Arthur Caetano


A REPRESENTAÇÃO DE ORIENTAIS CHINESES E INDIANOS NAS SÉRIES AMERICANAS
Arthur Caetano

Introdução
O presente trabalho tem por objetivo a análise crítica de estereótipos muito difundidos sobre orientais na televisão brasileira. Diante disso, será analisado estereótipos sobre orientais chineses na série americana Everybody Hates Chris (Todo Mundo Odeia o Chris), através do personagem do Sr. Fong (Jim Lau), dono de um restaurante de comida chinesa. A análise partirá do episódio “Todo Mundo Odeia Salário Mínimo” (3° Temporada, 2007), onde o protagonista Chris decide largar o emprego e ir trabalhar num restaurante de comida Chinesa. O estereótipo mais evidente no episódio é o fato do Sr. Fong e os demais orientais que trabalham no restaurante Hoo serem retratados como “desonestos, tiranos e preconceituosos”. Esse estereótipo também é reforçado na série My Wife and Kids (Eu, a patroa e as crianças) no episódio “Guerra dos Restaurantes" (5° Temporada, 2004) onde a personagem de Jay Kyle (Tisha Campbell-Martin) abre um restaurante e enfrenta a astúcia de táticas desonestas utilizadas pelo restaurante chinês do outro lado da rua para impedir Jay. Em ambas as series, orientais chineses estão diretamente relacionados á restaurantes e sendo tratados como pessoas rígidas, astuciosas e desonestas. A segunda escolha será a série norte-americana de grande sucesso no Brasil The Simpsons (Os Simpsons), através do personagem Apu Nahasapeemapetilon que marca o estereótipo de indianos. Ambos os casos a serem analisados, abrem precedentes para tratarmos sobre o Orientalismo e suas representações, inúmeras vezes deturpadas, em meios de comunicação em massa dos países Ocidentais.
Orientalismo e historiografia
Inicialmente, ao problematizarmos a ideia de Oriente devemos ter bastante cuidado, uma vez que tal termo não é capaz de abranger os mais diversos povos que habitam as civilizações mais antigas e populosas como a China e a Índia. Tais generalizações expressas no conceito foram responsáveis por difundir (o que ocorre ainda hoje) estereótipos sobre essas diversas populações, por classificar os aspectos que são diferentes dos nossos (padrões ocidentais\europeus) como “atraso” ou “incapacidades” em relação aos parâmetros pré-estabelecidos como civilizacionais.
As interpretações sobre o Orientalismo se originam principalmente de circuitos acadêmicos, sobretudo no século XIX, mas não se manteve restrita ao conhecimento científico repercutindo rapidamente no senso-comum. Tal perspectiva  buscou “justificativas” com bases nos padrões eurocêntricos e ocidentais para comparar dinâmicas próprias e particulares como Japão, China, Índia dentre outros países asiáticos de modo a emitir e legitimar juizos de valores a tudo que era diferente, subjugando-os como inferiores. Portanto, inúmeros são os desafios ao se estudar as diversidades dos países orientais, conforme explicitado por BUENO (2012, p. 31):
“O preconceito que existe atualmente com as práticas científicas orientais decorre, portanto, de três problemas fundamentais: primeiro, o não reconhecimento, por parte da academia, de outro sistema de pensar que não seja o ocidental; segundo, a reserva de mercado, diante do surgimento de técnicas alternativas; terceiro, o acesso a esses saberes demanda um relativo tempo de estudo, e a presença de poucos profissionais capacitados tem favorecido o surgimento de falsários, que prejudicam o processo de afirmação das ciências orientais”.      
Buscando superar esses erros, a historiografia e demais campos do conhecimento científico traçaram um novo paradigma: a corrente esotérica que foi responsável por outro extremo: o de supervalorizar as diferenças, ressaltando sempre aquilo que é exótico, contribuindo para criar uma imagem idealizada do oriente tão fantasiosa quanto sua antecessora. Tal perspectiva é a que mais evidenciamos nos discursos do senso-comum, e principalmente, da grande mídia em geral.
Seguindo a linha de uma perspectiva esotérica, temos os recursos midiáticos como difusores de estereótipos na medida em que supervalorizam o exótico ou contrastam excessivamente as diferenças. Tais recursos empregados para fins cômicos, por vezes contribuem para a legitimação do preconceito e aprofundam no senso comum o “abismo” entre povos ocidentais e orientais.
Destacando o papel influente da mídia, na atualidade, podemos perceber sua evidente capacidade de atingir as massas populares, influenciando o seu modo de agir e de refletir sobre o mundo a sua volta. A mídia por si só, não é isenta de valores ideológicos, e seus discursos podem homogeneizar as relações sociais ao criarem um “modelo ideal” sobre determinadas realidades. Como já destacado, a valorização do “exótico”, tanto em âmbitos acadêmicos, quanto midiáticos atenuaram as desigualdades e reforçaram preconceitos na história oriental, pois inculcaram ideias segundo parâmetros pré-estabelecidos que valorizaram aparências e ilusões que deformaram toda a singularidade de experiências e vivências das sociedades orientais. As séries que serão em seguida analisadas, permitirá observar na prática a associação e reprodução de estereótipos recorrentes a povos orientais.
Análise dos seriados
No episódio “Todo Mundo Odeia Salário Mínimo”, alguns estereótipos sobre orientais são apresentados. O primeiro deles se refere a ideia de que Chineses são “gananciosos”. Tal preconceito se demonstra evidente ao longo do episódios nas atitudes do Sr. Fong para com o Chris, transmitindo a ideia de que os orientais fazem valer a máxima popular de que “tempo é dinheiro”. Também transmite a ideia de que o personagem utiliza-se da “astúcia” para explorar o trabalho do personagem Chris com a promessa de salário mínimo que no fim lhe é descontado.

Figura 1. A “Ganância” de Sr. Fong (11min33seg)
Outro preconceito transmitido ao espectador é a ideia de que os orientais são “rudes” em seu modo de falar. Tal ideia é reafirmada aos 9min19seg quando uma funcionária faz algo de errado e leva uma “bronca” de sua chefe.

Figura 2. A funcionária Chinesa sendo "rude" em seu modo de falar. (7min26seg)
Durante o episódio, foi enfatizado a “rigidez” e a forma “metódica” de se trabalhar no restaurante chinês. Aspectos como o “padrão de qualidade” dos alimentos, organização e principalmente a pontualidade são observados.
Figura 3. O estereótipo da “rigidez” caracterizando chineses como metódicos e pontuais. (8min27seg)
        
Por último, a série destaca concepções do senso-comum por vezes encaradas como realidades ou verdades absolutas sobre chineses como a forma “exótica e habitual” de se comer arroz e as mensagens de sorte contidas em biscoitos.
Figura 4. Perspectiva exotérica sobre orientais ressaltando costumes considerados exóticos. (8min50s e 7min19)

Podemos rever alguns estereótipos semelhantes na série Eu, a patroa e as crianças no episódio “Guerra dos Restaurantes (2004). Jay Kyle, nesse episódio, abre um restaurante e enfrenta uma grande competição com o restaurante de comida chinesa do outro lado da rua. Transmitindo a ideia de que os chineses são “obstinados por competição”, o episódio reforça a suposta vantagem dos Kyles ao “resistirem” aos intentos dos comerciantes locais, levando-os a estabelecerem um acordo pacífico. No episódio, atitudes desonestas, motivadas e iniciadas pelos donos do restaurante oriental, “exigem” dos Kyles reações igualmente desonestas, transmitindo implicitamente a ideia de que a família Kyle é vítima da astúcia e de maquinações irracionais provocadas pela competitividade dos chineses, justificando sua reação.
Nesse episódio, estereótipos comuns são mantidos, como o fato de chineses serem associados à restaurantes, aos biscoitos da sorte, de serem rudes no modo de falar, astuciosos e competitivos. Observam-se alusões a outros estereótipos comuns como a tendência “natural” dos orientais para com as artes marciais.
Figura 5. Estereótipos reafirmados na série Eu, a patroa e as crianças.
        
