alexandre, tudo bem com você?
      Agradeço pelas palavras de incentivo. Realmente, o uso das HQ's em sala de aula pode ser um excelente recurso para o ensino-aprendizagem, mas é bem exigente tanto na elaboração quanto na execução. Tentando responder a sua pergunta: Bem, eu diria que tenha tido sucesso em alguns momentos, não foi tudo cem por cento todas as vezes, sala de aula é sempre um laboratório repleto de muitas variáveis. Dificuldades: nas primeiras vezes que utilizei HQ's em aula fiz uma abordagem partindo dos títulos que eu gostava, sem questionar os estudantes, isso pode ter contribuído para uma frustração, minha e dos estudantes. Na segunda rodada fiz um levantamento prévio dos títulos de interesse dos estudantes, quem gostava, quem entendia, pois também acreditava que todos e todas gostavam de HQ's e que sabiam como realizar uma leitura produtiva, diferente da leitura proposta em aula, mais crítica e investigativa (no sentido de "descobrir" novas culturas, seus elementos etc.). Outra barreira que posso relatar foi fazer uso de HQ's iguais para a turma toda, ler a HQ's inteira - faltou tempo, muitos cansaram etc. Enfim, com o passar do tempo e das tentativas fui abordando metodologias diferenciadas, HQ's diferentes (temáticas China, Japão, Índia, Coréia do Norte, Oriente Médio etc.) divididas em grupos, com recortes previamente selecionados a partir dos quais os estudantes deveriam produzir os resultados (trabalhos que foram apresentados aos demais colegas de classe). Enfim, oportunizou-se uma rodada - que chamei de viagem pelos diferentes Orientes - sobre povos, culturas, lugares, nações, vestimentas, gastronomia, religião etc. mas mantendo o foco no Oriente. Cada grupo buscou ampliar seus conhecimentos realizando pesquisas sobre sua temática, o que gerou um significativo avanço sobre seus conhecimentos sobre os Orientes. Um detalhe relevante, algumas indicações foram dadas para orientá-los, nas a busca pelos temas de pesquisa foram livres. Permitindo que cada membro ou grupo buscasse ampliar um tópico de seu interesse. Surgiram abordagens sobre vestimentas, culinária, evolução dos idiomas (Chinês principalmente), imagens de lugares, religiões, dança entre outros. Enfim, destaco como principal ponto de avanço a oportunidade de explorar as próprias pesquisas e interesses dos estudantes (muitos nem sabiam que teriam este interesse - relato de alguns estudantes) para refletirmos sobre conteúdos previstos na grade curricular. Tornando-se uma porta de acesso, um ponto de diálogo, uma referência para que os estudantes estejam mais inteirados dos assuntos trabalhados em sala de aula. Forte abraço.

      Fabian Filatow

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    2. Nossa, que rico! Muito obrigado por possibilitar essa troca de conhecimento e experiência. Certamente vou me utilizar dessas orientações.

      Abraços,
      Fábio Alexandre da Silva

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  3. Olá Fabian, gostaria de parabenizá-lo pelo trabalho e sugerir um outro tipo de fonte, produzida no Japão, que são os animes (derivados dos mangás), creio que além de explicar aspectos relacionados ao Japão feudal principalmente, poderá abordar assuntos de outras culturas e povos.
    Assinado: Leonardo Silva Aguirre

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    1. Olá Leonardo Silva Aguirre.
      Obrigado pela sugestão. Devo confessar que não conheço muito o universo dos animes, tenho que estudá-los. Abraço.

      Fabian Filatow

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  4. Boa tarde! Parabéns pelo texto. Creio que o uso de quadrinhos em sala de aula auxilie muito a desfazer conceitos, muitas vezes equivocados, dos alunos - como indicado no texto. Gostaria de saber se você utiliza outros materiais de apoio, uma vez que a maioria dos livros didáticos trata o Oriente de forma superficial e generalizada.


    Ana Paula Sanvido Lara

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    1. Olá Ana Paula, tudo bem?
      Sobre materiais realmente é bem reduzido nos livros didáticos disponíveis no mercado brasileiro. Faço uso de bibliografias, mas faço adaptações destes textos para os estudantes - pois estes estão no 6° Ano do Ensino Fundamental ou no Primeiro Ano do Ensino Médio, em ambos os casos estamos lidando com uma crise de leitura. Outro recurso que utilizo é selecionar em diversos livros didáticos temas sobre diferentes países do Oriente e construo um portifólio temático. Busco artigos de especialistas que estão disponíveis na internet (Revistas acadêmicas, por exemplo, mas sempre fazendo as devidas adaptações e recortes para o público alvo). Por fim, gostaria de salientar que o tempo de cada abordagem em sala de aula real ou seja, escola de ensino fundamental e médio, com públicos que não estão lá por livre escolha, que não almejam ser historiadores(as), menos ainda do Oriente antigo, dependerá muito do fôlego de cada turma. Não podemos sufocá-los e passar o ano todo na mesma temática, mas aproveitar alguns destes momentos para quebrar alguns preconceitos sobre o Oriente(s). Pode-se escolher um lugar ou povo específico e fomentar muitas discussões que podem servir de base para a releitura de outros povos. Abraço.

