André Bueno


CLÁSSICOS DO ORIENTE
André Bueno

Desde o século 19, as abordagens orientalistas sobre a literatura asiática criaram um paradigma literário marcante: os 'clássicos do Oriente' - ou, grosso modo, quais eram os livros 'orientais' mais importantes para serem lidos e que permitiram, por conseguinte, acessar e compreender a 'mentalidade oriental'. Obviamente, esse ponto de vista foi construído numa época em que pouco se conhecia as literaturas asiáticas, e o trabalho de tradução apenas se iniciava.
Atualmente, esse referencial deveria estar superado. Os 'clássicos do Oriente' já foram ultrapassados por um grande número de traduções de textos asiáticos, e hoje é possível ler a tradução de um romance chinês apenas um ou dois anos depois dele ser lançado.
Ademais, há que se perguntar se - ou o que - podemos apreender da leitura de textos antigos de China ou Índia que correspondam a uma noção atual contemporânea sobre essas civilizações.
Mesmo a eleição desses clássicos foi uma escolha feita por ocidentais, que gradualmente entravam em contato com as literaturas orientais, e faziam suas opções baseadas em visões de mundo que oscilavam entre generalizações problemáticas ou em opiniões e gostos absolutamente particulares.
Todavia, gostaríamos nesse texto de discutir a noção de 'clássicos orientais' como um instrumento pedagógico de abertura para os estudos asiáticos - ao menos, no campo da história, literatura e filosofia. Recentemente, Michael Puett ofereceu um curso na universidade de Harvard no qual propôs aos alunos a leitura do ‘Lunyu’ [Conversas] de Confúcio e do ‘Daodejing’ [livro da virtude e do caminho], de Laozi. O objetivo consistia em fazer com que os alunos conectassem suas leituras com uma prática cotidiana de vida, identificando problemas, perspectivas e atitudes que pudessem dar conta de seus dilemas morais, angústias e preocupações. O resultado foi notável, sendo um dos cursos mais concorridos da universidade [Dowling, 2017]. A experiência se transformou no livro ‘The Path: What Chinese Philosophers Can Teach Us About the Good Life’ [Simon & Schuster, 2017], propondo que os leitores vivenciem a experiência de tentar aplicar Confúcio e Laozi ao longo de suas existências. Igualmente, eu já havia experimentado lecionar um curso sobre as diversas vivencias filosóficas afro-asiáticas, buscando revelar os diversos padrões de racionalização e interpretação existentes nas mais variadas culturas. [Bueno, 2017]
A ponderação sobre essas experiências nos fez questionar se, por uma série de razões, a introdução aos estudos asiáticos por meio dos 'clássicos do Oriente' não continuaria a ser, de certa forma, um meio atraente e saudável de levar os estudantes e se interessar por culturas como Índia, China ou Japão. Para analisar esse ponto de vista, faremos então uma breve apresentação sobre como surgiu essa literatura de 'clássicos orientais', seus usos e recepções e, por fim, por quais motivos pode ser válido ainda propor um grupo de leituras dentro dessa nomenclatura.
O que são os ‘clássicos do Oriente’?
Vamos começar com a definição básica do que foram - e de certo modo, ainda são - os 'clássicos do Oriente'. No século 19, missionários, pesquisadores, linguistas e eruditos que foram atuar na Ásia se depararam com culturas complexas e milenares. Muitas dessas sociedades possuíam uma vasta literatura, de cunho multifacetado, cuja abordagem e classificação divergiam bastante do entendimento acadêmico eurocentrado. Tomemos um exemplo: o Mahabharata, uma epopeia indiana similar em muitos aspectos a Ilíada e a Odisseia, foi considerado um livro sagrado, denotando uma perspectiva religiosa. Um de seus capítulos, o Bhagavad Gita, é um dos textos fundamentais da literatura filosófica hinduísta. Seria fácil classificar o Mahabharata numa categoria similar a dos mitos gregos, se ele não fizesse parte de uma cultura absolutamente viva e em plena atividade. Assim, como definir literariamente esse texto? Qual campo de estudo [leia-se, ‘ocidental’] poderia se projetar sobre ele?
Esse exemplo sumário revela uma postura básica dos primeiros tradutores: o que traduzir, e para que traduzir? A escolha dos textos dependia não apenas do encantamento ou vontade do tradutor, mas também, da identificação de um aspecto pragmático. Tal texto seria capaz de proporcionar um entendimento sobre determinada civilização? Ou se deveria traduzir um texto que fosse tido como fundamental - mesmo que esse texto não fosse lido por muitos?
Um atuante dominicano, Frei Juan de Cobo, já havia se deparado com esses problema ao chegar nas costas do sul da China no século 16. Ao tentar compreender os hábitos, ideias e costumes chineses, ele escolheu traduzir o Mingxing Baojian, uma recolha de frases e comentários que explicava muitos aspectos da cultura chinesa. Sua tradução, o 'Beng Sim Po Cam' [1593], fora uma escolha razoavelmente acertada na época; o problema é que tempos depois os chineses perderam o interesse por ele, que acabou encontrando mais sucesso no sudeste asiático, Coréia e Japão. Apesar de ser uma fonte relevante de informações, não se tornou um 'clássico' entre os chineses - e consequentemente, perdeu importância entre os europeus que chegavam aquelas terras. Posteriormente, Missionários jesuítas foram capazes de identificar a importância de Confúcio na sociedade chinesa, e fizeram traduções para o latim de textos confucionistas - mas o latim não era de acesso geral, o que impedia sua popularização.