Prosseguindo a análise, partiremos para a representação midiática a cerca da Índia, através da série Os Simpsons com o personagem Apu, para traçarmos alguns estereótipos considerados como “naturais” ao estilo satírico. Cabe destacar que o personagem é alvo ge grandes polêmicas quanto as sua representação estereotipada, situação agravada com o lançamento do documentário norte-americano The Problem With Apu (de Hari Kondabolu, 2017) que tem dividido opiniões sobre o personagem. Tal documentário gerou a resposta dos próprios idealizadores do seriado, por meio da série, onde Lisa responde a Margie: “É difícil de dizer. Algo que começou há décadas e foi aplaudido e inofensivo agora é politicamente incorreto”. Tal resposta nos leva a problematizar até que ponto os etereótipos são realmente inofensivos e se essa problemática é realmente nova.
O estereótipo está diretamente relacionado com a identidade, uma vez que pode-se tornar a representação desta. E é exatamente nesta capacidade de representação que reside o grande perigo dos estereótipos, uma vez que pode se tornar uma “verdade absoluta” capaz de tirar a dignidade de nações e do indivíduo em si.
No caso específico da referida série, a visão de que um estereótipo é inofensivo parte de um olhar de uma representação externa aos sujeitos e objetos retratados, uma vez que generaliza a própria ideia do que é o preconceito. A análise do histórico da série nos permite concluir que o personagem Apu é alvo de estereótipos desde os anos iniciais da série e que estes mesmos, se mantiveram no seu decorrer. Tal série é marcada por episódios proíbidos em diversos países como o Brasil e em países orientais por sua  representação satírica de etnias e países demonstrando que o incômodo quanto aos estereótipos não é um fenômeno novo. Tal descontentamento é refletido na queda do índice de audiência da série nos EUA, pois, da 26° temporada á 29° temporada (em 3 anos), a série perdeu mais de 1 milhão de expectadores.
Figura 6. No episódio 15, da 29° Temporada (No Good Read Goes Unpunished) Lisa e Margie conversam sobre as polêmicas envolvendo o personagem.
        
Diante dos mais de 600 episódios da série, diversos estereótipos foram apresentados a cerca do personagem, como a ideia de que Indianos tem bastantes filhos (Apu tem oito), sobre os costumes da religião Hindu (principalmente quanto ao sagrado e o culto a deuses em espécie animal), a questão da imigração dentre outros.
Selecionando alguns desses estereótipos presentes na série, temos a ideia (inúmeras vezes reinteradas) de que indianos são “trapaceiros”, desonestos e gananciosos em relação aos negócios. Novamente a astúcia, desonestidade e relações comerciais são utilizados como estereótipos de povos orientais, tanto chineses, como indianos!  Nesse caso, Apu é retratado como um homem que vive para o trabalho e faz de tudo para lucrar.
Figura 7. No episódio 7 da 5° Temporada, intitulado "Homer e Apu" (1994), o personagem é retratado como desonesto ao falsificar a validade de um produto a venda em seu estabelecimento.

O episódio "Muito Apu por quase Nada" (7° Temporada, episódio 23 – 1996) é recheado de estereótipos a cerca do personagem. A questão da imigração ilegal é satirizada bem como os costumes e ritos da religião Hindu. Nesse episódio, Apu vive o drama de ter que abandonar seu país de origem e se tornar imigrante ilegal, somando-se ao fato de ter que “absorver” hábitos da cultura americana, renegando a sua própria cultura para não ser deportado. Hábitos como os casamentos “arranjados” desde a infância, os deuses hindus e a imagem da cultura asiática são estereotipados como inferiores aos hábitos americanos.
Figura 8. No cartaz da primeira imagem leia-se "Eu quero você fora" se referindo a imigrantes; Apu é satirizado por "adorar um elefante" e busca viver de "modo americano". O casamento planejado desde a infância e o ritual de encantamento de serpentes são estereótipos de indianos também apresentados.
Conclusão
A título de conclusão, o presente trabalho teve por objetivo apresentar em linhas gerais alguns esteréotipos presentes em séries norte-americanas consagradas mundialmente, como “Todo Mundo Odeia o Chris” e o personagem do Sr. Fong; “Eu, a patroa e as crianças”; e “Os Simpsons” através do personagem Apu. Como evidenciado ao longo do trabalho, os estereótipos se ligam a concepção (eurocêntrica) quanto ao que seria o orientalismo, termo este empregado de forma genérica para denominar povos distintos culturalmente.
Como vimos, um estereótipo por se relacionar com a identidade possui grande capacidade de representação, e essa representação não pode se tornar uma “história única”, onde a nossa perspectiva (Ocidental) se torna parâmetro de análise e se sobressai a acerca de realidades distintas da nossa. Devemos nos conscientizar que a difusão de estereótipos (principalmente em gêneros humorísticos) retira a dignidade de indivíduos e os subjuga, ferindo a dignidade humana, ao deturparem o imaginário coletivo sobre culturas distintas. Todavia, este é um desafio que precisa ser enfrentado continuamente por todos nós enquanto sociedade, uma vez que as representações midiáticas só existem se tiverem adesão em massa, isto é, pessoas que partilhem e propaguem essas ideias. O humor pode (e deve) ser inteligente, construtivo, ser capaz de divertir a todos, sem ferir a dignidade humana.
Os recursos midiáticos podem ser objetos do historiador, mas para isso, devem ser problematizados em suas intenções (implícitas ou explícidas). Ter uma visão “equilibrada” sobre o Oriente envolve de cada um de nós senso crítico, fator esse fundamental para o conhecimento e para a objetividade científica e principalmente, para desenvolvermos a humanidade em nós. 
Referências  
Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza é discente do 5° período, do curso de Licenciatura plena em História na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO\EAD.
BUENO, André da Silva. O Extremo Oriente na Antiguidade. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2012. p. 8-56.
CHRIS, Todo Mundo Odeia O. "Todo Mundo Odeia Salário Mínimo". 2007. Disponível em:
<https://tuaserie.com/QUQ2djVkenRSc1dEUk9TelFkQ09BWk9sdkZ5emhjdXp5cXVQUi1jY1hWd2pqSERZYWU4WUlWcEpCblNTSndqR2hZa3E5QUdGNUx4UmJXdXo2Y0dfTTZ3Y0dDYTROczhMNG1seWltd25VVnE2czNxSmJYcmR1NzdBc2tnN2I0emRvQkJzRWdHS3Uzejk?jwsource=cl>. Acesso em: 14 fev. 2019.
SIMPSONS, Os. 7ª Temporada Episódio 23 – Muito Apu por quase nada. Disponível em:
 <https://assistindoanimesonline.org/117334/>. Acesso em: 15 fev. 2019.
URBANO, Krystal; MELO, Maria Elizabeth Pinto de. A Representação dos Asiáticos na TV Brasileira: Apontamentos Iniciais. 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Joinville, set. 2018. Disponível em:
 <http://portalintercom.org.br/anais/nacional2018/resumos/R13-1713-1.pdf>. Acesso em: 13 fev. 2019.
VEJA. ‘Simpsons’ dá resposta a críticas sobre estereótipo de Apu. 2018. Disponível em:
<https://veja.abril.com.br/entretenimento/simpsons-da-resposta-a-criticas-sobre-estereotipo-de-apu/>. Acesso em: 15 fev. 2019.
WCO. The Simpsons Season 29 Episode 15 – No Good Read Goes Unpunished. Em Inglês. Disponível em:
<https://cdnus.cizgifilmlerizle.com/cizgi/the.simpsons.s29e15.720.mp4?st=wxLUGQznZV8MFl3qNnOvWQ&e=1550262418>. Acesso em: 15 fev. 2019.
YOUTUBE. Eu, a Patroa e as Crianças - S05E08 | Guerra dos Restaurantes -. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=WVksvhSiy9g&list=PL8Sjjz-miKH-Pap5FG_8C557TbYC7uVl1&index=8>. Acesso em: 14 fev. 2019.

87 comentários:

  1. Olá, Arthur. Parabéns pelo trabalho.

    Além dos papéis estereotipados, como você apresentou nas séries, também pode se verificar que existe uma exclusão do oriental para representar a própria cultura. Isso ocorre muito no cinema, onde vemos personagens orientais sendo representados por atores que não possuem nenhuma característica. Como você vê essa exclusão ou dificuldade de representar a cultura oriental pela perspectiva do próprio oriental?