      Fabian Filatow

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  5. Olá Fabian Boa tarde, gostaria de lhe fazer uma nova pergunta, como você acredita que os outros profissionais da escola, pais de alunos, pessoas que participam do processo educacional vêem essa sua metodologia de trazer mangás e HQS que por alguns pode ser visto como algo que é “perca de tempo" e que não acrescenta em nada na formação do indivíduo, como essas tais pessoas participantes do processo vêem sua metodologia de ensino?

    - Amanda Falcão

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    1. Salve Amanda Falcão.
      Muito oportuno o seu questionamento.
      Realmente, quem se aventura com o uso de HQ's em sala de aula deve estar pronto e bem fundamentado (teórica e metodologicamente) para responder possíveis enfrentamentos contrários (inclusive de colegas professores!).
      Atualmente vejo uma maior aceitação das HQ's em sala de aula, como recurso de ensino-aprendizagem. Não tive nenhum problema de negação ou não aceitação por parte de pais, equipe pedagógica, nas instituições onde leciono, pelo contrário, a proposta foi bem acolhida. Fizemos, inclusive, uma apresentação na Feira de Ideias da escola, com grande aceitação da comunidade (os estudantes produziram abordagens temáticas em forma de quadrinhos, contando histórias sobre o Oriente, foi bem interessante e deu visibilidade para a metodologia, demonstrando resultado prático, o protagonismo dos estudantes etc.). Mas acredito que esta visão preconceituosa sobre as HQ's ainda persista, infelizmente. Uma possibilidade que possa ter contribuído para a aceitação e não propiciar a visão de "perda de tempo" foi a escolha das HQ's. Cada uma que utilizo, como citadas no artigo, estão diretamente relacionadas com os conteúdos da grade curricular. O uso da HQ's em sala de aula deve ser percebido como qualquer outro recurso didático, uso de fotos, fontes materiais, revistas, jornais, filmes, música etc. É mais um recurso que pode contribuir para a aprendizagem. Grande abraço.

      Fabian Filatow

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  6. Olá, Professor Fabian.
    Primeiramente gostaria de lhe parabenizar pelo presente trabalho, este que abre novos ramos para o ensino. Bem sabemos que muitos jovens têm contato com esse tipo de leitura, todavia esta é para fins de entretenimento, que meios o senhor usaria para com que a leitura de um mangá ou HQ não se desvinculasse do objetivo de ampliar os horizontes sobre o oriente medio?, e se é possível usar HQs ou mangás mais de personagens mais "conhecidos" (como heróis) para os estudos.

    Atenciosamente,
    Matheus Velho

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  7. Olá Matheus Velho, tudo bem com você?
    Agradeço pelo incentivo.
    Realmente, muitos estudantes gostam de HQ's, Mangás. Quando introduzi estes materiais em sala de aula escutei (e ainda escuto): "Oba! hoje não tem aula, só vamos ler gibi!" Então devemos ter uma metodologia que mantenha o foco no conteúdo que pretendemos desenvolver, na abordagem que queremos dar a leitura, ao trabalho. Isso não é nada fácil. Mas com venhamos, esta não é uma questão somente das HQ's em sala de aula, é praticamente de todos os temas a serem estudados nas aulas de História. Quero dizer com isso que devemos ter um bom fundamento teórico sobre o uso dos quadrinhos em aula, uma metodologia adequada e um plano de aula bem estruturado. Assim, faço uso de objetivos: divido a turma em grupos, distribuo tarefas que devem ser executadas pelos estudantes e estas devem compor um resultado prático (pode ser uma apresentação oral, um cartaz, um jornal, um texto, uma HQ's construída pelo grupo, uma apresentação em Power Point, etc., depende dos recursos disponíveis e do público alvo) sempre partindo dos quadrinhos (muitas vezes os quadrinhos fazem a função da "fonte histórica", pois é o primeiro contato com temáticas específicas do Oriente) tendo um roteiro prévio e um prazo estipulado para o desenvolvimento do projeto/aula.
    Especificamente sobre o Oriente Médio escolheria quadrinhos específicos que abordassem temáticas desta região, cultura, religião, conflitos, descobertas científicas, mitologias, literatura etc. Claro que vai depender do período (antiguidade, contemporâneo) que você pretende abordar do Oriente Médio, como região, um país específico, uma cultura específica.
    Sobre o uso de Mangás ou HQ's de personagens mais conhecidos - heróis como você mencionou, acredito ser possível. Eu reconheço que desconheço quadrinhos de heróis que tenham como cenário o Oriente Médio, mas alguém já deve ter produzido, basta procurar. O que me ocorre neste momento é o Capitão América, o Fantasma, que em algumas histórias estão em épocas e lugares diferentes, pode ser uma saída. Outro exemplo que me vem a mente é o TinTim que em alguns volumes suas aventuras se passam no Oriente Médio, como por exemplo "O Caranguejo das pinças de Outro" e "Tintim no país do Ouro Negro". Caso você tenha outras referências tenho interesse em conhecer. Espero ter contribuído um pouco com sua dúvida. Grande abraço e sucesso!