Foi ao longo do século 19, quando o ofício da tradução se tornou uma política oficial, que se delineou aos poucos a escolha dos livros que comporiam uma espécie de grupo de obras básicas 'para se compreender' o Oriente.
Essa escolha, aparentemente, cumpria uma série de critérios mais ou menos especificados:
-Ter um reconhecimento amplo nas suas civilizações de origem: esse reconhecimento não corresponderia diretamente a sua popularização, mas a importância que as elites letradas autóctones davam ao texto, e o quanto ele poderia explicar sobre o 'colonizado';
-Conteúdos religiosos e/ou filosóficos: esperava-se desses clássicos que eles pudessem caracterizar [mesmo que isso correspondesse a certas estereotipizações] as dimensões das crenças, visões de mundo e entendimento religioso que as civilizações expressavam. Veremos adiante que esse ponto é de fundamental importância nessa classificação, e que revela muito das visões europeias de cultura desse período;
-Dimensão: curiosamente, os 'clássicos do Oriente' não eram muito extensos, deveriam ser de fácil acesso e leitura. É possível que o tamanho reduzido fosse um fator de divulgação nas suas sociedades de origem: mas para os divulgadores ocidentais, era praticamente um requisito básico. Não que os tradutores recusassem textos mais complexos ou extensos [a coleção Sacred Books of the East, lançada a partir do século 19, demonstra muito bem isso]; mas para uma divulgação mais ampla, que alcançasse os 'não-especialistas' - isso é, todo e qualquer pessoa que quisesse ler, mas não estivesse envolvido com a academia - a dimensão reduzida do texto era um fator atraente.
-Atemporalidade: os textos escolhidos, em geral, tentavam passar uma perspectiva de atemporalidade, ou durabilidade. Esse fator permitia um diálogo com os leitores, construindo praticamente um 'reservatório de sabedoria' bem próximo da auto-ajuda. O problema principal, porém, era transmitir a impressão de que as civilizações asiáticas eram imóveis e imutáveis, ou seja, de que haviam parado no tempo e no espaço. Era como se a China fosse confucionista desde Confúcio, e nunca tivesse mudado desde então. Tais construções reforçavam a perspectiva orientalista em curso, submetendo o 'Oriente' a hierarquia de saberes imposta pelo período colonial, e que pressupunham o ‘Oriente’ como um lugar de relativo atraso e estagnação. Mesmo assim, isso não era feito sem contradições claras nos discursos elaborados a partir da própria Europa.
Religiosos, filosóficos ou científicos?
É curioso que, ao lermos os ‘clássicos do Oriente', aparentemente, o primeiro critério era o de publicar textos que tivessem um caráter religioso. Isso se explicava por uma lógica própria dos tradutores europeus - de que as religiosidades sintetizavam os princípios culturais das civilizações asiáticas.
Mas como inserir um livro como 'A arte da guerra' de Sunzi ou 'O Livro dos cinco anéis' de Myamoto Musashi nessa lista? Os tradutores aceitavam que alguns desses clássicos poderiam representar leituras de cunho 'filosófico', e isso não era problema algum no século 19. Lembremos que foi naquela época que autores como Hegel ou Nietzsche começaram a reforçar a distinção entre religião e filosofia. Antes deles, os iluministas franceses também discutiram os fundamentos da razão filosófica; mas a maioria imensa dos pensadores europeus não via qualquer problema em considerar Santo Agostinho ou São Tomas como filósofos. Não estranhavam, igualmente, misturar metafísica e teologia. Assim, os ‘clássicos’ do Oriente podiam ser, ao mesmo tempo, obras religiosas e filosóficas, expressando - na visão dos europeus - as próprias 'indistinções' que os 'orientais' faziam em seus textos. Essa, claro, era a visão ocidental; mas no período em questão, a imposição do pensamento imperialista e colonial não entendia isso como um obstáculo epistemológico. Afinal, eram os europeus que 'ditavam' a sua própria episteme.
Por outro lado, entendia-se ser absolutamente científico acessar o 'Oriente' por meio de textos escolhidos, já que esse seria um procedimento sociológico aceitável. Consoante à perspectiva positivista então vigente, os textos possuíam uma autoridade notável como fonte, e essas traduções passaram a ser um documento básico para o entendimento do ‘outro asiático’. Essa adição ‘científica’ aos critérios de tradução permeou a escolha de textos bastante significativos, que na visão atual destoariam dos itens antes descritos, como veremos a seguir.
Quais clássicos?
Aqui faremos uma pequena relação dos 'clássicos' mais difundidos e vendidos, e que aparecem mais constantemente nas listas de leituras consideradas como básicas sobre a Ásia.