    Att, Luana Aparecida da Silva.

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    2. Boa Noite, Luana. Agradeço por sua participação!
      Ao longo do presente artigo, procurei destacar que identidade e representação mantêm associações muito tênues. A identidade é um campo em constante disputas por significados, e é exatamente nesse ponto que os estereótipos adquirem o seu sentido mais nocivo. A capacidade dos mesmos de representar e de legitimar uma realidade de forma deturpada e o seu potencial de atingir as massas, influindo na opinião pública, podem facilmente fazer uma característica satírica se tornar uma verdade absoluta e tais consequências podem ser irremediáveis a estes povos cuja as identidades foram “maculadas”.
      Ao falarmos dos meios de comunicação de massa, principalmente os mais “receptivos na cultura popular” (filmes, séries, novelas etc.) podemos perceber que existe sim a dificuldade de representação da cultura Oriental. Atribuo o sentido dessa dificuldade exatamente a difusão massiva da própria mídia Ocidental em construir e consolidar um imaginário popular pautado na supervalorização das diferenças, daquilo que é considerado exótico.
      Infelizmente ainda percebemos que predominam as concepções de mundo Ocidentais (e eurocêntricas) que influem dentro da própria representação da cultura Oriental. O Ocidente ainda é representado no imaginário como um grande símbolo civilizacional induzindo os outros povos a se sentirem inferiores e isso é transmitido direto com a prática do whitewashing (isto é, a substituição de atores de etnias estrangeiras por outros atores que não correspondem a essas identidades étnicas). Os povos orientais só são representados segundo os padrões e as expectativas convenientes ao imaginário Ocidental consolidado. Assim, como um recurso “possivelmente pedagógico” (sobre as massas), a mídia educou a sociedade para supervalorizar as diferenças e jamais relativizá-las.
      Um dos exemplos mais marcantes no que se refere a esse “paradoxo de representações” está a imagem do Apu (Os Simpsons). No episódio citado, Apu busca para si o “modo de vida americano” como referência de civilidade.
      Como sugestão de leitura acerca da questão por você levantada indico uma das leituras por mim utilizadas para a elaboração do texto: URBANO, Krystal; MELO, Maria Elizabeth Pinto de. A Representação dos Asiáticos na TV Brasileira: Apontamentos Iniciais. 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Joinville, set. 2018. Disponível em: . Acesso em: 05 ago. 2019.

      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  2. Parabéns pelo trabalho,estou maravilhado pelo tema. Nesse contexto de representações orientais em series americanas,podemos dizer que as series de certa forma julgam os orientais?

    Dalyson de carvalho viana

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    2. Boa Noite, Dalyson. Agradeço por sua participação!
      Eu diria que estas transmitem juízos de valores (ideias preconcebidas) que influem nas percepções e opiniões das massas acerca da realidade Oriental. No artigo, procurei demonstrar que a mídia transmite valores e que estes podem padronizar a imagem acerca dos povos generalizados como Orientais, independentemente de suas grandes diferenças culturais. No texto, temos dois exemplos de “Orientais”, chineses e indianos. Tais culturas muito distintas entre si, na representação midiática adquirem sentidos “comuns”, como por exemplo, a representação de que ambos têm tendências natas ao comércio e que estes são ardilosos e astuciosos, empregando métodos duvidosos para alcançarem objetivos triviais.

      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  3. Nicole Loureiro da Silva5 de agosto de 2019 às 13:08

    Querido Arthur, estou feliz por ler seu trabalho tão bem elaborado neste simpósio. Diante da dificuldade de analisar estes exemplos de estereótipos, em sua opinião, como podemos, quanto professores, levar estes assuntos para a sala de aula de maneira democrática e que inspire o pensamento crítico sem fortalecer os estereótipos que cristalizam ou diminuem a cultura oriental?
    Nicole Loureiro da Silva

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    1. Boa Noite, Nicole Loureiro, Felipe Amorim e Aline Blattmann. Gostaria de Agradecer a participação de vocês.
      Acredito que as indagações por vocês levantadas nos permite dialogarmos com pontos em comuns.
      Inicialmente, acredito que para as transposições didáticas ocorrerem de forma ética isso dependerá do compromisso ético-profissional assumido pelo professor\historiador diante do conhecimento.
      Sem dúvida a integração do conteúdo volta-se para uma Educação baseada em Direitos Humanos. Promover a desconstrução desses estereótipos, é sem dúvidas fundamental para se efetivar uma educação baseada em valores éticos e democráticos e tornar o ambiente escolar um espaço formativo para a prática da cidadania.
      Acredito que o pilar para essa questão resida no compromisso ético e a mobilização assumida pelo professor em trazer esse debate para suas aulas. Falar sobre Direitos Humanos envolve empenho do profissional, pois é um assunto que causa “polêmicas” sociais e envolve “sair da zona de conforto” e do conformismo, ao passo em que lidamos (problematizamos, questionamos) com certos aspectos da vida social que são como “feridas históricas” não cicatrizadas, afinal de contas estamos descontruindo a representação de identidades assimiladas e difundidas pelo senso comum ao trabalharmos com os próprios recursos midiáticos.
      Por ser parte integrante do universo cognitivo (do imaginário) de crianças e adolescentes as referidas séries permitem que esses estereótipos sejam identificados facilmente, além do fato de que por serem episódios de curta duração possibilitam que esse diálogo entre as séries ocorra de forma sequencial.
      Não vou me ater a uma metodologia específica, pois essa depende do processo criativo do professor e das condições específicas da realidade em que este atua e de seu público-alvo. Mas em linhas bem gerais, alguns dos recursos pedagógicos a serem empregados pode ser a exibição dos episódios (previamente selecionados pelo professor) em sala. O mesmo poderá auxiliar seus alunos a problematizarem os discursos contidos em cada uma das séries, seja através de perguntas direcionadas, ou por aproveitar as percepções dos próprios alunos sobre as séries. Uma contextualização prévia do professor também será fundamental para situá-los diante do contexto a ser trabalhado. Além do fato de que tais recursos dão ludicidade ao processo de ensino aprendizagem e permite a aproximação destes com um universo cognitivo distante de suas realidades imediatas, possibilitando os mesmos desenvolverem suas percepções de noções temporais e espaciais.
      E tal conhecimento não se aplica apenas as séries do Ensino Fundamental, mas, também no Ensino Médio, pois permitirá o aluno adquirir algumas competências previstas para a atual Base Nacional Comum Curricular, a saber, algumas delas:
      (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos.
      (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
      (EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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    2. Enfim, esse é um campo de amplos debates, e espero ter fomentado o interesse de vocês para utilizarem esses recursos audiovisuais na prática de ensino cotidiana, de todos nós enquanto professores\pesquisadores. Gostaria de deixar o espaço de diálogo aberto para demais contribuições a cerca das possibilidades de se levar a problematização dos estereótipos sobre orientais para as salas de aula.
      Grande Abraço,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  4. Olá Arthur, parabéns pelo excelente texto. Uma discussão realmente interessante. Diante disso te pergunto. De acordo com a pesquisa realizada para produção do presente texto como você sugere que nós professores de História trabalhemos esses discursos em sala de aula a fim de desconstruí-los? Felipe Vieira Amorim

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    1. Prezado Felipe, seu comentário foi respondido acima, junto ao comentário da Nicole Loureiro.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  5. olá Arthur achei seu texto bem interessante e instigante! Parabéns pela discussão do assunto, assunto esse que acaba por englobar várias questões que podem ser debatidas dentro do ambiente escolar por exemplo. Em seu texto você falou sobre uma perspectiva esotérica, só gostaria de entender mais claramente o que é de fato essa perspectiva esotérica, ou seja seu conceito, sua definição?
    Railany Oliveira de Sousa.