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  8. Qual ano (primeiro, segundo ou terceiro) do Ensino Médio você obteve mais retorno positivo?

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    1. Olá Thaís Aragão.
      Permita-me responder em duas etapas. Primeira: olhando pelo desenvolvimento dos trabalhos, empenho dos estudantes e a existência de um contato prévio com o uso das HQ's na sala de aula, afirmo que o maior resultado positivo ocorrem com os estudantes do 3º Ano. Pois leciono para eles nas três séries do Ensino Médio. Além disso, eles estão envolvidos com ENEM, Vestibular, questões mais contemporâneas etc., o que contribui para o desenvolvimento da proposta. Porém, devo destacar os resultados com os iniciantes do 1º Ano, sendo que meu público na sua maioria é oriunda da EJA (Ensino Fundamental), noturno, estudantes que apresentam grande dificuldade (diria resistência) em se interessar pela temática da História Antiga (conteúdos da série em História), assim, as HQ's possibilitam um meio de "pescá-los" para o meu objetivo, conhecimento sobre o Oriente antigo e desta forma consigo alguns bons resultados, claro que não é cem por cento, longe disso, mas consigo ter maior atenção e envolvimento do que no tempo que ficava somente no livro didático e com aula no quadro (cópia). Outra contribuição que destaco é a prática da leitura (texto e símbolos - arte desenhada). Abraço.

      Fabian Filatow

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    2. Muito obrigada e parabéns pelo trabalho!

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  9. Sabemos que é desafiador o ensino de história no país e métodos como este abordado em seu projeto. É muito significativo pois dinamiza a construção do saber no processo ensino-aprendizagem. Mais como inserir este projeto nas escolas, levando em consideração que a maioria dos educandos não conseguem compreender a própria cultura?
    Mateus da Conceição Santos

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    1. Olá Mateus Santos, tudo bem com você?
      Diria que ensinar neste país é desafiador! O uso dos quadrinhos (pelo artigo pode-se perceber que são temáticos e específicos, não são os que a maioria dos estudantes estão acostumados a ler) na verdade tem a função, na minha proposta, de funcionar como um provocador, olhando para o distante, para o outro, para as outras culturas, seus hábitos, significados etc., se faz o olhar inverso, olha-se para o nosso local, para a nossa cultura (escola, bairro, estado ou país). Principalmente nos dias atuais onde o Brasil é destino para muitos imigrantes (inclusive do Oriente). Tento fazer com que os estudantes compreendam que existem culturas diferentes, inclusive a nossa para os demais povos do Oriente, por exemplo. Enfim, caro Mateus, com este trabalho almejo provocar que cada estudante se coloque no lugar do outro. E aproveito para inserir esta prática valendo-me do próprio plano de estudo que insere o estudo do Oriente no currículo, apenas abordo-o com esta metodologia do uso das HQ's. Espero ter contribuído para responder seu questionamento. Abraço.

      Fabian Filatow

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  10. Professor Fabian quais seriam os maiores desafios do processo de lecionar utilizando - se desse método mais prazeroso de leitura com HQ's e mangás, como acontece a recepção por parte dos alunos se eles ficam entusiasmados e trazem novas opções de leitura para compartilhar em sala, e pra finalizar teria opções de HQ's para se trabalhar em outros períodos históricos como por exemplo história da África?