Os Analectos - a obra que recolhe uma série de máximas do pensador chinês Confúcio [séc. -6] é uma das mais presentes na relação de leituras 'clássicas'. James Legge, ao fazer a tradução 'oficial' para inglês dessa obra, decidiu escolher o nome de 'Analectos' para que as frases de Confúcio não fossem confundidas com os provérbios bíblicos, imprimindo um nome próprio à tradução desse texto. A coletânea sintetizaria os prinćípios básicos do 'Confucionismo' - uma invenção dos jesuítas para tentar explicar, do ponto de vista religioso, uma doutrina que eles tinham dificuldade em compreender.
Como vimos, distinguir religião de filosofia não era uma questão relevante para os primeiros tradutores, e o livro de Confúcio seria um bom caminho para entender a ética chinesa. Ademais, as frases soltas, colocadas de forma aforística, constituíam um bom livro de 'conselhos' para o leitor descompromissado. De todos os livros chineses, esse foi o primeiro a ser mais seriamente estudado e difundido como um caminho para entender a sociedade chinesa.
O Tratado do caminho e da virtude - a obra de Laozi demorou um pouco a ser conhecida pelos ocidentais, mas logo que suas primeiras traduções surgiram, ela se tornou um fenômeno, junto com a 'Arte da guerra' [que veremos depois]. O livro era pequeno, composto de poemas, e denotava outra forma chinesa de encarar a vida, revelando a riqueza e diversidade dessa cultura. De fato, o livro se popularizou bastante, e se tornou um dos textos fundamentais das visões esotéricas ocidentais, eclipsando a importância da leitura dos Analectos para entender a China.
A arte da guerra - os europeus ficaram entusiasmados com a presença de um tratado militar nos cânones literários chineses, posto que esse era um dos interesses básicos dos intelectuais coloniais. Na virada do século 20, o livro começou a se popularizar nas escolas militares; mas foi depois da década de 60 que ele caiu no gosto de empresários, coachings, intelectuais e do público de autoajuda. É provavelmente o livro chinês com mais versões – nem todas são traduções, efetivamente - nas línguas ocidentais, em disputa aberta com a obra de Laozi. No entanto, por não ser considerado como 'religioso', ele encontrou uma recepção mais ampla; e por se tratar de um texto de cunho prático e eficaz, rapidamente alcançou faixas diversas de público, se tornando um fenômeno de vendas. O livro de Sunzi é um manual para organizar e comandar o exército em situações de crise e conflito, com os quais muitos autores buscaram traçar paralelismos com a vida cotidiana. Embora seja bastante problemática tal comparação [admitir que a vida em sociedade é o fim da moral e a ascensão da violência], o livro tem sido amplamente debatido nos mais diversos âmbitos.
O Livro do Dharma – O Dhamapada, atribuído a Buda [Sidarta Gautama, séc. -5?], consistia em um tratado de ética budista, de pequenas dimensões, que apresentava os princípios religiosos e morais dos 'indianos'. Obviamente, a noção de religiosidade indiana, e suas múltiplas facetas - as escolas hinduístas, os budismos, o jainismo, etc.- estava diluída na percepção de que o Dhamapada pudesse explicar tudo isso. Mesmo assim, o texto representava uma perspectiva de diálogo intercultural, capaz de ser apreendido de maneira simples e direta.
A Canção do Senhor - esse capítulo do épico Mahabharata, intitulado Bhagavad Gita, se tornou um livro à parte no Ocidente. Embora amplamente citado na própria Índia, entre os europeus ele se colocou como a expressão mais clara e profunda da espiritualidade indiana hinduísta. É uma passagem belíssima, e que aborda muitos temas relacionados às crenças hindus e suas dimensões filosóficas. Contudo, o problema da ênfase dada a esse texto foi o de diminuir a multiplicidade das escolas indianas, dando uma visão de unicidade que - junto com o Dhamapada - restringia bastante o entendimento da cultura indiana. Lembremos, porém, que um dos objetivos dos tradutores desses clássicos era, justamente, reduzir a compreensão sobre os orientais ao que se consideravam 'alguns pontos fundamentais'.
O Rubaiyat, de Omar Khayyam - esse texto, notável, é um elogio à vida e ao vinho, revelando uma faceta da cultura Persa até então pouco conhecida dos europeus. Mas curiosamente, não existe um livro persa intitulado ‘Rubaiyat’! Esse nome foi dado por Edward Fitzgerald [1809-1883], o primeiro tradutor para o inglês dos poemas de Omar Caiam [1048-1131], que organizou uma coletânea desse poeta e a intitulou ‘Rubaiyat’, que significa ‘quartetos’ na língua persa. Esse é um efeito significativo do orientalismo: um dos maiores ‘clássicos’ da Pérsia nunca existiu em um corpo único de textos, mas depois de ser ‘inventado’ como livro por um ocidental, ele se consolidou como uma obra-prima, de tal modo que o iraniano comum de hoje o reconhece [e muitas vezes, acredita] na existência do livro e em sua importância como clássico.  Por outro lado, a visão ocidental sobre o islã, dominada pelas interpretações preconceituosas, e essencialmente ligada ao Alcorão, não conhecia esse tipo de literatura. O texto se tornou um sucesso de recepção, sendo incluído em praticamente todas as listas de 'clássicos do Oriente'. O Rubaiyat escapa por completo a exigência do critério 'religiosidade' na sua eleição, mas era uma peça literária capaz de atender ao deleite hedonista dos leitores.