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    1. Boa Noite, Railany. Agradeço por sua participação!
      Conforme explica BUENO (2012, p. 19) A corrente exotérica “surgiu num fenômeno oposto ao do imperialismo colonialista. Frustrados com a religião e a sociedade ocidental, uma série de autores dedicou-se ao estudo das culturas asiáticas em busca de alternativas que pudessem suprir as carências da “civilização moderna”. Pesquisadores das mais diversas áreas, aventureiros ou mesmo curiosos ligaram-se a essa proposta, e o resultado foi o mais diverso possível. Seu objetivo fundamental, contudo, era encontrar uma saída para os dilemas espirituais que a decepção com a moral capitalista e cristã havia provocado, promovendo uma busca por meios alternativos de religiosidade. Essa linha de estudos perdeu a credibilidade, sendo dificilmente aceita pela academia, mas angariando simpatia entre os leigos. Seu principal problema é o fato de ela construir uma imagem ideal da Ásia, ignorando por completo seus problemas materiais e sociais. Os esotéricos foram os principais responsáveis pela criação dos estereótipos dos asiáticos, tais como de que todo chinês sabe lutar, que todo indiano é um iogue oculto, de que a comida “oriental” é superior etc”.
      Segue a referência para um maior aprofundamento no assunto:
      BUENO, André. Uma introdução ao problema do estudo da história “asiática” ou “oriental”. In: BUENO, André. O extremo oriente na antiguidade. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2012. Cap. 1. p. 7-34. Disponível em: . Acesso em: 05 ago. 2019.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  6. Parabéns pelo seu texto Arthur. O tema que você abordou é bem presente e real.
    O seu texto foi muito bem construído. Gostaria de saber o que você acha sobre o que possa ter influenciado a criação e disseminação desses estereótipos? Acredito que perguntas como: o que são esses povos? quais seus hábitos e crenças? possam ter levado povos a disseminarem respostas simples e generalizadas que sabemos que não suficientes para caracterizar a identidade desses povos .

    Amanda Gabrielly da Silva

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    1. Boa Noite, Amanda Gabrielly e Derllânio. Agradeço por suas participações!
      Uma das principais forças motrizes para a disseminação dos estereótipos sobre Oriente foram as correntes “acadêmicas” do século XIX e principalmente a “exotérica”, esta com grande influência sobre as massas, ajudou a difundir a supervalorização dos hábitos das culturas orientais a partir de um contraponto comparativo das culturas Ocidentais. Desenvolvo um pouco sobre o surgimento dessa corrente exotérica na resposta a Railany.
      Quanto ao segundo questionamento levantado pelo Derllânio, os estereótipos citados no texto como a associação de orientais a gastronomia, a astúcia e trapaças, o modo rude e as aptidões natas para as lutas são algumas dessas associações que a mídia contemporânea tem “eternizado” na mentalidade coletiva ao se referir aos povos Orientais. Também apresento um pouco mais desses reflexos de estereótipos, no primeiro comentário que fiz a Luana.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  7. Derllânio Telecio da Silva5 de agosto de 2019 às 18:33

    Texto muito bem produzido Arthur, parabéns! Nos faz diversas indagações como por exemplo, quais seriam as influências levariam a trazer a ascensão desses esteriótipos? De que forma esses esteriótipos trazem impactos negativos nesta conjuntura contemporânea?

    Derllânio Telecio da Silva

    Derllânio Telecio da Silva

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    1. Questão respondida acima, junto ao comentário da Amanda Gabrielly.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  8. Boa noite, Arthur, essa imagem que os estadunidense tem de asiáticos é uma coisa montada no imaginário das pessoas por conta dos conflitos que os EUA tiveram com países como China e Japão, por exemplo? No caso da Índia pode ser pela imagem de pobreza e miséria que o ocidente vê e usa para descrever o país, lembra o velho ''nós contra eles'' meio que como um modo de desmoralizar os outros.

    Ana Graziela Santos.

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    2. Sim, seria uma justificativa plausível que poderia ser levadas em conta tal difusão de preconceitos, mas creio que não se resumiria meramente a esse cenário de relações diplomáticas, mas sim, de todo o histórico de dominação que o Ocidente como um todo, tem propagado sobre os povos Orientais em geral.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  9. Arthur, queria parabenizá-lo por seu trabalho, pensando como futura professora, gostaria de saber ao analisar as linhas gerais de alguns estereótipos, você teria alguma sugestão ou alguma metodologia de como poderíamos trabalhar este conteúdo tão importante em sala de aula? Se sim, quais?

    Aline Juliane Blattmann

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    1. Prezada Aline, seu comentário foi respondido junto ao do Felipe Amorim na postagem da Nicole Loureiro.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  11. Olá Arthur, parabéns pelo seu texto. Um tema incrível e muito bem desenvolvido.
    O senhor acredita que mostrar mais as semelhanças entre a cultura ocidental e oriental seria uma forma de nos aproximar mais do que realmente é a cultura do oriente ou isso poderia causar uma "ocidentalização" dessa cultura?

    Lumena Rios da Cunha Pereira

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    1. Boa Noite, Lumena. Agradeço por sua participação!
      Muito interessante essa questão levantada por você, Lumena. Acredito sim, que desenvolver o relativismo cultural seja de vital importância para compreendermos as especificidades do mundo Oriental sobre seus próprios prismas. Contudo, acredito que tal “aproximação excessiva” pode ocasionar uma homogeneização das relações, isto é, encararmos as relações com o mundo Oriental de maneira padronizada, uniforme, o que sem dúvidas reforçaria igualmente a difusão de preconceitos e anacronismos. E, como bem enfatizado por você, poderia sim ocorrer uma ocidentalização nessas culturas.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  12. Olá,Arthur! Seu trabalho está incrível! Gostei da forma de abordagem e a clareza do que foi dito. Gostaria de saber se foi muito difícil adquirir referências bibliográficas com essa temática.

    Att. Emanuelle Silva Fondeca

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    1. Boa Noite, Emanuelle. Agradeço por sua participação!
      O artigo foi desenvolvido como um trabalho da disciplina Extremo Oriente na Antiguidade que cursei na faculdade no semestre passado (UNIRIO\CEDERJ). Me baseei no material fornecido pela coordenação de disciplina, em alguns artigos que pesquisei na internet e, principalmente, na análise crítica de alguns episódios de séries em que me recordava que os estereótipos se faziam evidentes. É interessante selecionar bastante as fontes a serem trabalhadas, pois hoje em dia, no gênero humorístico\midiático é difícil não achar representações preconceituosas.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  13. Olá, Arthur Caetano, interessante o tema abordado, sua perspectiva é bastante pertinente.
    Levando em consideração o alcance dos programas citados e seu forte apelo popular, você acha que eles teriam alguma influência na forma como enxergamos os orientais ou limitam-se a desrespeitar e generalizar povos tão diversos?

    DALGOMIR FRAGOSO SIQUEIRA

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    1. Boa Noite, Dalgomir. Agradeço por sua participação!
      Ao longo do texto, procurei demonstrar que a mídia é sim, um dos maiores responsáveis por consolidar e difundir estereótipos sobre os Orientais. Por seu grande poder de se comunicar com as massas, ela consegue facilmente tornar um estereótipo uma característica inquestionável no senso comum, justamente por moldar o imaginário popular. A principal evidência que temos disto é a associação (quase que imediata) que fazemos de que os Orientais tem aptidões natas para as lutas, ou que todos esses povos possuem “olhos puxados”, e podemos atribuir essas “deturpações” a grande mídia. Discorro um pouco sobre isso no primeiro comentário que fiz nesse Simpósio, a Luana.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  14. O humor das séries norte-americanas se utiliza do preconceito como indutor do riso sobre a jocosidade intencional com o diferente em todos os exemplos citados pelo autor do artigo. Tal preconceito, oriundo do mais antigo erudito a escrever sobre o Oriente ao escritor moderno que não se preocuparam ou não tiveram o interesse em relatar com honestidade as diferenças culturais entre os dois "mundos" ocidental e oriental.
    Os subterfúgios humorísticos que se utilizam da banalização do saber diferente, transformando-o em ridículo e rude, é uma ferramenta poderosa de dominação cultural de uma cultura por outra.