    - Amanda Falcão

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    1. Oi Amanda Falcão.
      A questão do entusiasmo é algo difícil de afirmar, pois alguns estudantes ficam bem animados(as), outros(as) pegam gosto com o desenvolvimento do trabalho em aula e outros(as) fazem por obrigação mesmo, mas não gostam, faz parte! Com os "pequenos", principalmente os dos 6º Anos, a receptividade positiva é mais evidente. Muitos estudantes gostam e leem HQ's, trazem para sala e mostram, alguns títulos conheci através deles! Toda vez que faço uso desta metodologia fico a par de novos lançamentos. E, na medida do possível, insiro uma ou outra sugestão oriunda dos estudantes no projeto, isto dá um retorno muito bom, reconhecimento, participação, eles se sentem valorizados, dá um estímulo para a leitura para além da sala de aula. Esta troca é fundamental. Meus conhecimentos de HQ's sobre a África são limitados. Conheço a obra em HQ intitulada "Aya de Yopougon" (volumes 1, 2 e 3). Retrata a vida de jovens na Costa do Marfim. Está publicada no Brasil e em português. Já utilizei em aula com o Ensino Médio, para o fundamental recomendaria um maior cuidado pela temática. Outra dica, talvez já conheça, é "As aventura de Tintim na África" (a primeira versão trazia o título Tintim no Congo), publicada pela Companhia das Letras e Record, em português. Esta obra retrata o colonialismo Belga na África, mas pode ser uma possibilidade. Como complemento, indico a obra "A Herança Africana no Brasil", de Daneil Esteves, Wanderon de Souza e Wagner de Souza. Obra publicada pela Ed. Nemo. Trata da cultura africana no Brasil. Talvez seja útil para o que está elaborando. Espero que tenha muito sucesso! Forte abraço.

      Fabian Filatow.

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  11. Bom dia, prof. Fabian!
    “... que o recurso dos quadrinhos em sala de aula possa funcionar como um espelho, ou seja, que as HQ's possam servir para enxergar o outro e se enxergar nesta diversidade que nomeamos mundo.”
    Suas palavras me fazem refletir e afirmar que: O docente é aquele que impulsiona, que motiva o ensino-aprendizagem e que HQ’s podem ser inseridas nas aulas como um excelente recurso didático, como uma válida ferramenta educativa. Como poderíamos “empolgar” os professores a se valerem das HQ’s como algo inovador nas salas de aula?
    Obrigada e parabéns pelo texto.
    Celiana Maria da Silva.

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  12. Excelente texto e iniciativa professor! Fiquei empolgada para entrar em contato com todas essas obras sugeridas. Enfim, as HQ's tem mesmo essa potencialidade de nos resportar à algum espaço-tempo histórico, e o Oriente através dos quadrinhos é uma ótima proposta para ser utilizada em sala de aula. No final de minha adolescência tive contato com os mangás, e agora graduanda em História, após uma atividade que procurava apresentar as HQ's como objetos passíveis de análise histórica, percebo que tanto os quadrinhos, como os mangás podem ser explorados no ensino, nesse sentido, quanto ao estudo do Oriente, esse trabalho torna-se ainda mais rico, especialmente com os mangás que trazem traços característicos da cultura oriental japonesa. Descobri também, que existem mangás que abordam tanto episódios da história japonesa como o Gen, pés descalços e Hiroshima- a cidade da calmaria, citados no texto, assim como outros que tratam sobre outros contextos históricos, Versailles no Bara sobre a Revolução Francesa e Adolf que tem com personagem principal Adolf Hitler. Agradeço pelas outras sugestões dispostas no texto e elogio excelente texto, como futura docente acredito que sua iniciativa inspire outros docentes.
    Entretanto a ludicidade de tal objeto pode servir de distração, dessa maneira, como o professor poderia equilibrar o uso das HQ's,com vistas à não fugir do real objetivo que é a aprendizagem histórica?

    Rosiangela Campos Picanço

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    1. Olá Rosiangela Campos Picanço, tudo bem com você?
      Obrigado pelas palavras de incentivo.
      Realmente, existem muitas HQ's que podem ser utilizadas em sala de aula como recurso didático para o ensino-aprendizagem. Claro que sempre devemos estar ancorados com a teoria e metodologia adequadas, isso vai depender do que se tem em mente para trabalhar, objetivos.
      Sobre a sua questão, realmente devemos estar atentos para não deixar a aula "fugir", ou seja, perder o foco do objetivo proposto. Mas também não podemos ficar limitados, em alguns momentos nos "perdermos" nas divagações dos estudantes pode promover um grande crescimento para o projeto, para o educador(a), para os estudantes. Permitir experimentações, divagações, diálogo pode gerar resultados não esperados, não imaginados quando elaboramos um projeto. Penso numa pesquisa acadêmica, elabora-se um projeto de pesquisa, tudo certinho, no final, a dissertação ou tese é algo completamente diferente. O mesmo pode ocorrer com a aula.
      Mas vamos lá, mais direto: não vejo a ludicidade como problema, pois devemos ter os mesmos cuidados que teríamos com o uso de outros materiais, como por exemplo, jogos de tabuleiro, músicas, filmes, postais etc. Se a proposta estiver bem estruturada, construída, o resultado será positivo, inclusive devido a ludicidade do material que atrai os estudantes para um universo com o qual estão habituados (a maioria, ou alguns pelo menos, isso vai depender do público que está na sala de aula). Abraço e sucesso na sua carreira.