Outros textos
Essa lista básica recebeu acréscimos e variações ocasionais. Tais textos passeiam nessas listas pelos mais diversos motivos. Alguns têm dimensões maiores do que o usual, dificultando sua popularização. Outros chegaram mais tarde, ao longo do século 20, quando os estudos asiáticos já haviam se expandido o suficiente para justificar abordagens mais profundas, e o atendimento ao público geral ficou nas mãos de editoras não-especializados.
Da literatura japonesa, por exemplo, chegou-nos o ‘Livro dos cinco anéis’ de Myamoto Musashi, que se tornou um interessante livro de estratégias junto com ‘A arte da guerra’. Sua difusão se viu diminuída, porém, como processo de ocidentalização do Japão, o que parecia tornar obsoleto um livro sobre técnicas de combate samurai em pleno século 20. Foi sua associação com as artes marciais e o público da autoajuda que impulsionou novamente o interesse por esse livro entre os ocidentais. Esse é um caso claro de como a escolha de um texto é definida por padrões muito mais 'ocidentais' do que pela própria importância do texto em sua origem. A cultura japonesa produziu os mais diversos tipos de obras, mas que seguem em grande parte desconhecidas do grande público.
O mesmo pode ser dito das obras chinesas. Um autor fundamental como Zhuangzi demorou um bom tempo para ser traduzido; e assim mesmo, encontramos sua obra geralmente incompleta, ou integrando coletâneas de contos ou de passagens do pensamento chinês. Por outro lado, o Yijing [Tratado das mutações], um livro extenso e complexo, ganhou versões variadas e resumidas, por uma razão prosaica: é utilizado usualmente como oráculo, praticamente se ignorando suas raízes na ciência chinesa antiga.
Poderíamos somar a esse exemplo livros que foram considerados como importantes para a compreensão das civilizações asiáticas, mas que possuíam características que dificultavam sua fácil difusão. Os vedas e os Upanishads são textos basilares do hinduísmo, mas suas dimensões e conteúdos os afastam de um público mais leigo. Por vezes, os Vedas são apreciados por sua poética, minimizando sua importância religiosa! Sucesso teve o Livro do Desejo [Kama Sutra] - difundido nas mais variadas versões, e evidentemente mutilado e incompreendido nos seus sentidos filosóficos mais profundos.
Em honra aos persas, precisamos notar que a Mantiqu 't-Tayr [Assembléia dos pássaros], de Farid ud-Din Attar [1145-1221] e o Quitâb 'alf laila ua-laila [Livro das Mil e uma Noites], facilmente classificáveis como clássicos de uma literatura universal, não alcançaram de modo algum a divulgação de que são dignos; mas tanto o tamanho das obras quanto seus conteúdos terminaram por impor limites a sua ampla difusão. As ‘Mil e uma noites’, aliás, merecem novamente um adendo: graças ao trabalho de Antoine Galland [1645-1715] que o livro foi reconstituído, e a versão ‘completa’ que o mundo vislumbra hoje é fruto do trabalho deste orientalista francês.
No Brasil
A noção de 'clássicos orientais' chegou ao Brasil na década de 1940, pelas mãos da editora José Olímpyio. Com um lapso de praticamente cinquenta anos entre as primeiras traduções orientalistas e suas versões brasileiras, a coleção 'Rubaiyat' apresentou as primeiras versões de clássicos do Oriente em nosso país. Durante quase vinte anos, essa coleção, traduzida por um grupo seleto e altamente qualificado, do qual constavam nomes importantes da nossa história e literatura, foi a principal porta de entrada para o 'Oriente', publicando uma coleção diversificada, como podemos ver em sua lista [Bottman, 2016]. Das 48 obras publicadas, 24 eram ‘orientais’, incluindo textos bíblicos.
A série 'Rubaiyat' trazia expressões multifacetadas do 'Oriente', compondo um quadro diversificado, trazido a partir das primeiras traduções do inglês e do francês. Deve se notar, porém, que o plano das obras seguia o ditame costumeiro das coleções de 'clássicos orientais': volumes pequenos, temáticas religiosas e/ou literárias, presença de várias culturas [Índia, China, Japão, Israel, etc] e a inserção de textos variados, ao gosto do editor [há Nieztsche, Poemas portugueses, gregos, latinos...]. Um ponto interessante foi a inserção de autores asiáticos recentes naquela época, como Rabindranath Tagore, que mostram que a editora estava ligada as produções internacionais provenientes da Ásia. O último volume, sobre Confúcio, fora escrito por Lin Yutang - escrito asiático de sucesso nesse período, e rapidamente traduzido para o português.