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    1. Boa Noite, José Antônio. Agradeço por sua participação!
      Agradeço por sua preciosa contribuição ao Simpósio, com análises pontuais e precisas.
      Sinta-se à vontade, assim como todos os demais participantes, de fazerem as intervenções necessárias.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  15. Adorei o texto, e concordo com a manipulação midiática, sobre a série "Todo mundo odeia o Cris" ela levanta a questão do Racismo com "humor" será que não seguiram a mesma dinâmica da série?

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    1. Boa Noite, Tarcísio. Agradeço por sua participação!
      Essa questão levantada por você sobre o “racismo com humor”, é interessante. No artigo em questão, procurei refletir (mesmo que em linhas gerais) acerca dos perigos que a difusão de estereótipos tem, principalmente no que se refere a sua capacidade de transmitir uma imagem deturpada e de influenciar o imaginário das massas. Observo que na maioria dos casos, os gêneros humorísticos não contribuem para difundir a perspectiva crítica-construtiva, que poderia até mesmo ser um recurso utilizado como resistência a esses preconceitos. Muito pelo contrário, eles se aproveitam desse imaginário já consolidado pelas produções cinematográficas para difundir praticamente os mesmos estereótipos, unicamente em função do riso. Podemos perceber que nos referidos episódios de Os Simpsons; Eu, a patroa e as crianças e; Todo Mundo Odeia o Chris (em ordem cronológica) difundem praticamente os mesmos estereótipos: Orientais como “comerciantes desonestos”; gananciosos; rudes demonstrando que tais características deram certo no que tange a promover o humor e a consolidar essas características como partes integrantes de todo o universo cultural representado. E isso é exatamente um grande problema, pois como enfatizado, estereótipos retiram a dignidade de indivíduos e os subjuga, ferindo a dignidade humana, ao deturparem o imaginário coletivo sobre culturas distintas.
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  16. Boa-noite,Arthur!Sou Ivanize!
    Realmente, sua pesquisa foi bem profunda e,daqui e dali,percebemos que o orientalismo continua sendo massacrado. E o humor ácido tem sido tão apregoado,que muitos nem se dão conta da seriedade da coisa.Sempre vi esse seriado com Cris com um olhar atravessado. Puro deleite da intolerância,não é? Enfim,essa concepção de olhar o oriental de forma indiferente continua sendo algo do mundo esotérico para boa parte, que os povos do oriente vivem um mundo primário sem evoluir no todo.Bem sabemos do ledo engano. Parabéns! Continue crendo naquilo que faz!

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    1. Boa Noite, Ivanize. Agradeço por sua participação!
      Agradeço por sua preciosa contribuição ao Simpósio, com análises pontuais e precisas. Realmente, podemos perceber que os estereótipos são difundidos (e assimilados), na maioria das vezes, de formas despercebidas pela grande massa. Sutilmente, a mídia tem inculcado a anos, o seu ideário ocidentalista de visão de mundo.
      É exatamente por essa falta de percepção dos estereótipos que nós percebemos o quanto a mídia cumpriu o seu papel “pedagógico” sob as massas, pois perdemos a capacidade estranhar esses discursos implícitos ao passo que o encaramos como “normal e engraçado”.
      Sinta-se à vontade, assim como todos os demais participantes, de fazerem as intervenções necessárias.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  17. Olá Arthur, gostei muito do seu trabalho.Em um trecho dele você comenta sobre as interpretações acerca do Orientalismo afirmando que este: "não se manteve restrita ao conhecimento científico repercurtindo no senso-comum" ao meu ver o Orientalismo parte do senso- comum, como preconceito advindo da ignorância das culturas e práticas das nações e países orientais e claro, da disputa comercial entre alguns países orientais como vc exemplifica, e assim esse preconceito permeia a academia pois também os cientistas estão inseridos na sociedade que constrói esses esteriótipos.

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    1. Boa Noite, Diva Leão. Agradeço por sua participação!
      O referido trecho destacado por você, se refere a um pequeno “histórico” da difusão dos preconceitos propagados pelos circuitos acadêmicos, mas que não se mantiveram restrita unicamente a estes meios, ao passo em que esses ideais repercutiram nos mais amplos setores da sociedade Ocidental.
      Agradeço por suas ponderações e sinta-se à vontade, assim como todos os demais participantes, de fazerem as intervenções necessárias.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  18. Gostei muito do artigo, gostaria de saber se na sua opinião a estereotipização presente nas séries americanas podem ter sido influenciadas pelo contato que os americanos tiveram com esse povo na Segunda Guerra mundial? e seria um modo de depressiar a cultural oriental?

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    1. Boa Noite, Cassia. Agradeço por sua participação!
      Acredito que a sua questão dialoga com a da Ana Graziela Santos.
      Peço por gentileza, que observe o referido comentário.
      Obrigado!
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  19. Ola Arthur! Parabens pelo texto. No inicio, voce chama a atencao para a problematizacao da ideia de Oriente, uma vez que o termo nao e capaz de abranger a diversidade da regiao. Gostaria de saber qual seria a forma mais adequada de nos referirmos a essa regiao e se essa problematizao tambem existe no Oriente, em relacao aos povos do Ocidente.

    Obrigada
    Nathalya Ferreira Raseira

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    1. Boa Noite, Nathalya. Agradeço por sua participação!
      Acredito que qualquer nomenclatura tende a reforçar generalizações na medida em que não se é capaz de atingir o cerne da questão no que se refere ao reconhecimento das especificidades de cada nação. Ao lidarmos com o que comumente generalizamos como Oriente, identificamos diversos povos distintos racialmente e etnicamente. Qualquer terminologia (que são generalistas) se torna insuficiente para abranger tamanhas especificidades!
      Desse modo, acredito que esses paradoxos no que tange a insuficiência das representações identitárias são comuns tanto na representação da realidade Oriental, quanto na Ocidental. Acredito que enquanto historiadores, devemos “amortizar esses anacronismos” por operarmos de forma prudente e responsável sob essas categorias de pensamento, exercendo a capacidade crítica ao reconhecer as especificidades desses vastos povos. E mesmo nos casos das subdivisões continentais - que também são nomenclaturas generalistas - (como a Ásia Central, o Extremo Oriente, Oriente Médio, Ásia Setentrional e Meridional, por exemplo) estas também demonstram-se insuficientes para representar as especificidades identitárias.
      Assim, podemos concluir que de certa forma, os conceitos podem contribuir para homogeneização das relações devido ao seu forte caráter generalizante, ao passo em que carregam consigo, isto é, refletem, visões do mundo que o produziu. Por exemplo, nas divisões clássicas entre Oriente e Ocidente, esta ocorreu com base nas concepções de mundo Ocidentais (dotadas de motivações religiosas advindas do cristianismo) haja vista o não reconhecimento dos próprios povos Orientais de uma unidade coesa (isto é, unificada) preexistente. Tal unidade que pressupõe o conceito de Oriente ocorre, principalmente com os estudos Ocidentais sobre o Oriente (Orientalismo).
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  20. Olá! MUITO INTERESSANTE SEU TEXTO! Você acha que a forma que a cultura oriental é tratada na nossa educação é suficiente para combatermos estes estereótipos?

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    1. Boa Noite, Silvana. Agradeço por sua participação!
      Acredito que estamos caminhando significativamente para a ampliação desses debates, e isso é um progresso. Conforme podemos observar na BNCC, há margem para tratarmos das culturas Orientais, já no 6° ano. Também, nas universidades, sobretudo nos últimos anos, tem-se igualmente ampliado esse debate para a comunidade discente. Esses passos são bastantes significativos, em minha opinião! Discorro um pouco acerca da minha opinião quanto a postura profissional a ser assumida pelo professor diante dos estereótipos, nas respostas que dei aos comentários da Nicole Loureiro, Felipe Amorim e Aline Blattmann. A resposta, encontra-se na postagem da Nicole Loureiro.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  21. Olá, primeiramente gostaria de parabenizar pela sua análise!
    Visto que estes esteriótipos estao presentes em outras midias, gostaria de propor a reflexão destes mesmos esteriótipos só que em filmes ou séries de outros generos, visto que outros generos nao possuem a "licença" do humor e comidiade.