      Fabian Filatow

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  13. Olá Celiana Maria da Silva, tudo bem com você?
    Obrigado pelas palavras e pelo incentivo. Concordamos, o docente motivado realiza coisas fantásticas, por isso devemos lugar sempre pelo respeito aos educadores e em defesa da educação.
    Você tocou num ponto delicado, os colegas professores. Realmente, faz toda a diferença quando temos um grupo que abraça uma causa, uma metodologia, um sonho. A troca entre os diferentes olhares científicos, o enriquecimento que provoca é fabuloso. Pena que muitos colegas não estão muito motivados, a realidade do chão da escola pode ser muito dura. Mas sempre acreditei que devemos arriscar com novas maneiras de abordar conteúdos, do ensino-aprendizagem. Certamente os estudantes ganham com as novas propostas, mas o educador é quem ganha mais, pois criamos movimento na nossa prática cotidiana, ganha-se um novo "gás" para tocar a empreitada. Algumas fezes consegui dialogar com outros colegas, português, artes (muitas vezes), ciências, geografia. Mas são casos mais isolados. Não há uma receita pronta, tem que conversar com os demais colegas e pedir ajuda, trocar ideias, elaborar uma abordagem em comum, mesmo que seja em um projeto curto, com tempo determinado (exemplo: duas semanas) e que o resultado seja satisfatório para as disciplinas envolvidas. Uma leitura de uma HQ pode contribuir para a criação de uma HQ dos alunos com recursos das técnicas da Arte, com narrativas (Português ou outro idioma até!), localizando outros partes do planeta (fazendo uso dos saberes da Geografia), pensamento de outros povos (Filosofia - Sociologia). Espero que tenha contribuído um pouquinho. Abraço.

    Fabian Filatow.

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  14. Gostaria que você falasse um pouco mais sobre o desafio de pensar as HQ´s como fontes históricas no ensino, indo para além do uso ilustrativo e descontextualizado - prática essa que infelizmente é bastante usual na educação básica. Obrigada
    Jeane Carla Oliveira de Melo

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    1. Olá Jeane Mello. Tudo bem?
      Você tocou numa questão que para mim é importante, que venho pensando a algum tempo e ainda está em construção: HQ's como fontes históricas. Já ouvi muita coisa quando me arrisco a expor está perspectiva. Mas o ser humano fabrica e o resultado pode ser pensado como fonte histórica. Esta fonte deve ser questionada, interrogada. Assim, penso nas fotografias, nos jornais, na música, dos Processos Crimes, inventários etc., todos estes documentos (ou Fontes Históricas) foram sendo construídos pelo historiador pesquisador para responder a um problema formulado. Neste sentido também me pergunto: as HQ's estão no tempo e no espaço, expressando uma cultura(s), uma ideologia, um pensamento etc. não poderia ser ela também questionada pelo(a) historiador(a)? Acredito que sim, pois a HQ que chega até nós foi pensada, formulada, produzida, teve um objetivo, um público alvo etc. Uma mídia de massa, de amplitude imensa. Enfim, temos atualmente vários títulos que abordam temas contemporâneos, mas que não constavam nos títulos de duas ou três décadas atrás. Estão dando visibilidade a temáticas atuais. Pelo olhar inverso, temos quadrinhos de cunho histórico que foram produzidos nos anos de 1950, 1960 1970 do século XX, por exemplo, que fazem exaltação de grandes heróis, líderes, biografias tradicionais. Bem diferente das que temos no mercado atualmente. Só uma comparação entre estas versões já renderia uma maravilhosa discussão historiográfica. Espero ter ajudado com seu questionamento. Abraço.

      Fabian Filatow

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  15. Gostaria de parabenizá-lo pelo trabalho riquíssimo, com certeza deve ser disponibilizado para que outros professores tenham acesso.
    Eu também lido com o desinteresse de muitos alunos, o que é uma realidade em nossa sociedade, e vejo a utilização dos quadrinhos como uma ferramente que desperta a atenção deles.
    Minha dúvida é com relação a alunos atípicos, com autismo, por exemplo, se sim, como é a experiência deles com esse instrumento, como você trabalha eles?
    Obrigada pela atenção.
    Fernanda Pereira dos Santos.

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    1. Olá Fernanda Pereira dos Santos, tudo bem?
      As inclusões vieram para ficar e tornar a escola aberta e acessível para todos e todas. Mas na realidade muito do trabalho inclusivo está a cargo unicamente do professor(a), fato que pode ser muito desgastante. Falta investimento, recursos, etc.
      Nas instituições em que leciono atentemos um elevado número de inclusões, autistas inclusive. Mencionarei duas experiências distintas. Em anos passados tive um autista que não se comunicava, não respondia a nenhuma tentativa pedagógica. Realizamos o trabalho com as HQ's, mas reconheço que não tive sucesso, faz parte do aprendizado de ambos. Ano passado tive um estudante do 6º Ano, com um outro grau de autismo, se comunicava, gostava de leitura e desenhos. Realizamos o projeto e ele teve uma boa participação, porém foram necessárias adaptações, por exemplo, ele expressava tudo na forma de HQ's, ou seja, ele reconstruía com desenhos e pequenos textos o que estava lendo nos quadrinhos. Foi mais um valioso momento de aprendizado. Estas, até o momento, foram minhas experiências diretas com autistas. Espero que tenha contribuído. Abraço.