A obra de Lin Yutang se insere nesse contexto, e trouxe contribuições significativas. A editora Ponguetti buscou traduzir grande parte de seus livros, dos quais nos interessa um especificamente: 'A sabedoria de Índia e China', cuja primeira versão foi publicada em 1945. O livro trazia traduções inéditas de textos indianos e chineses, até então desconhecidos do publico brasileiro, como Laozi, Zhuangzi, o Dhamapada e o Bhagavad Gita. Lin apresentava ainda fragmentos diversos dessas literaturas, como tratado das historias [Shujing], dos poemas [Shijing], dos Vedas e o livro da yoga de Patanjali.
Outra coleção, intitulada 'O pensamento vivo' trouxe novas traduções de Confúcio e de Buda, acrescentando alguns trechos enriquecedores a essa literatura asiática. Mesmo assim, era uma coleção variada, em que os textos 'orientais' estavam em menor número, se misturavam autores das mais diversas épocas e origens. Foi somente no final da década de 60, porém, que versões variadas dessas literaturas começaram a surgir mais regularmente. A divulgação de Sunzi estourou depois da década de 80; em compensação, o interesse por livros como o Rubaiyat diminuiu sensivelmente. Ainda assim, em 2008 a editora Eko lançou uma série intitulada ‘Clássicos do Oriente’, que trazia o ‘Tao te king’ de Laozi, Dhamapada de Buda, Rubaiyat de Khayam, A Arte da Guerra de Sunzi e o Livro dos Cinco Anéis, de Musashi.
Os 'clássicos orientais' hoje: devemos ler?
A ideia de ‘clássicos orientais’ continuou a existir ao longo do século 20. William T. de Bary, em seu ‘A Guide to Oriental Classics’ [1989], elaborou uma lista das leituras fundamentais para compreender as civilizações asiáticas. Ele repetiu essa proposta em ‘Finding wisdom in East Asian classics’ [2011]. Em 2001, Kupperman também publicou um livro intitulado 'Classic Asian Philosophy', no qual analisa alguns textos que considerou básicos para acessar a 'essência do pensamento asiático'. O livro apresenta ensaios sobre textos chineses, japoneses e indianos. Os livros discutidos são: os Upanishads, Dhamapada, Bhagavad Gita, Confúcio, Mêncio, Laozi, Zhuangzi e textos Zen.
As propostas de Bary e de Kupperman podem parecer superadas, e tendo em vista que hoje dispomos de uma literatura bem mais ampla do 'Oriente' do que no século 19, parece relevante questionar se ler alguns desses 'clássicos' pode realmente contribuir na formação de um estudante ou curioso sobre a Ásia.
Curiosamente, no caso brasileiro, a ausência de estudos sobre Ásia nos currículos universitários revela que ainda estamos distantes de construir uma noção mais exata sobre o que seja 'Oriente' ou 'Ásia'. Entre análises superficialmente diversas, ou que buscam 'essencialidades', o leitor comum ainda se abastece de noticias dos periódicos [em sua maioria não-científicos], de resumos esporádicos e conteúdistas, pouco capazes de explicitar as diferenças ou profundidades das civilizações asiáticas.
O senso comum ainda está muito ligado, igualmente, a uma serie de estereótipos orientalistas, evidenciados por produções televisas e cinematográficas que repetem incessantemente clichês e visões de mundo herdadas do século 19 - com generosidade, talvez, da época da guerra fria.
O brasileiro médio carece, ainda, de leituras que possam esclarecer um pouco mais sobre as realidades e as formas de pensar asiáticas, em suas mais variadas expressões. Livros existem: mas se uma pessoa deseja conhecer um pouco mais sobre alguma civilização asiática, por onde começaria? Por um livro didático? Por um manual de história [cujo volume, às vezes, é desanimador]?
Penso que, por razões didáticas, a proposta de Bary, Kupperman e Puett vale a pena ser retomada. Obviamente, não esperamos mais, como os orientalistas de antigamente, que as coleções de 'clássicos' encerrem tudo que se há para saber sobre o 'Oriente'; muito menos, que esses textos ensejem uma versão unificadora, superficial e homogenizante dos asiáticos, sem aprofundar suas especificidades e diferenças.
Uma sugestão de leitura: o caso chinês
Uma grade sucinta de leituras pode auxiliar, bastante, no estímulo ao aprofundamento do estudo de uma civilização asiática. Como já dispomos de manuais de história e filosofia [ainda que em número reduzido], e um certo número de traduções em português, um curso básico de textos pode ser pensado. Claro, não se pode requerer a especialização de leitores ou alunos; mas, essa introdução a materiais básicos fornece um instrumental para que o estudioso possa aprender mais sobre os saberes asiáticos ou, ao menos, se situar em um nível básico de compreensão sobre elas.