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    1. Boa Noite! Agradeço por sua participação!
      Gostaria de solicitar ao participante que assinasse a pergunta para que facilitasse o canal de comunicação.
      Acredito que a reflexão sobre outros recursos audiovisuais infelizmente, seria impossibilitada devido ao fator tempo!
      Mas, dentro da proposta do presente simpósio, sinta-se à vontade, assim como todos os demais participantes, de fazerem as intervenções necessárias.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  22. Gostei muito do artigo, gostaria de saber se na sua opinião a estereotipização presente nas séries americanas podem ter sido influenciadas pelo contato que os americanos tiveram com esse povo na Segunda Guerra mundial? e seria um modo de depressiar a cultural oriental?
    Cassia Cristina Aleixo de Moraes

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    1. Questão em Duplicidade.
      A mesma encontra-se respondida a 4 comentários acima.
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  23. Esses estereótipos também se fortalecem por não termos muitas influencias orientais no cotidiado do ocidente (filmes, desenhos) ou seja, por não ter representatividade? Assim tendo apenas uma visão?

    Gabriel Braga de Souza

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    1. Boa Noite, Gabriel. Agradeço por sua participação!

      A representatividade, isto é, as influências do mundo Oriental no mundo Ocidental existem. Esse processo de aculturação se nota em diversos campos sociais (principalmente quanto aos saberes míticos e filosóficos, mas não somente a estes). Contudo, tais influencias ainda são pequenas se formos “balancear” com a escala de difusão de estereótipos que o mundo Ocidental trouxe para a representação do Oriente. Acredito que o cerne da questão seja exatamente a popularização em massa dessas visões de mundo Ocidentalistas e os seus efeitos nefastos no que tange a representação estereotipada dos povos Orientais.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  24. Este comentário foi removido pelo autor.

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  25. Olá! Todas as séries que você apresentou são voltadas para sátiras, no contexto do humor. Qual é a sua sugestão para que as séries retratem o oriental nesse tipo de programa? Continuando na série do Chris Rock, ela é baseada em experiências do comediante na década de 80, sendo assim, não entra primeiro a questão de que os orientais eram vistos erroneamente dessa forma naquela época, visto que o programa é, praticamente, um livro de memórias?

    Ticyana Silva Franco
    UFMA

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    1. Boa Noite, Ticyana. Agradeço por sua participação!
      Acredito que o imaginário do mundo Oriental representado nas séries é um imaginário construído, principalmente com as correntes acadêmicas e exotéricas, cuja a difusão em massa ocorrem, sobretudo nos séculos XIX e XX. Assim, as representações que temos hoje sobre orientais, são frutos de um processo histórico que consolidou esse imaginário a muito tempo, e que cujas posições continuam sendo reafirmadas, muito embora, haja maiores reinvindicações (lutas) pela desconstrução desses imaginários estereotipados.
      Uma sugestão seria o de encarar o Oriental como sujeito protagonista de sua própria história. Significaria desvinculá-los das imagens estereotipadas reconhecendo-o enquanto sujeito comum. A valorização excessiva da diferença, do exótico, contribuíram para o abismo das relações entre Oriente e Ocidente perante o imaginário popular na medida em que a mídia educou a sociedade para supervalorizar as diferenças e jamais relativizá-las. Tal aproximação só começará a ocorrer quando o Oriental deixar de ser “essencialmente exótico” perante o imaginário popular (Ocidental).
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  26. Boa Noite Arthur e demais participantes!
    De acordo com o compreendido no texto, essa "Estereotipação" que é mostrada nas séries vem desde muito tempo e com a convivência de Orientais e Americanos especialmente nos Estados Unidos com os Bairros Orientais como Chinatown se referindo aos descendentes de Chineses.
    A impressão que se tem é que os Orientais não querem se ocidentalizar e mesmo estando fora do seu continente ainda mantém suas tradições.
    Será que com a globalização cada vez mais acelerada, os ocidentais se tornar "ocidentais" em terras americanas? Isso no sentido de abandonar suas práticas ancestrais e se render ao sistema ocidental?
    Valmir da Silva Lima.

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    1. Boa Noite, Valmir. Agradeço por sua participação!
      A questão levantada por você se refere a perda da identidade cultural desses povos Orientais que vão para o Ocidente. Mesmo formando comunidades como forma de resistir as dominações dos costumes Ocidentais estes acabam perdendo partes significativas de seus costumes e referencias culturais do Oriente.
      Acredito sim que o processo de globalização tende a aproximar esses universos, contudo, dificilmente esse processo de assimilação cultural ocorrerá de “forma plena”, visto que o processo de aculturação envolve uma fusão cultural onde tais readaptações mesclam elementos da cultura nativa com os da nova cultura a ser assimilada. Não acredito que essa rendição aos costumes Ocidentais ocorra por completo, pois a formação de uma cultura híbrida (emergente no mundo contemporâneo) contribui, de certa forma, para a aproximação cultural de polos anteriormente considerados tão opostos quanto a relação entre Oriente X Ocidente.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  27. Boa Noite, Jéssica. Agradeço por sua participação!
    Gostaria também de parabeniza-la por seu texto! Excelentes explanações e aportes teóricos muito bem desenvolvidos!!!
    Sem dúvidas! Como busquei enfatizar ao longo do texto, identidade e representação mantêm associações muito tênues. A identidade é um campo em constante disputas por significados, e é exatamente nesse ponto que os estereótipos adquirem o seu sentido mais nocivo. A capacidade dos mesmos de representar e de legitimar uma realidade de forma deturpada e o seu potencial de atingir as massas, influindo na opinião pública, podem facilmente fazer uma característica satírica se tornar uma verdade absoluta e tais consequências podem ser irremediáveis a estes povos cuja as identidades foram “maculadas”. Percebemos isso claramente quando Índia e China são representadas nas séries norte-americanas, na medida em que esta consolidou um imaginário popular. Como exemplo, no episódio "Muito Apu por quase Nada" dos Simpsons, o personagem Apu se vê obrigado a se “adequar ao modo de vida americano”, para não ser deportado. Em todo o episódio, a cultura norte-americana é apresentada como superior, em detrimento de sua própria cultura. (Tal situação representada reflete uma realidade atual dos EUA que desenvolve uma política rígida quanto ao controle da entrada de imigrantes em seus territórios e as diversas manifestações de ódio contra os mesmos, demonstrando resquícios dessa imagem de superioridade difundidas). Sugiro que se tiver a oportunidade, assista ao episódio, ele levanta questões bastante pertinentes sobre essa questão do imaginário e representação.
    Cordialmente,
    Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  28. Primeiramente gostaria de te parabenizar Arthur Caetano pela riqueza de detalhes contida em seu trabalho, percebo que com essa grande diversidade de argumentação a respeito da temática acaba fomentando ainda mais a sua tese. Dentro do texto gostaria de destacar os esteriótipos formados na imagem dos orientais nessas séries, normalmente são questões que passam despercebidas para um olhar desatento, todavia você pode captar eles muito bem. Partindo dessa ideia que por você foi inserida, vejo uma forte disseminação de atributos negativos com relação a esses personagens, fazendo com que a própria imagem do oriental seja consequentemente afetada e denegrida.

    Parabéns pelos esclarecimentos!!

    Ass. Ruan David Santos Almeida

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    1. Boa Tarde, Ruan.
      Agradeço por suas colocações.
      Sinta-se à vontade, assim como todos os demais participantes, de fazerem as intervenções necessárias.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  29. Ola Artur! Inicialmente gostaria de lhe parabenizar pelo trabalho que realmente nos instiga à leitura e à reflexão. Pude observar em seu texto que as comparações da figura do oriental (no seu estudo, chineses e indianos) são trazidos envoltos de uma personificação que nos lembra a imagem trazida pelos europeus na época do imperialismo. Neste sentido, é possível se perceber que este estereótipo vem sendo construído de tempos. Lendo seu texto, também me recordo dos filmes de "ação" estrelados por atores descendentes de orientais, tais como Jackie Jan. Como devem ser trabalhados, na sua opinião, a (des)construção desses estereótipos pela mídia, nas aulas de História, a fim de refletir essas questões que você apresenta?
    Te pergunto isso, pois, nossos alunos são consumidores desse tipo de mídia e, no mundo atual, em que se evidencia uma aversão ao estrangeiro imigrante, com discursos de ódio, esses agentes sociais que muito ajudaram a erguer o capital dos países que os criticam, são postos à margem dessa sociedade.