      Fabian Filatow

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  16. Olá Prof. Fabian? Tudo bem? Adorei seu texto. Fiquei pensando... Vc tem alguma dica de como trabalhar a leitura dessas obras em sala? Dado o numero de alunos que normalmente não consegue acesso às obras, a não ser via biblioteca? Abraço!

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  17. Olá J.
    Infelizmente nas bibliotecas escolares existem poucos (diria raros) exemplares de HQ's (principalmente quando não são os mais conhecidos, populares, temáticos, caros!). Para enfrentar esse problema, de como os estudantes teriam acesso aos quadrinhos, experimentei algumas possibilidades.
    1ª) Para trabalhar sobre o Holocausto eu comprei vinte exemplares de uma mesma HQ e trabalhei com as turmas realizando leituras na sala de aula em duplas. Foi bacana, mas tive problemas: tive que desembolsar um valor relativo, o que não dá mais para refazer, infelizmente. Carregar os exemplares era bem complicado. Tinha que levá-los para todas as aulas e turmas diferentes. O tempo de leitura ficou muito longo (o ideal seria que os estudantes levassem os exemplares para casa, mas teriam que existir muitos exemplares a mais). Valeu como experiência, mas não faço mais dessa forma. (Salvo oficinas: com público reduzido)
    2ª) Passei a fazer cópias de partes de HQ's que desejava trabalhar, dividindo a turam em pequenos grupos temáticos, consegui obter uma leitura mais eficiente em menos tempo e tocar o projeto.
    3ª) Ao longo do tempo venho adquirindo exemplares diversos de HQ's, como as que foram elencadas no artigo. Faço pequenos grupos (isso poderá ser reelaborado pelo professor/professora - pode ser individual, duplas, etc.) e distribuo exemplares diferentes, mas que contenham um mesmo núcleo temático (China, Japão, Oriente Médio etc.) e executo o projeto tornando os estudantes protagonistas do seu aprender (com um roteiro previamente elaborado e divulgado aos estudantes), ou seja, eles elaboram trabalhos partindo do que foi lido nas HQ's e num segundo momento elaboram uma apresentação para o grande grupo (turma). Apresentam a geografia (local, onde), costumes, vestimentas, curiosidades, pontos turísticos, patrimônios históricos, forma de governo etc. Realizam pesquisas (livro didático, internet, biblioteca da escola etc.) para ampliar seus conhecimentos sobre o tema da pesquisa.
    4ª) Uma outra possibilidade é digitalizar partes das HQ's que pretendemos trabalhar e expor num data show, realizando uma leitura coletiva. Esta prática também possibilita bons resultados. Podemos destacar os cenários, chamar a atenção para uma fala específica, um caso, um detalhe que poderia passar desapercebido. Criar comparações entre cenas da HQ'. Usar diversas cenas de diferentes HQ's para construir um discurso temático. Seria uma outra possibilidade.
    5ª) Para encerrar, caso tenha acesso a laboratório de informática, poderia fazer uso de HQ's on line realizando a leitura diretamente na tela do computador.
    Espero ter ajudado um pouco sobre como utilizar esta mídia em sala de aula. Abraço.

    Fabian Filatow

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  18. Boa tarde, professor.
    Primeiro, quero parabenizá-lo pelo excelente texto e também pela discussão seminal que fora empreendida.
    Diante do que foi exposto por você, pergunto:
    Como incentivar, a partir do uso das HQ's, os alunos a assumirem uma postura ativa no seu processo de aprendizagem?

    Por: Raimundo Nonato Santos de Sousa / CESC-UEMA.