No caso chinês, por exemplo, podemos estruturar a leitura em ‘três dimensões do pensamento sínico: ética, metafísica e estratégia’. Obviamente, esses três aspectos não cobrem por completo a história e a cultura chinesa; mas respondem a espaços e visões bem estabelecidas na literatura dessa sociedade, construídas a partir de uma conexão com o seu passado, e preservadas em função de sua presença na mentalidade e no imaginário.  A ética seria representada pelo trabalho de Confúcio e Mêncio; a metafísica por Laozi e Zhuangzi; o pensamento estratégico por Sunzi. A partir dessas introduções, seria possível fazê-las dialogar em seus conteúdos, permitindo abordagens epistemológicas diferentes [o estudo da China em si; as contribuições chinesas ao pensamento universal, etc].
Esses textos encontram versões de diferentes qualidades em português. Mêncio e Zhuangzi são apresentados, em geral, a partir de fragmentos. Sunzi tem inúmeras versões, voltadas para os mais diversos campos do saber e interpretações.
Os subsídios a essas leituras podem ser encontrados em materiais auxiliares, como ‘O Alicerce Cultural da China’, de Joppert [1979], no ‘Pensamento Chinês’ de Granet [1997] ou na ‘História do Pensamento Chinês’ de Anne Cheng [2009], apenas para citarmos algumas obras em português. A bibliografia de François Jullien, apenas para indicarmos alguns exemplos [‘Tratado da Eficácia’, 1997 e ‘O Sábio não tem ideia’, 1998], também fornece uma boa sustentação ao exame desses três campos do pensamento chinês. Mesmo uma coletânea mais antiga como ‘Filosofia: Oriente, Ocidente’ de Charles Moore [1979] nos permite uma boa base para compreender esses textos, abrindo-nos a porta para um estudo mais sério sobre a China. Quanto às traduções para o português da literatura clássica chinesa, fiz uma apreciação crítica das mesmas em Bueno [2016], que pode nos orientar na escolha das versões mais interessantes.
Conclusão
A experiência de ler alguns textos clássicos asiáticos é fundamental em nossa formação intelectual, sejamos ou não especialistas em ciências humanas. Para além da simples ilustração, o acesso a essas obras nos possibilita redimensionar o entendimento da realidade cultural multifacetada que o mundo vive. O fenômeno de globalização da informação tem, de fato, estimulado uma dinamização das relações internacionais, colocando-nos em contato direto com outras realidades e sociedades. Os ‘Orientes’ estão cada vez mais próximos, e suas fronteiras físicas e intelectuais se diluem no processo de difusão global das populações e saberes, o que não permitem mais que o ‘fascínio exótico’ ou o distanciamento acadêmico orientalista continuem a existir.
A leitura dos ‘clássicos do Oriente’ continua a ser uma saudável aventura de aprendizado, capaz de expandir nossos horizontes; e, mais que um fim, elas são o início de uma relação mais esclarecida, profunda e sincera com as culturas asiáticas.
Referências
André Bueno é prof. Adjunto de História Oriental na UERJ e bolsista da Fundação Biblioteca Nacional.
BARY, William. [org.] A Guide to Oriental Classics. Columbia: Columbia University Press, 1989.
BARY, William. [org.] Finding wisdom in East Asian classics. Columbia: Columbia University Press, 2011.
BOTTMAN, Denise. Coleção Rubaiyat, 2016. Disponível em: http://naogostodeplagio.blogspot.com/2016/05/colecao-rubaiyat.html 
BUENO, André. ‘Antiguidade Oriental: um desafio imprescindível para a verdadeira universidade Brasileira’. In BUENO, A.; CREMA, E.; ESTACHESKI, D.; NETO, J. [orgs]. Canteiro de Histórias: textos sobre aprendizagem histórica’. Rio de Janeiro/União da Vitória: LAPHIS/Sobre Ontens, 2017.
BUENO, André. Revisões literárias. Rio de janeiro: Ebook, 2016.
CHENG, Anne. História do pensamento chinês. Petrópolis: Vozes, 2009.
DOWLING, Tim. ‘Can Harvard’s most popular professor (and Confucius) radically change your life?’ The Guardian, 26 de março de 2017. Disponível em:
GRANET, Marcel. O pensamento chinês. Rio de janeiro: Contraponto, 1997.
JOPERT, Ricardo. O alicerce cultural da China. Rio de janeiro: Avenir, 1979.
JULLIEN, François. O sábio não tem ideia. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
JULLIEN, François. Tratado da eficácia. São Paulo: Ed. 34, 1997.
KUPPERMAN, Joel. Classic Asian Philosophy – A guide to essential texts. Oxford: Oxford University Press, 2001.
MOORE, Charles [org.] Filosofia: Ocidente-Oriente. São Paulo: Cultrix-USP, 1979.
PUETH, Michael. The Path: What Chinese Philosophers Can Teach Us About the Good Life. Nova Iorque: Simon & Schuster, 2017.