    Grato!

    Jefferson Fernandes de Aquino

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    1. Boa Tarde, Jefferson. Agradeço por suas colocações!
      Sua questão levantada direciona-se para a desconstrução dos estereótipos e, de certa forma, dialoga com os comentários da Nicole Loureiro, Felipe Amorim e Aline Blattmann.
      Peço que, por gentileza, observe a resposta na postagem da Nicole Loureiro.
      As indagações sobre a desconstrução dos estereótipos suscitaram excelentes questões que fomentaram o debate acerca do papel da mídia e de nossa responsabilidade pessoal\profissional enquanto historiadores, para se efetivar a desconstrução dos mesmos.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  30. Bom dia, ao meu vê a representatividade dos povos orientais está através
    mudando pois filmes com menos esteriótipos estão sendo lançados,filmes como por exemplo: para todos os garotos que eu já amei ou podres de ricos,isso se também vem dos autores serem imigrantes,assim podendo expressar com mais realidade a vida oriental,a partir de qual momentos nos podemos analisar essa nova leva de filmes, e como devemos ser um difusor desses assuntos tanto na universidade como em sala de aula?
    WIllen barbosa de sousa
    Desculpe os erros otográficos

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    1. Boa Noite, Willen barbosa. Agradeço por suas colocações!
      Sua questão também se relaciona com a desconstrução desses estereótipos.
      O debate acerca dessa desconstrução na sala de aula, encontra-se na postagem da Nicole Loureiro. Sugiro que observe a discussão levantada.
      Quanto a essa perceptiva nas universidades, acredito que medidas já vêm sendo tomadas para que esse debate ocorra. Diversas universidades do Brasil já contam com disciplinas oferecidas aos estudantes bem como grupos de estudos referentes a temática Oriental, assim como o próprio Simpósio já demonstra esse avanço quanto ao reconhecimento da cultura Oriental por meio de suas especificidades, problematizando, principalmente, essa questão da representação ocidentalista deturpada que cercou o imaginário do Oriente durante séculos.
      Quanto a questão do “momento histórico” em que podemos observar uma “ruptura de paradigmas”, podemos destacar as contribuições de Edward Said na década de 1970, autor do livro Orientalismo – a invenção do Oriente pelo Ocidente (1978), que foi um dos primeiros autores a contestar as categorias de pensamento Orientalistas, argumentando que estas visões de mundo refletem muito mais o pensamento Ocidental do que a realidade Oriental propriamente dita.
      Essa ruptura se segue não só nos campos científicos\acadêmicos mais refletem nas artes. O documentário “The Problem With Apu”, citado no texto, reflete exatamente esse momento atual cuja a desconstrução das visões de mundo ocidentalistas se fazem presentes, onde o que “antes era tolerado, agora já não o é”.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  31. Bom dia, Arthur. Parabéns pelo seu texto.
    Constantemente vejo esses esteriótipos serem retratados pela mídia e reproduzidos pelas pessoas. Você acha que essa imagem passada pela mídia contribui para a xenofobia que algumas pessoas possuem em relação aos chineses e indianos?


    Victoria Regina Borges Tavares Melo

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    1. Boa Noite, Victoria. Agradeço por sua participação!
      Com certeza! Como tenho enfatizado ao longo do simpósio, identidade e representação mantêm associações muito tênues. A identidade é um campo em constante disputas por significados, e é exatamente nesse ponto que os estereótipos adquirem o seu sentido mais nocivo. O Ocidente, ao representar e legitimar uma história Oriental segundo a suas próprias perspectivas e interesses contribuiu para inferiorizar a cultura Oriental perante as massas, o que influi na opinião pública, fazendo com que uma característica satírica se torne uma verdade absoluta e tais consequências podem ser irremediáveis a estes povos cuja as identidades foram “maculadas”.
      Percebemos isso claramente quando Índia e China são representadas nas séries norte-americanas, na medida em que esta consolidou um imaginário popular. Como exemplo, no episódio "Muito Apu por quase Nada" dos Simpsons, o personagem Apu se vê obrigado a se “adequar ao modo de vida americano”, para não ser deportado. Em todo o episódio, a cultura norte-americana é apresentada como superior, em detrimento de sua própria cultura. (Tal situação representada reflete uma realidade atual dos EUA que desenvolve uma política rígida quanto ao controle da entrada de imigrantes em seus territórios e as diversas manifestações de ódio contra os mesmos, demonstrando resquícios dessa imagem de superioridade difundidas). Sugiro que se tiver a oportunidade, assista ao episódio, ele levanta questões bastante pertinentes sobre essa questão do imaginário e representação.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  32. Boa tarde, Arthur Caetano! Parabéns pelo trabalho apresentado!
    Eu só conhecia algo referente aos orientais a partir do que a televisão nos apresentava, ou a partir dos meios de comunicação disponíveis para nós. Isso, de fato, é perigoso, porque a mídia forma opinião e domina as massas. Infelizmente, o nosso sistema educacional não nos disponibiliza estudos mais aprofundados acerca de outras culturas e povos como os africanos, chineses, japonês, indianos etc. Estou concluindo a minha faculdade de História, também pela UNIRIO/EAD. Foi graças aos estudos da disciplina de Extremo Oriente e História do Oriente, que pude conhecer melhor e entender que existem muitos valores e várias culturas que não temos acesso, mas que nos ajudariam muito na nossa formação ética, moral e ampliaria muito a nossa visão de mundo. Sendo assim, os nossos alunos ficam presos ao que as mídias produzem e, como você mencionou em seu trabalho, tornam-se reprodutores de visões estereotipada e preconceituosa.
    Edgar Silva dos Santos

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    1. Boa Noite, Edgar. Agradeço por sua participação!
      Agradeço por seu relato! Realmente, podemos perceber que os estereótipos são difundidos (e assimilados), na maioria das vezes, de formas despercebidas pela grande massa. E isso aumenta ainda mais a nossa responsabilidade enquanto educadores, par desconstruirmos esses preconceitos “consolidados” no imaginário popular.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  33. Oi, Arthur, sua abordagem apresentada foi de grande impacto, pois apesar de conviver assistindo séries que mostram a temática dos indianos e orientais eurocentrizados, nunca havia atinado a tais problematizações demonstradas. Gostaria de saber se a eurocentrização sobre os orientais e indianos por parte das mídias favorece ou incentiva a xenofobia por parte dos que assistem?

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    1. De que força pode ser usada em sala de aula a problematização dessas séries e como abordar com os alunos tais temáticas?

      Karina Sousa Rodrigues

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    2. De que força pode ser usada em sala de aula a problematização dessas séries e como abordar com os alunos tais temáticas?

      Karina Sousa Rodrigues

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    3. Em Duplicidade.
      Questões já respondidas logo abaixo.

      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  34. De que força pode ser usada em sala de aula a problematização dessas séries e como abordar com os alunos tais temáticas?

    Karina Sousa Rodrigues

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    1. Karina, reitero meus sinceros agradecimentos por sua participação.
      A questão por você levantada direciona-se para a desconstrução dos estereótipos e, de certa forma, dialoga com os comentários da Nicole Loureiro, Felipe Amorim e Aline Blattmann.
      Peço que, por gentileza, observe a resposta na postagem da Nicole Loureiro.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  35. Oi, Arthur, sua abordagem apresentada foi de grande impacto, pois apesar de conviver assistindo séries que mostram a temática dos indianos e orientais eurocentrizados, nunca havia atinado a tais problematizações demonstradas. Gostaria de saber se a eurocentrização sobre os orientais e indianos por parte das mídias favorece ou incentiva a xenofobia por parte dos que assistem?