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  19. Olá Raimundo Nonato Santos de Sousa, tudo bem com você?
    Obrigado peles palavras de incentivo. Realmente o diálogo está muito valioso para mim, espero que também esteja sendo para os demais participantes. Só recebi questionamentos instigantes que estão contribuindo para o meu aprendizado. Vamos a sua questão.
    Uma pergunta difícil de ser respondida, pois cada público, cada sala de aula, cada período letivo, é uma caixinha de surpresa. A motivação pode ser provocada externamente, mostrando aos estudantes que estamos realizando uma tentativa de aula diferenciada e que o sucesso de pende noventa por cento da participação de cada um dos estudantes. Mas a verdadeira motivação para aprender vem do íntimo de cada ser humano. Enfim, é sempre muito complicado iniciar um projeto, uma nova metodologia, um trabalho com estudantes da educação básica. O envolvimento é limitado, sem falar da falta de interesse que assola nossas salas de aula. Mas acredito que o(a) professor(a) tem que acreditar no seu potencial para fazer a diferença. Pelo menos naquele espaço de sala de aula em que convive por um ano com diferentes sujeitos. Tornar este espaço valioso, estimulante, desafiador (para professores e estudantes) se faz necessário e é uma das maneiras que encontrei para continuar na educação. Enfim, somente com o diálogo é que podemos conquistar uma postura ativa dos educandos no seu processo de aprendizagem. Sempre deixo claro a todos para quem leciono: o professor pode mostrar os caminhos, mas você está na encruzilhada e a escolha é somente sua, escolha o seu caminho, qualquer um, mas será responsável pela(s) escolha(s) realizadas. Assim, estudar hoje, envolver-se no projeto, se permitir aprender de uma maneira diferente certamente vai lhe render bons frutos, no imediato a aprovação, no horizonte o conhecimento para ser um cidadão consciente e fazer a sua própria história. Como já disse, uma pergunta difícil de ser respondida pois vai depender da habilidade e percepção do(a) professor(a) e do público com o qual irá trabalhar. Espero ter contribuído um pouco. Abraço.

    Fabian Filatow

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  20. Olá professor boa noite!
    Antes de tudo parabenizo pelo texto!
    Gostaria de saber a opinião do professor no que diz respeito a utilização dos quadrinhos em sala de aula enquanto fonte para produção de conhecimento como uma metodologia ativa, onde o aluno produz um conhecimento, ou melhor explicando apartir da perspetiva da didática da história. Professor percebe o quadrinho, neste sentido enquanto uma fonte útil? E como podemos guiar uma aula com esse recurso?
    ROBERTO RAMON QUEIROZ DE ASSIS

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    1. Olá Roberto Ramon Queiroz de Assis. Tudo bem com você?
      Agradeço pelo incentivo e pelo questionamento.
      Na minha opinião os quadrinhos configuram-se num ótimo recurso - poderíamos dizer fonte - para a produção do conhecimento. É uma material interdisciplinar por excelência, na minha opinião. Pois exige do estudante (seja qual for o nível, fundamental ou ensino médio) diferentes domínios para uma leitura crítica. Faz-se necessário compreender símbolos, "sons", expressões diversas, contextos, diferentes temporalidades isso tudo numa mesma HQ, ou numa única página. O leitor deve preencher os espaços existente entre um quadrinho e outro, algumas cenas exigem a participação ativa e direta do leitor para ter sentido. Nem tudo é dado pela forma escrita (como na literatura, por exemplo, onde as cenas são descritas cuidadosamente), é necessário diferentes habilidades. Isso só já é um belo exemplo da contribuição que pode ser oriunda do uso das HQ's em sala de aula. E, nesse sentido, a didática da história que dedica-se a analisar o processo de aprendizado pode contribuir e fazendo-se uso das HQ's ter nelas um material de ensino-aprendizagem aliado na difícil tarefa de transformar os avanços históricos construídos no mundo acadêmico acessíveis ao grande público e, no caso, aos estudantes da Educação Básica. Espero que tenha contribuído para a reflexão. Abraço.

      Fabian Filatow

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  21. Boa noite. Gostaria de parabenizar pela sua produção narrativa. Acredito que o diálogo foi pertinente e me fez pensar se, por acaso, você encontra HQs que trazem estereótipos no tocante as culturais orientais?
    Att.
    Jessica Caroline de Oliveira

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    1. Olá Jessica Carolina de Oliveira, tudo bem?
      Agradeço pelas palavras de incentivo.
      Sobre seu questionamento, muito oportuno por sinal, sim, temos que estar atentos para a presença de estereótipos nas HQ's, incluindo-se as que abordam temáticas do(s) Oriente(s). Existem HQ's que foram produzidas no Ocidente e que abordam o Oriente, exemplo, uma obra Francesa retratando o Vietnã, por exemplo. Ou a obra sobre a Coreia do Norte (mencionada no artigo), foi escrita por um canadense, mas que atualmente mora na França. Devemos estar atentos para as ideologias, estereótipos etc. Mas este cuidado se faz presente em todos os materiais, inclusive obras de cunho históricos (livros). Sempre devemos reconhecer o local de onde o autor escreve, qual sua ideologia(s) etc. Enfim, isto vale também para os quadrinhos. Mas não precisamos, necessariamente excluir uma HQ's caso identifiquemos a presença de estereótipos, devemos questionar os estudantes e chamar a atenção deles para esta questão, questionando-os sobre os motivos que levaram o autor a ter esta abordagem, questionar como nós enxergamos estes povos do Oriente, como os imaginamos etc. Fazer um questionamento e explorar por diverso ângulos estes materiais. Evidenciar que todo material deve ser lido de maneira crítica e questionadora, inclusive as Histórias em Quadrinhos (incluindo nestas os Mangás). Espero ter respondido satisfatoriamente. Abraço.