29 comentários:

  1. Gostei das vossas sugestões de leitura. Mas o que fazer dos clássicos budistas em chinês e escrituras daoistas?

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    1. Caro Bony,
      obrigado pelo questionamento! Confúcio, de uma forma ou de outra, as pessoas já ouviram falar [apenas para citar m exemplo]. A ideia dos clássicos é criar uma abertura para as literaturas asiáticas, a partir de uma via mais ou menos conhecida. Depois disso, aquele que se interessa aprofunda seus estudos, e chega as mais diversas fontes. Eu não duvido que um texto menos conhecido possa despertar encantamento no leitor; mas o deslocamento contextual pode, por vezes, dificultar a continuidade. ;)
      grande abraço!

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    2. Mas na China, por exemplo, todo mundo também ouviu falar do Sutra do Coração (空即是色,色即是空, quem na China nunca ouviu essa frase?), do Sutra do Lótus etc. Não vou querer puxar a sardinha pro lado daoista, mas talvez alguns textos budistas chineses merecem um lugar na sua definição de clássicos. Abraco!

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    3. Rsss... Na China, com certeza. Mas aqui no Brasil - para além do público budista- eu já seria mais cauteloso. De qualquer forma, essa grade de leituras é uma sugestão. É uma experiência, mas muitas outras podem ser montadas com textos variados. =) abraço!

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  2. Um dos maiores desafios do orientalista é a alteridade imposta na própria orientação do termo orientalista. Porém, parte de nossa compreensão contemporânea se encontra clivada de conceito ocidentais clivados por dois autores maiores: Carl Jung e Friedrich Nietzsche, e diversos tradutores menores, caso de Richard Francis Burton, que modificou substancialmente 1001 noites ao gosto e pudor da era vitoriana. Parece inescapável que Rudyard Kipling tenha imprimido mais referenciais do ser indiano que qualquer outro clássico indiano. Assim, considero o pior trabalho de um tradutor moderno é tentar transplantar a vivência diversa para ocidentais que já vem empanturrados de uma vivência criada por autores ocidentais, eivados de seus preconceitos.
    Luiz Albuquerque

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  3. Olá André!
    É sempre ótimo ler seus textos.
    Entre as várias ideias que me instigou, tenho a seguinte pergunta.
    Você disse "o Yijing [Tratado das mutações], um livro extenso e complexo, ganhou versões variadas e resumidas, por uma razão prosaica: é utilizado usualmente como oráculo, praticamente se ignorando suas raízes na ciência chinesa antiga."
    PERGUNTA: O que quis dizer com "ciência chinesa antiga"? É no sentido dado por Joseph Needham? Pode explicar sua visão sobre a possibilidade de chamar de "ciência" o que chineses antigos ou imperiais faziam?
    É uma questão que tem me instigado muito ultimamente.

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    1. Oi Matheus, agradeço sua pergunta!
      Uso o termo 'ciência' no sentido de uma racionalização do processo de conhecimento, inferindo leis, padrões e experimentos. Podemos, de certo modo, aceitar a visão de Needham sim; embora eu prefira pensar numa abordagem de 'epistemologia do sul' de Boaventura de Sousa Santos. Essa 'ciência antiga' se constitui na evolução das teorias cosmológicas primitivas. O livro The Development and Decline of Chinese Cosmology [de John B. Henderson] é excelente nesse sentido.
      grande abraço! =)

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    2. Obrigado! Realmente deveríamos investir no estudo da cultura chinesa nesse sentido.
      Se tiver o livro, gostaria de ler essa indicação.
      Abraços

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    3. Do Henderson ou do Boaventura? =)
      abraço!

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    4. Henderson 😄. Vc tem?
      Conheço o Boaventura, mas prefiro os autores propriamente decoloniais, como Dussel e Mignolo.