    Karina Sousa Rodrigues

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    1. Boa Noite, Karina. Agradeço por sua participação!
      Sua questão dialoga com a da Victoria Borges e Jessica Couto.
      Peço por gentileza, que retorne a esses comentários.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  36. Ola Arthur, parabéns pelo trabalho.
    O que tratastes em seu trabalho já venho percebendo a muito tempo, alem de pouco retratado, o oriente sempre foi taxado com uma visão ocidental de sua cultura. Como um professor de historia da asia falava, o melhor adjetivo para caracterizar o oriente sempre foi dizer que era oriental, pois tinha suas peculiaridades e suas próprias características. O que você acha que poderia ser feito para que a cultura oriental fosse melhor apresentada e representada para o ocidente?
    Junior Henrique Ott

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    1. Boa Noite, Junior Ott. Agradeço por sua participação!
      Excelente citação. Obrigado por compartilhá-la conosco.
      Acredito que estamos caminhando significativamente para a ampliação desses debates, e isso é um progresso no que tange a reorientação de perspectivas sobre o Oriente no pensamento Ocidental. Estamos ampliando esse debate dentro da própria mídia (onde o documentário “The Problem With Apu” seria uma evidencia dessa “autocrítica” ocidental); nas escolas (onde podemos observar que as atuais diretrizes curriculares como a BNCC já dão mais espaço pata tratarmos desse tema) e, também na academia onde tem sido criadas disciplinas e grupos de estudos que tem fomentado o interesse e incentivado a pesquisa acerca da realidade oriental sob suas próprias perspectivas.
      Estabelecendo alguns diálogos com alguns comentários já enfatizados ao longo do simpósio, defendo que desenvolver o relativismo cultural é de vital importância para compreendermos as especificidades do mundo Oriental sobre seus próprios prismas. Contudo, acredito que tal “aproximação excessiva” pode ocasionar uma homogeneização das relações, sem dúvidas, o que reforçaria ainda mais as visões estereotipadas.
      Desse modo, conforme argumentei para a Tacynara, uma sugestão para “recuperarmos o olhar sobre o Oriente” seria o de encarar o Oriental como sujeito protagonista de sua própria história. Significaria desvinculá-los das imagens estereotipadas reconhecendo-o enquanto sujeito comum. A valorização excessiva da diferença, do exótico, contribuíram para o abismo das relações entre Oriente e Ocidente perante o imaginário popular na medida em que a mídia educou a sociedade para supervalorizar as diferenças e jamais relativizá-las. Tal aproximação só começará a ocorrer quando o Oriental deixar de ser “essencialmente exótico” perante o imaginário popular (Ocidental).
      Discorro um pouco acerca da minha opinião quanto a postura profissional a ser assumida pelo professor diante da desconstrução dos estereótipos, nas respostas que dei aos comentários da Nicole Loureiro, Felipe Amorim e Aline Blattmann. A resposta, encontra-se na postagem da Nicole Loureiro.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  37. Olá Arthur, Boa noite. Quero dizer que gostei muito do que foi explanado por você. A minha pergunta é: Como foi se construindo esse esterótipo de que o oriental é o "estranho", é o representado como sujeito inferior?. Quais as perspectivas que levam os ocidentais, principalmente os Americanos, a super desvalorizar a cultura oriental? Fazer uma representação que passa distante do real legado cultural? Queria que você me falasse se essas discussões trazidas em seu artigo, poderiam ser relacionadas com a corrida comercial entre EUA e CHINA?

    Um forte abraço!!

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    1. Boa Noite, Delano Leocadio. Agradeço por sua participação!
      Ao longo do tempo esse imaginário acerca dos Orientais foi se constituindo a partir das correntes acadêmicas e exotérica, sobretudo no século XIX. Por ressaltar os aspectos não civilizacionais do Oriente, difundiu-se a ideia de Imobilismo Histórico nas análises acerca da preponderância das estruturas de longa duração da história no pensamento e na vivência cultural oriental. Por se relacionar de forma distintas com os padrões éticos, religiosos, filosóficos e políticos (em relação ao Ocidente) as diversas culturas orientais foram consideradas mitológicas e irrealistas, uma vez que a Antiguidade ainda se mantêm influente nos hábitos e saberes transmitidos culturalmente. Tais perspectivas levaram ao descrédito das culturas Orientais em todos os aspectos sociais, perpassando para os campos científicos\acadêmicos. A história da Índia, por exemplo, é delimitada por feitos míticos-religiosos, não se interessando em registrar fatos “terrenos ou profanos”. Essa relação com a história não correspondia aos padrões Ocidentais, cuja a comprovação por meio de registros e fontes seriam fundamentais para se “atestar a veracidade sobre informações do passado”. Por se relacionarem de forma diferente em suas concepções de mundo, tais povos foram considerados como desprovidos de consciência histórica por estudiosos Ocidentais que se utilizaram do Ocidentalismo como instrumento de dominação\manipulação sobre o passado Oriental e a representação destes.
      O que tentei levantar em meu artigo refere-se as origens do Ocidentalismo enquanto representação\construção Ocidental acerca das realidades Orientais e o reflexo da difusão de suas “ideologias” (enquanto categorias de pensamento) no imaginário popular por meio da grande mídia. O enfoque estaria na questão da Representação Oriental. Desse modo, não consigo, no momento, estabelecer correlações diretas e imediatas acerca das “relações diplomáticas” entre China e os EUA. Mas, por se tratar de um campo de acirradas disputas políticas\ideológicas, acredito que a representação e caracterização desses países (“politicamente rivais”) em discursos e representações midiáticas seriam sim mais um instrumento a ser utilizado como “arma” para afetar o imaginário social e difundir distorções. A mídia consegue efetivar esse “ataque” de modo sutil e direto ao atingir amplamente as massas e moldar rapidamente a opinião pública.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  38. Parabéns Arthur pelo texto!logo após ler, muitos outros personagens de filmes e series americanos, que tem personagens orientais, vem a mente e saltam os esteriótipos tratados por você aqui.
    Esse assunto é muito novo para mim,por isso gostaria de saber se há um momento histórico que possa explicar o porquê desses esteriótipos: foi após as guerras envolvendo povos orientais? por isso talvez legitimam um preconceito?
    Como você acha que a academia poderia mudar o seu modo de pensar e reconhecer outros sistemas?

    Thayse Fernanda da Rosa

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    1. Boa Noite, Thayse. Agradeço por sua participação!
      Em meu texto, procuro demonstrar que, sobretudo a partir do século XIX, os circuitos acadêmicos procuraram difundir suas impressões acerca da realidade Oriental, criando-se o Orientalismo como forma de legitimar essas opiniões deturpadas, principalmente relacionadas a justificativa do colonialismo e imperialismo. Conforme já respondi em alguns comentários, acredito que a academia já tem dado passos significativos rumo a reorientação de paradigmas de análises sobre o Oriente, pois percebemos na atualidade que tem sido criadas disciplinas e grupos de estudos que tem fomentado o interesse e incentivado a pesquisa acerca da realidade oriental sob suas próprias perspectivas. São passos iniciais, mas que representam os avanços do encontro das culturas orientais analisadas sobre suas próprias perspectivas.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  39. Muito interessante o texto!
    O que pensas sobre os filmes do Indiana Jones, sendo a história ocorrendo no período anterior o fim dos impérios ocidentais e como cenários diversos países sob protetorados ?

    Tiago Tormes Souza

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    1. Boa Noite, Tiago. Agradeço por sua participação!
      A ideia central do meu texto está pautada nas representações estereotipadas das referidas séries em questão.
      Desse modo, não consigo articular “com propriedade” o debate acerca dos filmes do Indiana Jones.
      Lamento.
      Mas espero que meu texto tenha contribuído de alguma forma para ensejar a pesquisa acerca das desconstruções dos estereótipos de Orientais em outros recursos audiovisuais. As possibilidades são muitas e tal debate é emergente.
      Cordialmente,
      Arthur Alexandre Caetano Silva de Souza

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  41. Boa Noite a Todos!
    Gostaria de Agradecer a todos os leitores que gastam um pouquinho de seu tempo e se empenharam na leitura crítica do meu texto!!
    Espero que meu texto tenha contribuido para fomentar o interesse e o debate crítico acerca do Orientalismo e suas representações sutis na grande mídia.
    Grande Abraço a Todos!
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