      Fabian Filatow

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  22. Maria Reinalda Farias dos Santos8 de agosto de 2019 às 23:02

    Boa noite professor! ADOREI SEU TEXTO! E pretendo utilizar suas dicas, gosto muito de inovar faço dinâmicas, gincanas e outros meios para tornar as aulas mais atrativas, no entanto, diante do exposto por alguns colegas não pude deixar de indagar o que fazer para conquistar a empatia dos colegas de trabalho, já que por muitas vezes a introdução de outras fontes e formas de ensino-aprendizagem são duramente criticadas e pouco aceita, principalmente, quando na instituição esta enraizado ensino tradicional e o novo fica somente nas pautas das reuniões por acreditarem que a ludicidade pouco contribui na aprendizagem do conteúdo programático e por vezes só o atrasa?
    Maria Reinalda Farias dos Santos.

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    1. Olá Maria Reinalda Farias dos Santos. Tudo bem com você?
      Obrigado pelas palavras de incentivo.
      Realmente, os olhares dos colegas pode ser um grande obstáculo. Muitos destes funcionam como um desmotivador, infelizmente.
      Por vezes passo por esta prova de fogo, mas sempre tento mostrar alguns resultados com o uso das HQ's em sala de aula.
      Tenho em mente que um trabalho realizado por várias mãos rende muito, mas devemos começar de algum modo, mesmo que seja um professor e seus estudantes, e aos poucos vamos agregando mais gente.
      Acredito que conversar com os colegas, com a equipe pedagógica, apresentar algumas propostas e ideias nas reuniões pedagógicas (professores) seja um caminho interessante para quebrar este medo. Pois para mim é medo, medo frente a desacomodação, medo de se colocar no universo dos estudantes, que podem saber e conhecer mais quadrinhos do que o "mestre", enfim, professor(a) não sabe tudo, mas pode aprender ao infinito. Não podemos sentir receio de dizer que não sabemos isso ou aquilo, mas podemos realizar um estudo coletivo e todos aprendermos em conjunto - sei que soa um pouco utópico, mas vale a pena tentar dizer a verdade - sobre isso não tenho conhecimento, vou buscar maiores informações, é ser verdadeiro com o seu grau de conhecimento, com você mesmo e com o seu público.
      Enfim, é justamente a característica da lúdica das HQ's que promove a empatia com a temática (Oriente antigo). Imaginemos uma cena de sala de aula e o professor(a) chega e coloca no quadro: Hoje aula sobre a dinastia Han chinesa! Pensa na fisionomia dos estudantes. Noutra possibilidade: O professor comunica hoje iremos ler Histórias em Quadrinhos que nos levarão a viajar pelos mistérios e encantos da China antiga. Tudo dependerá de como o projeto será introduzido e conduzido. Espero que você tenha muito sucesso. Abraço.

      Fabian Filatow

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  23. Inicialmente, gostaria de parabeniza-lo pela escrita e pela sensibilidade de trazer algo inovador para dentro da sala de aula, gostei muito da ideia. Meu questionamento esta relacionado com mais coisas inovadoras que podem ser trazidas para o espaço escolar.
    Trazer histórias em quadrinhos para introduzir o ensino do oriente sem uma visão estereotipada mostra-se uma ideia muito boa e que pode torna-se de grande serventia por mostra-se como algo interessante e que prende a atenção, mas além dos quadrinhos o que poderia ser usado também para a propagação do estudo sobre o Oriente sem cair na mesmice e na esteriotipação já usou algo fora os quadrinhos?

    Agradeço desde já,

    Paula Vitória Brito da Silva

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    1. Olá Paula Vitória Brito da Silva. Tudo bem?
      Tenho que confessar que sobre o Oriente(s) tenho usado os quadrinhos, mas não tenho feito uso de outros materiais, pelo menos não de forma regular. Algumas vezes passamos algum filme (Cine Debate), documentários (existem alguns que abordam a China antiga, "Cidade Proibida", estes mais conhecidos. Mas ficarei devendo indicações sobre outros materiais sobre o imenso mundo do Oriente. Se tiver sugestões estou aceitando o compartilhamento. Abraço.

      Fabian Filatow

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  24. Agradeço a todos e todas que dedicaram um tempo para ler o artigo e que participaram do debate. Os questionamentos, sugestões e trocas intelectuais foram de grande relevância para o meu aprendizado. O diálogo foi em elevado nível. Obrigado e até uma próxima oportunidade.

    Fabian Filatow

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