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  4. Poderia ser interessante uma coleção em ordem cronológica,
    para dar uma dimensão do processo histórico do que chamamos de oriente,
    e trazer o pensamento em suas várias camadas de tempo até hoje.
    Tiago Motta

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  5. A China e sua ritualização da vida cotidiana, até hoje, é um modelo de civilização em que a demarcação da ética e dos princípios que devem reger a vida em sociedade organizados por Confúcio, revelam um modo chinês de encarar o rito da vida de modo fascinante ao olhar ocidental. O Ocidente olhou para o império Chinês na antiguidade com mais admiração do que desdém, ademais suas intencionalidades em menosprezar os saberes chineses que não eram capazes de compreender. A ritualização da vida na China pode ser expressada em uma filosofia do povo chinês e uma criação do imaginário regulador da vida em sociedade por Confúcio, professor André?

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    1. Caro José, tudo bem?
      Penso que a China, embora possa ser abordada em linhas gerais, deve ser compreendida mais profundamente de forma multifacetada. A própria abordagem dos clássicos mostra facetas da civilização chinesa, entre muitas outras.
      abraço!

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    2. Sim, as múltiplas faces da vida chinesa nos remete a necessidade da compreensão da complexidade cultural chinesa. Citar Confúcio se torna uma via generalizante da cultura chinesa quando se deseja abordar a China em linhas gerais, bem observado, professor. A importância do pensamento de Confúcio pela ótica ocidental contribui para esse reducionismo do aprendizado sobre a China?
      José Antonio Almeida

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  6. O orientalismo são as escolhas do Ocidente sobre o Oriente que se transformam em visões reducionistas oferecidas ao leitor, grosso modo. Por isso, a importância de divulgar os estudos sobre o Oriente com os textos e visões de mundo das culturas asiáticas produzidas com a mais ampla possibilidade de ensaio dos mais diversos aspectos de seus saberes.

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  7. Os primeiros clássicos foram eleitos no sentido de mapear e conhecer o 'outro asiático', com o mais amplo leque de intenções possíveis. A questão é como essa experiência pode ser utilizada, no sentido didático, para estimular o aprendizado - e não apenas ao exercício de dominação. De fato, o início dos clássicos era marcado pela postura orientalista, que privilegiava uma hierarquia cultural.
    abraço! =)

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  8. Maria Reinalda Farias dos Santos7 de agosto de 2019 às 18:33

    Considerando ainda a carência de conhecimento do brasileiro quanto a cultura oriental, pode-se dizer que com a ampliação tecnológica da atualidade abriu-se um leque informativo para o conhecimento literário orientalista?

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    1. Oi Maria,
      De certa forma sim,com a ampliação das informações em tempo real. Por outro lado, o público segue com dificuldades de acessar leituras essenciais. Sunzi tem sido muito lido e divulgado; mas Confúcio e Laozi ainda são menos conhecidos.
      abraço!

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  9. você se considera um orientalista, e quais os livros ou artigos básicos para adentrar a essa área de pesquisa ?

    willen barbosa de sousa

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  10. Olá André Bueno! Parabéns pelo texto...confesso nunca ter lido sobre "cânones orientais"...Todos eles são fundamentais tanto para os orientais como para nós, em especial nos aspectos morais, filosóficos e de conduta. Conheci alguns, como o chinês Livro das Mutações (I Ching) e o hindu denominado Mahabharata. Que outras "lições" ou aprendizados podemos abstrair lendo os clássicos orientais?

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    1. Jessé,
      numa dimensão mais ampla, aprofundar as próprias escolas que construíram esses textos. Essa seria a ideia dessas leituras.
      abraço!
      André

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  11. Oi, André!
    Gostaria de comentar que, além do seu texto apresentar dados completamente novos para mim (iniciante em estudo Orientais), foi também muito inspirador, dá vontade de ler pelo menos um pouquinho de cada dos autores mencionados.

    Fiquei curiosa sobre os guias de leitura: haveria algum texto semelhante mais focado em história da arte ou dos costumes?

    Um abraço!
    Natália de Noronha Santucci

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    1. Oi Natália,
      obrigado! Os 'clássicos' foram pensados para entreter o público, com base nas próprias literaturas asiáticas. Foram produzidos livros de arte nesse sentido, como manuais, mas não alcançaram o mesmo sucesso. =)
      abraço!
      André

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  12. Maria Reinalda Farias dos Santos8 de agosto de 2019 às 18:19

    Boa noite professor! sabendo do desconhecimento e dificuldade do brasileiro em relação a litératura oriental, como podemos introduzi-las em sala de aula de forma a facilitar o conhecimento e estimular a aprendisagem? E o mesmo serviria para o simples leitor?

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  13. Pâmela Regina Farias dos Santos8 de agosto de 2019 às 18:45

    Olá professor! Trabalho com a educação fundamental e gostaria de saber qual seria a melhor forma de trabalhar essa temática com esse público?

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    1. Caras Maria e Pamela;
      como dito no texto, os clássicos forma criados também para consumo.
      No caso do uso didático escolar, é possível usar trechos, ou versões adaptadas - existem algumas, e os quadrinhos de Tsai Chih-Chung também são ótimos nesse sentido.
      Eles podem ser usados para despertar o interesse dos alunos em história e filosofia.
      abraço,
      André =)

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